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Se hat-trick é bom, imagina um deca-trick

Marcar três gols em uma única partida é bastante difícil nos dias atuais, mesmo em confrontos de grande desequilíbrio técnico entre as equipes. Não por acaso cada vez que um jogador atinge essa marca é comemorado e destacado com o popular "hat-trick". Imagine então marcar dez gols em noventa minutos de jogo? Parece impossível, mas já aconteceu.

Museu do Futebol. Foto: Isabela Macedo
Conheça agora três nomes que já realizaram o feito:

MASCOTE

No distante ano de 1934, o Sampaio Corrêa protagonizou um verdadeiro massacre contra o extinto Santos Dumont, goleando por 20x0 em jogo válido pelo Campeonato Maranhense. Na equipe da Bolívia Querida jogava o atacante Mascote, atleta que ficou marcado pela baixa estatura: menos de 1,50m.

Mascote tinha um futebol muito maior do que a altura e encantou muito aos frequentadores dos estádios maranhenses durante a década de 30. Na goleada aplicada pelo Sampaio, o atacante conseguiu registrar seu nome na história, mesmo em uma época longe dos holofotes e de mídia, marcando incríveis dez gols em uma única partida.

Há quem discuta que o recorde pertence exclusivamente a Durval Broxado, verdadeiro nome do atacante Mascote, alegando que o atacante chegou a balançar as redes treze ou quatorze vezes naquela tarde - a falta de documentos oficiais não permitiu a oficialização de mais gols, fixando a marca nos dez tentos reconhecidos atualmente.

Seja como for, Mascote entrou para a história ao ser o primeiro a atingir essa marca. O mais incrível é que ele não foi o único.

CAIO MÁRIO

Em 1948, passados quatorze anos, Caio Mario igualou o feito em jogo válido pelo Campeonato Alagoano. Defendendo as cores do tradicional CSA, Caio Mario marcou dez gols contra o Maceió na expressiva goleada por 22x0. Infelizmente, porém, são poucos os registros com maiores detalhes sobre a partida. O feito, porém, não foi isolado: o atacante chegou a ser artilheiro de outras edições dos torneios alagoanos, mostrando muito faro de gol durante sua carreira.

DÁRIO

Dadá Maravilha como é conhecido, deixou a incrível marca de dez gols quando vestia a camisa do Sport em um jogo diante do Santo Amaro. O placar final foi 14x0 em partida pelo Campeonato Pernambucano em 1976.

Em entrevista ao Roda Viva em 1987, Dadá contou o seguinte: “Tem uma história interessante nesse jogo. O nosso treinador era o Mario Travaglini. O Santo Amaro tinha alguns jogadores que eu conhecia. Eles trabalhavam o dia todo para jogar à noite. E eles comiam um sanduíche para jogar. Eu cheguei, o Mario Travaglini, cheio de tática, faz isso, faz aquilo, eu digo: 'Seu Mario, por favor, como é que um time que trabalha o dia todo e come um sanduíche pode jogar contra a gente?' Marcamos sobre pressão, deu câimbra neles, aí eu fiz dez gols. Porque os caras ficaram com fome, cansados, tadinhos”.

Infelizmente Dario não veio terminar aquele campeonato pelo Sport e foi transferido para o Internacional sendo campeão Gaúcho, mas o atacante sagrou-se artilheiro do Pernambucano com 30 gols.

Seu nome de registro é Dario José dos Santos e é o quinto maior artilheiro do Brasil com 926 gols na carreira. Mas engana-se quem acha que ele teve o sonho de ser jogador, Dadá só conheceu o futebol quando foi preso na FEBÉM e se tornou um jogador lendário com suas frases: “Com Dadá em campo, não há placar em branco”; “Faço tudo com amor, inclusive o amor”; “Só existem três poderes no universo: Deus no Céu, o Papa no Vaticano e Dadá na grande área”; entre outras tantas frase emblemáticas.

Tinha fama de ser perna-de-pau, mas terminou sua carreira artilheiro de vários campeonatos: Três vezes do Campeonato Brasileiro; Quatro vezes do Campeonato Mineiro; Uma do Carioca; Uma do Amazonense; E sem esquecer a do Pernambucano. 

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