GoiĂ¡s e Vila Nova: o clĂ¡ssico das multidões no cerrado brasileiro, mas para muitos, nĂ£o Ă© o maior clĂ¡ssico da regiĂ£o. O motivo Ă© visto pelos placares extremamente favorĂ¡veis ao maior clube do Centro-Oeste, e nesse domingo pelas semifinais do Campeonato Goiano, nĂ£o foi diferente. Mas vim dedicar essa matĂ©ria aos fregueses de sempre, que por mais que eles achavam que esse ano ia ser diferente, nĂ£o foi e nunca serĂ¡. No final das contas, a frase do meu pai teve razĂ£o: "Vilanovense nasceu pra sofrer".
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Elenco esmeraldino comemora classificaĂ§Ă£o para a final. Foto: goiasec.com.br |
NĂ£o adianta chorar e dizer que o Vila foi melhor que o GoiĂ¡s ontem. NĂ£o foi. A partida foi horrĂvel em todos os sentidos, menos no quesito das festas das duas torcidas. O VerdĂ£o conseguiu arrumar um erro que estava incomodando muita gente: a defesa e a marcaĂ§Ă£o, que mesmo ainda nĂ£o sendo o ideal, tivemos uma evoluĂ§Ă£o grande. Vi um Anderson Salles e um Deivid Duarte muito mais atentos e dispostos do que no jogo anterior. Um meio de campo mais participativo com Wendel, David e Jhon Cley. O ataque com ClĂ©o deixou um pouco a desejar, mas Wagner e Carlos Eduardo deram conta do recado.
Mas porque a partida foi horrĂvel? Pela falta de oportunidades criadas pelas duas equipes. O Vila atĂ© chegou mais, porĂ©m, nĂ£o assustava nem o mais nervoso torcedor no estĂ¡dio. O GoiĂ¡s arriscava pouco, e seguiu com o problema de muitos erros de passe. O primeiro tempo nĂ£o chamou muito a atenĂ§Ă£o, entĂ£o se esperava que o segundo tempo fosse melhor. A marcaĂ§Ă£o colorada ainda era forte, mas de tanto persistir, o GoiĂ¡s achou o gol quando David acionou Carlos Eduardo, que tabelou com Wagner e mesmo quase desequilibrado, ele chutou mascado pra bola desviar no defensor do Vila, enganar o goleiro e morrer no fundo das redes para a alegria dos esmeraldinos.
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Poucas chances foram criadas no clĂ¡ssico de domingo. Foto: globoesporte.com |
PorĂ©m, foi um "gol achado", e mesmo com maior movimentaĂ§Ă£o, nĂ£o estĂ¡vamos tĂ£o satisfeito com o que vimos. O Verde se segurou lĂ¡ atrĂ¡s e o trabalho nĂ£o foi tĂ£o difĂcil, atĂ© porque o ataque do Vila Nova nĂ£o era nada perigoso, porĂ©m, a preocupaĂ§Ă£o ficou um pouco maior quando Renan saiu machucado e Ivan entrou em seu lugar. A confiança do torcedor nĂ£o era tĂ£o grande ainda com o reserva, mas ele mostrou que pode lutar de igual pra igual com Renan. A defesa no final do jogo na cabeçada do Robston foi memorĂ¡vel.
Ao apito final, a torcida nĂ£o se conteve. AtĂ© eu mesmo, pulei na geral pra comemorar perto dos jogadores uma classificaĂ§Ă£o em que muitos estavam com medo de perdĂª-la. Foi no fim do jogo, que lembrei de uma reflexĂ£o que eu mesmo fiz: "quem entra achando que o jogo estĂ¡ ganho, sempre se dĂ¡ mal". Foi assim que o Vila e sua torcida entrou. Provocaram atĂ© nĂ£o querer mais e atĂ© a base fez uma palhaçada na Serrinha. Enfim, estavam se achando. PorĂ©m, Deus Ă© justo e venceu o melhor e mais competente.
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Torcida comparece em peso para apoiar o VerdĂ£o na semifinal. Foto: goiasec.com.br |
Para o jogo contra o AnĂ¡polis, Ă© preciso entrar firme. Cabeça erguida e sem achar que o jogo estĂ¡ ganho, pois mesmo nĂ£o sendo um clĂ¡ssico, Ă© uma final de campeonato e o clima Ă© o mesmo. A cabeça nossa, antes disso, estĂ¡ na Copa do Brasil. Avançar de fase Ă© obrigaĂ§Ă£o!
Wagner Oliveira || @wagneroliveiraf
Linha de Fundo || @SiteLF
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