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Com a Cuca quente: estreia do novo treinador, Palmeiras se complica na Libertadores

Complicou. Com uma nova derrota para o Nacional-URU, o Palmeiras viu suas chances de classificação reduzidas consideravelmente exatamente na estreia do recém-contratado Cuca. Não que ele tenha tido qualquer responsabilidade sobre a atuação de hoje, afinal comandou apenas alguns treinamentos em poucos dias, tempo suficiente para trazer algumas mudanças.

Egídio voltou ao time titular e deslocou Zé Roberto para o meio com a companhia de Allione, jogando Robinho para o banco de reservas. A dupla de volantes também foi trocada: Gabriel e Arouca entraram no lugar de Thiago Santos e Jean. Os muitos nomes, porém, não refletiram em alterações táticas e padrão de jogo - ou ausência dele - foi o mesmo dos últimos jogos (conforme esperado, diga-se).

Seria injusto dizer que nenhuma evolução ocorreu. A defesa foi mais sólida, com menos espaço entre os setores, fato esse ajudado por enfrentar um time que tem como característica o choque e a bola longa ao invés de trocar passes. Por outro lado, o alviverde era incapaz de trocar quatro vezes a bola e fechou o primeiro tempo com a proeza de dar um chute sequer ao gol.

O gol do Nacional complicou muito a vida do Palmeiras nesta Libertadores. (Foto: Globo Esporte)
Mesmo com esse cenário, o Nacional pouco criou para assustar Prass, em grande parte com bolas aéreas. Nos primeiros quarenta e cinco minutos foram duas boas chances apenas, uma defendida pelo goleiro alviverde e, na outra, Prass apenas assistiu a bola raspar a trave.

Absolutamente nulo no ataque, Cuca precisou mudar o time para o segundo tempo com as entradas de Robinho e Gabriel Jesus, aproximando-se mais do esquema anterior. Parecia que daria certo quando Jesus apareceu livre na entrada da área e perdeu chance de ouro. Nem deu tempo de lamentar a chance perdida e, no lance seguinte, Nico López aproveitou cruzamento em mais uma tradicional falha da defesa alviverde e abriu o placar para festa dos uruguaios. O gol fazia mais justiça ao que se viu em campo.

Precisando urgentemente ao menos do empate, Cuca partiu para o tudo ou nada e lançou Barrios. Desta vez, porém, não foi aquela substituição de seis por meia dúzia - como sempre fazia Marcelo Oliveira. O treinador tirou o volante Gabriel e deixou o time com quatro atacantes. Se não deu resultado - e não deu mesmo - valeu pela iniciativa de realmente fazer algo diferente.

Cucu em Nacional x Palmeiras (foto: Cesar Greco/Ag Palmeiras)
Cuca vai ter trabalho para arrumar o bagunçado Palmeiras. (Foto: Cesar Greco/Palmeiras)
A terra ainda não é arrasada, como pode parecer. Uma improvável vitória diante do Rosário Central, em abril, deixa o Palmeiras em condições reais de avançar de fase. O improvável é ainda menos possível quando se olha para o futebol apresentado nos últimos jogos. Mas o também o era em 2009, quando Cleiton Xavier marcou um gol antológico no Chile e classificou o mesmo Palmeiras na ocasião. Resta ver do que o time é capaz.

PONTO TÁTICO: Julgar qualquer alteração de Cuca nesse momento seria absurdo. O treinador é, provavelmente, a pessoa com maior desafio em mãos: colocar um elenco com opções interessantes com um padrão de jogo. As jogadas pelas laterais já são manjadas e Robinho não dá conta da armação. O esquema de hoje já indica que o treinador deve optar por um 4-4-2 e com mais jogadas pelo chão. A ver.

O DESTAQUE: Mesmo começando no banco, Gabriel Jesus foi quem conseguiu tentar alguma coisa diferente em um dia pouco inspirado do time inteiro. Brigou, tentou e teve a melhor e única chance de marcar. O próprio Cuca reconheceu o esforço e o bancou como titular para domingo.

BOLA MURCHA: Em jogos decisivos a função de desafogar o time sempre fica com o jogador mais badalado. Ao contrário de outras decisões, Dudu fez uma partida extremamente discreta e teve participação direta na falta de produtividade ofensiva palmeirense.

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