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Em time que está empatando, não se mexe

O ditado popular costuma dizer que "time que está ganhando, não se mexe", mas venho trazer um novo ditado, que agora, não faz muito sentido, mas no decorrer do texto, começará a fazer - "em time que está empatando, não se mexe". Vamos entender?

Na última quarta-feira (09), o Grêmio enfrentou o San Lorenzo-ARG em partida válida pela 3ª rodada da fase de grupos da Copa Libertadores da América e empatou com o placar de 1x1. O Grêmio fez um jogo sólido em sua casa, mas não o suficiente para furar o bloqueio Azulgrana. O Tricolor Imortal tinha uma equipe boa no papel e não foi muito diferente em campo, conseguindo trocar bons passes, fazendo transições rápidas da defesa para o ataque, parecia um pouco com o Grêmio de 2015.

O jogo começou morno, com as duas equipes se estudando bastante, o Grêmio trocando passes e o San Lorenzo fazendo o que sabia de melhor: se defendendo. Conforme o tempo foi passando, o jogo foi esquentando e o Tricolor foi avançando até que, aos 25 minutos, Wesley sofreu a falta. Douglas e Fred se posicionaram pra cobrança, mas o zagueiro que fez seis gols de falta na última edição do Brasileirão e foi ao Grêmio para fazer dupla com Geromel, guardou seu primeiro pelo Imortal.

Zagueiro Fred comemorando seu primeiro gol com a camisa tricolor
Instantes depois do primeiro gol, o Grêmio colocou fogo na partida e chegou bem ao ataque, desta vez, com Everton acertando o travessão - seria 2x0 para o time gaúcho. A bola no travessão poderia ter dois significados: o Grêmio se aproximava do seu segundo gol ou o San Lorenzo ficaria mais ligado a partir daquele lance. Mais alguns segundos se passaram, Geromel arriscou de longe e, de novo, quase fez o segundo gol do Grêmio. Mais uma vez, o Imortal chegou, mas não marcou.

Naquela altura do jogo, a frase "quem não faz, leva" começava a assombrar os gremistas presentes na Arena do Grêmio. O San Lorenzo, que tinha um sistema defensivo muito bem estruturado passou a se lançar mais pro jogo, afinal, não se pode pensar em ficar o jogo todo na defensiva, em plena Copa Libertadores, jogando fora de casa e estando na última colocação do grupo. A reação Azulgrana parecia ser boa quando, aos 32 minutos da etapa inicial, Edinho fez uma falta boba em cima de Cerutti.

Belluschi ajeitou a bola para cobrança, levantou a bola na área e Cauteruccio cabeceou. A bola ainda bateu na trave, em Marcelo Grohe e foi parar no fundo do gol. O Grêmio não fez o seu e acabou "levando". Tudo bem. E cadê o tal do "em time que está empatando, não se mexe"? Explicarei agora que o placar está igualado.

Cauteruccio comemorando o gol de empate, marcado aos 32 minutos de jogo
1- DESESPERO:

Tudo que o Grêmio não poderia fazer após o gol de empate, era se desesperar. O tricolor tentou chegar ao ataque de forma direta, mas sempre parava na defesa argentina. O Grêmio se mostrava uma equipe ansiosa - um prato cheio pra catimba local. O San Lorenzo quando passou a ter a bola, não tinha pressa alguma para chegar ao ataque, parecia que jogava em casa ganhando o jogo, enquanto, na realidade, se encontrava na última colocação do grupo.

O Grêmio tentava avançar rápido, tinha pressa. Começou a bater o desespero - e se tratando de desespero, os argentinos sabem muito bem como instigá-lo.

2- SUBSTITUIÇÕES:

Roger Machado vem fazendo uma ótima campanha no tricolor desde a sua chegada, isso é um fato. Conseguiu uma ótima arrancada com o Grêmio no Brasileirão 2015 e classificou a equipe para a Libertadores. Roger já está mais que acostumado com a copa, e inclusive, foi campeão pelo Grêmio em 1995. Nessa partida, que poderia deixar o tricolor em situação muito confortável na Libertadores, Roger não foi bem quando mexeu na equipe.

O Grêmio terminou o primeiro tempo com um empate de 1x1 e precisava de mudanças para chegar ao segundo gol, mas mudanças com coerência. As mudanças feitas por Roger, não foram boas para o tricolor. Seria melhor ter mantido a equipe. O Grêmio começou o jogo com o seguinte padrão tático:


Com o desespero em busca do segundo gol, Roger Machado sacou Luan, Giuliano e Douglas para as entradas de Fernandinho, Bobô e Henrique Almeida. A partir disso, o Grêmio, que já não conseguia chegar ao ataque com eficiência, passou a ter um esquema com a eficiência menor ainda, que foi o esquema a seguir:


Com esse esquema, o Grêmio passou a não ter um armador de jogadas. Perdeu muito na criação. O tricolor tinha muitos jogadores na defesa, o que impossibilitaria um novo gol do San Lorenzo. Tinha muitos jogadores no ataque, o que, provavelmente ocasionaria um novo gol gremista, mas não tinha o principal: um jogador que pudesse fazer a transição da defesa para o ataque.

Arrisco-me a dizer, que o Giuliano poderia ter ficado no lugar do Edinho, e esse sim, ter saído para dar lugar a um jogador ofensivo. O Grêmio teria pelo menos um jogador pra fazer essa transição com qualidade e talvez chegar ao 2º gol. E é por isso que afirmo: "Em time que está empatando, não se mexe".

LEO FERNANDES || @leo_fernandes_9
LINHA DE FUNDO || @SiteLF

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