O Esporte
Clube Bahia teve uma semana bastante agitada: Perdeu o clássico jogando na
Arena Fonte Nova, anunciou a boa contratação de Thiago Ribeiro e fez seu pior
jogo oficial do ano pela Copa do Brasil no Rio Grande do Norte no empate contra
o Globo. Diante desse quadro o time precisava de uma boa atuação contra o Bahia
de Feira no primeiro jogo das quartas de final do Baianinho para reverter à
tendência de queda de desempenho.
Desempenho e
resultado andam lado a lado, mas não são sinônimos. O primeiro ajuda a
conquistar o segundo, mas o resultado pode ser bom mesmo com desempenho ruim. O
triunfo contra o Santa no Arruda foi um caso desses. Por isso é preciso
enxergar os defeitos nos triunfos e virtudes nas derrotas. Enxergar além do resultado.
O Bahia de
Doriva tem um padrão. Pode-se gostar ou não desse modelo de jogo, mas ele está
lá, visível e até bem aplicado. Claro, sofre com os desfalques, com a falta de
qualidade em diversas peças e com os erros individuais que os jogadores cometem.
O time tomou dois gols no clássico em erros na saída de bola e na apatia/falta
de opções para reagir dentro da partida. Empatou contra o Globo, pois faltou
criatividade, intensidade e objetividade. São aspectos que a equipe precisa
melhorar para agregar ao jogo coletivo que possui, para torná-lo mais confiável
e robusto.
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Frames de dois momentos em que o time entrega a posse que resultará em gol do adversário: Displicência e passividade |
A primeira
etapa ontem foi, na essência, DORIVESCA. Time bem organizado, mas com
intensidade baixa, pouca pressão sem a bola, compacto, porém com as linhas
bastante recuadas sem a posse. Um modelo que faz o time ter uma postura 'morna'
demais, aguardando o momento de atacar para avançar ao campo adversário - ainda
que de forma mais organizada dessa vez, abdicando dos chutões de quarta feira.
Dessa forma o time controlou bem a partida, teve bom volume de jogo e só não
inaugurou o placar, pois faltou capricho nas definições e pelas boas defesas de
Waldson. Correu poucos riscos e ofereceu ao rival a principal chance de gol
quando novamente perdeu a posse na saída de jogo [Juninho] - a bola chocou-se
com o poste na conclusão de Lourival.
Mesmo sem
modificações no intervalo o time voltou bastante diferente para campo. Desde os
primeiros minutos era possível identificar as linhas mais avançadas, e mesmo
sem pressão alta na marcação era possível observar os homens de frente cercando
e dificultando mais a saída de bola do Tremendão. Juninho passou a aparecer bem
na partida e fez duas belíssimas inversões de jogo encontrando espaços vazios
na defesa feirense. Na segunda oportunidade encontrou Hayner se projetando ao
campo ofensivo livre [algo que o lateral faz muito bem] sem ser acompanhado no
balanço defensivo. O jovem jogador achou espaço para cruzar e deu uma bomba que
contou com a falha de Waldson para encontrar as redes. Estava aberto o placar em
Senhor do Bonfim.
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Meia contratado junto ao Macaé fez segundo tempo impecável e venceu eleição promovida pelo twitter oficial do clube |
A partir de
então o jogo ficou à feição do tricolor da capital. Precisando reverter o
resultado para não piorar ainda mais a desvantagem no confronto, Barbosinha
promoveu a entrada de Vando, Popó e Paulo Miranda tentando dar mais ofensividade
e apoio a Lourival - muito isolado na frente. Bahia dominou definitivamente o
meio e o jogo, manteve o time avançado e aproveitou bola roubada na
intermediária ofensiva para definir o confronto: Golaço de Juninho,
aniversariante do dia, que coroou sua grande atuação do segundo tempo com um
petardo de canhota no ângulo alto de Wadson. Ao contrário do que possa parecer
não houve mudança do posicionamento dele em campo: Seguiu sendo um dos meias
interiores dentro do 4-1-4-1 utilizado
por Doriva. O que houve foi um avanço das linhas e aproximação do meio em
relação ao último terço do campo. Os problemas de criatividade tem se agravado
no setor muito em função do desempenho de Paulo Roberto - que não possui
cacoete para armar e tem concluído mal quando infiltra - aconteceu no Ba-Vi e
voltou a acontecer ontem. Danilo Pires e Blanco fazem falta à equipe, pois
possuem mais qualidade e características para ocupar a outra vaga de meia
interior da equipe.
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Equipe que iniciou a partida no 4-1-4-1. Paulo Roberto com dificuldades de executar as funções ofensivas de meia interior |
Bahia venceu
sem problemas e estará nas semifinais do Baianinho mesmo que perca por
diferença de dois gols no jogo de volta. Uma vantagem considerável. Antes disso
o time irá 'cumprir tabela' pela Copa Nordeste contra o Santa Cruz na Arena
Fonte Nova e com a liderança garantida, Doriva deve escalar time misto e dar ritmo
a novos contratados e jogadores que retornam de lesão.
FICHA TÉCNICA
Bahia de Feira 0 X 2 Bahia
Campeonato Baiano – Quartas de final (jogo de ida)
Local: Estádio Pedro Amorim, em Senhor do Bonfim
Data: 20/03/2016
Horário: 16h
Árbitro: Arilson Bispo da Anunciação (BA)
Assistentes: Jucimar dos Santos Dias (BA) e Carlos Eduardo Bregalda Gussen
(BA)
Cartão Amarelo: Fabiano, Paulo
Roberto, Bruninho
Gols: Hayner, Juninho
Bahia de Feira: Waldson; Guilherme Gofinha (Paulo Miranda), Menezes, Lucas e
Júnior; Fabiano (Vando Silva), Ramirez, Marconi (Wesley Popó), Lourival,
Bruninho; Jarbas. Técnico: Quintino
Barbosa.
Bahia: Marcelo Lomba, Hayner, Robson, Éder e João Paulo (Moisés); Feijão e
Paulo Roberto; Juninho, Luisinho e Edigar Junio; Zé Roberto (Henrique). Técnico: Doriva
Alex Rolim - @rolimpato - #BBMP
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