“Ataques ganham jogos, defesas vencem campeonatos”. Esta missiva – comprovada inĂºmeras vezes – Ă© o ponto de partida para que o Denver Broncos consiga superar o favoritismo do Carolina Panthers e levar o trofĂ©u Vince Lombardi do Super Bowl 50 para o Colorado. DifĂcil imaginar o time liderado por Peyton Manning como zebra na decisĂ£o de domingo? Quem acompanhou a temporada da NFL entende os motivos – eles sĂ£o muitos e bastantes convincentes.
Denver venceu
a AFC esta temporada graças a uma defesa espetacular comandada por Von Miller
com o suporte de Ă³timos jogadores como Derek Wolf e DeMarcus Ware. Essa defesa
precisarĂ¡ atingir seu mĂ¡ximo de desempenho para segurar o explosivo ataque de
Carolina – o melhor em pontos e jardas totais por partida [5º em jardas
aĂ©reas e 1º em jardas corridas] e precisarĂ¡ de um plano de jogo diferente do
usado contra a equipe de New England. Isso porque o time de Cam Newton nĂ£o Ă©
tĂ£o unidimensional como o de Tom Brady, tem um repertĂ³rio ofensivo com
opções mais variadas que podem ser letais tanto correndo com a bola, com
Jonathan Stewart, Tolbert ou com o prĂ³prio Cam, como lançando para Ted Ginn Jr
e Greg Olsen, os principais alvos do quarterback que fatalmente serĂ¡ o MVP da
temporada.
Além de pressionar
Newton no pocket, serĂ¡ necessĂ¡rio parar o eficiente jogo corrido para criar
situações de terceiras descidas longas, fazendo com que Cam tenha que lançar
contra a Ă³tima secundĂ¡ria capitaneada por Aqib Talib. Da mesma forma, o Special
Teams de Denver precisa colocar o ataque adversĂ¡rio em situações desfavorĂ¡veis
de saĂda de jogo – precisando percorrer 70/80 jardas por drive. O ataque do
Panthers Ă© o mais eficiente na redzone de toda a Liga nesta temporada. Esse
trabalho combinado Ă© essencial para que o Broncos consiga reverter o
prognĂ³stico mais comum nas bolsas de aposta de Las Vegas, que Ă© o triunfo de
Carolina por seis ou mais pontos.
Claro que
favoritismo em SB estĂ¡ longe de ser garantia de tĂtulo: Nas Ăºltimas oito
edições, apenas em trĂªs o favorito foi campeĂ£o – incluindo aĂ o prĂ³prio Denver
Broncos de Peyton no SB XLVIII, que acabou com uma lavada do Seattle Seahawks.
Se por um lado a chave para surpreender na decisĂ£o de domingo Ă© dominar o jogo
nas trincheiras, nĂ£o dĂ¡ para desprezar a capacidade de Manning, um dos maiores
quarterbacks da histĂ³ria da NFL. Mesmo com uma das piores temporadas de sua
carreira, por contusões e problemas fĂsicos, existem muitas
razões para acreditar que e Manning vai superar o seu chefe John Elway e poderĂ¡ se tornar o QB mais velho a vencer um Super Bowl: Capacidade mental de ler e controlar
o jogo, motivaĂ§Ă£o para talvez encerrar seu ciclo em alta [Manning ainda nĂ£o
revelou publicamente se pretende continuar jogando], experiĂªncia e talento que
compensam a falta de agilidade e vigor atlético perdidos com o passar dos anos.
Um signal caller desse calibre pode superar a pouca efetividade do ataque de
Denver – apenas o 19º da liga em pontos por jogo na temporada.
Como se nĂ£o
bastasse o ataque espetacular que tem, as outras unidades de Carolina nĂ£o
decepcionam: A defesa tem o LB Luke Kuechly como um dos principais defensores
da NFL na atualidade; o polĂªmico CB Josh Norman, que conseguiu anular os
principais WR’s da Liga durante a temporada; e um front seven muito eficiente. A
OL protege bem o QB e tem Michel Oher em busca do seu segundo anel de SB, jĂ¡ que venceu com o Ravens algumas temporadas atrĂ¡s. É, sem dĂºvida, um dos times mais
competitivos e eficaz dos Ăºltimos tempos – nĂ£o Ă© Ă toa que pode ser campeĂ£o com
apenas uma derrota na temporada. Pode sentir a falta de nĂ£o ter pela primeira
vez na pĂ³s-temporada a vantagem do mando – tudo indica o Levi’s Stadium
dividido ou atĂ© com pequena maioria torcendo por Denver, mas isso nĂ£o deve influenciar
na forma enérgica e vibrante que atua.
No domingo todos os olhos do mundo estarĂ£o voltados para San Francisco. Todos estarĂ£o observando a possĂvel despedida da lenda Peyton Manning. Mas a verdade Ă©
que o confronto que deve definir o destino da taça é Cam Newton X Von Miller.
As duas primeiras escolhas de um mesmo Draft [2013] se enfrentarĂ£o pela
primeira vez em um Super Bowl. A NFL Ă© assim: Uma constelaĂ§Ă£o de estrelas em
constante renovaĂ§Ă£o.
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