Faz tempo que
a UEFA Europa League vem sendo uma competição disputada e, até mesmo,
complicada, com grandes jogos e, até mesmo, partidas de tirar o fôlego de
qualquer amante de futebol. A competição continental está e continuará na
sombra do campeonato de clubes mais importante da Europa, que é a UEFA
Champions League, não há o que contestar, mas mesmo assim, isso não significa
que seja uma competição com nível baixo. Muito pelo contrário. Até aqui, grandes
jogos têm acontecido, principalmente se tratando de Liverpool, que é um clube
que sempre garante emoção até o último apito do jogo. Nessa matéria, iremos
relembrar toda a trajetória dos Reds até o jogo de hoje.
O "PONTAPÉ INICIAL":
O Liverpool
disputaria quatro títulos nessa temporada - Barclays Premier League, Copa
Capital One, FA Cup e UEFA Europa League. Mesmo com essas quatro taças em jogo,
o Liverpool era um time sem muitas ambições com o, até então treinador dos
Reds, Brendan Rodgers, que acumulou três anos e cinco meses (de maio de 2012 a
outubro de 2015) no cargo sem vencer um título sequer e muitas apostas. Dentre
essas apostas, nomes como Fabio Borini, Kuyt, Charlie Adam e Andy Carroll e
Balotelli, que custaram caro e não vingaram, além de ter negociado jogadores
relevantes como os experientes Stewart Downing, Pepe Reina, ver o ídolo
Carragher se aposentar e vender, sem aprovação da torcida, Luis Suárez e ter,
praticamente, mandado o Gerrard, um dos maiores - se não o maior - ídolos do
clube embora ao dizer que ele seria sacado da equipe, mesmo com o alto
rendimento do camisa 8.
Com a demissão
do comandante após o clássico contra o Everton, que terminou empatado com um
0x0 no placar, o Liverpool começaria a buscar novas opções no mercado para
levar o clube ao seu auge novamente, entrando em todas as competições para ser
campeão. A temporada 2015/2016 já tinha se iniciado e o Liverpool não conseguia
convencer, permanecendo pela 10ª colocação na Premier League e com dois empates
em dois jogos pela UEFA Europa League. A lista de nomes que começava a ser
estudada pelo clube, tinha os treinadores livres, Jürgen Klopp e Carlo
Ancelotti.
A ERA KLOPP:
O alemão
chegou badalado no clube, com apoio e confiança da torcida de que seria o nome
ideal para levar o Liverpool aos seus dias de glória, após ter realizado um
ótimo trabalho no Borussia Dortmund. Jürgen Klopp mudou o clima do Anfield.
Inicialmente sem muitas expectativas, com a chegada do novo treinador, o Liverpool
passou a ter como ambição a UEFA Europa League, ambição que havia sido traçada
pelo próprio treinador. Klopp desempenhou um papel de "pai"
importante no vestiário do clube, recuperando ou, até mesmo, despertando o
futebol de jogadores criticados como Alberto Moreno, Lovren, Mignolet e Skrtel.
Em pouco menos
de sete meses no comando dos Reds, Klopp devolveu a dignidade e o respeito ao
clube, arrancou na Premier League, ocupando agora a 7ª colocação com 55 pontos
- nove pontos atrás do 4º colocado - e com quatro jogos a serem disputados, o
que pode colocar a equipe, até mesmo, na Champions League, para os mais
otimistas. Em seu 3º mês de clube, Klopp disputou a final da Copa Capital One e
arrancou na UEFA Europa League, sua principal ambição para a temporada, que
pode levar o clube à Champions.
FASE DE GRUPOS E SEGUNDA FASE:
Invicto na
fase de grupos, o Liverpool terminou na liderança com 10 pontos, tendo empatado
quatro jogos (Bordeaux (F), Sion (C), Rubin Kazan (C) e Sion (F) novamente) e
vencido dois jogos (Rubin Kazan (F) e Bordeaux (C)), tendo superado a campanha
do Sion, que ficou na 2ª colocação com nove pontos. Na 2ª fase, logo após a
fase de grupos, o Liverpool teve o Augsburg sendo colocado em seu caminho. Os
Reds empataram em 0x0 na Alemanha, terra de Klopp e vencido por 1x0 na
Inglaterra.
OITAVAS DE FINAL:
Após ter
passado pelo Augsburg, o ainda invicto Liverpool foi sorteado para confrontar o
Manchester United. Um derby na UEFA Europa League, que, com certeza, seria
difícil em dois grandes jogos. Jürgen Klopp já tinha o elenco nas mãos e vinha
embalado pelo trabalho que estava construindo. No jogo de ida, o Liverpool
venceu no Anfield por 2x0, com gols de Sturridge e Roberto Firmino.
No jogo de
volta, no Old Trafford, o Liverpool poderia até perder o jogo por um gol de
diferença que se classificaria, mas não foi necessário. O Manchester United
abriu o placar com Martial aos 32' de jogo, mas aos 45', Philippe Coutinho
igualou o marcador e ficou por isso mesmo. Liverpool avançou para as quartas de
finais sem se preocupar.
QUARTAS DE FINAL:
Quiseram os
deuses do futebol que o Liverpool encontrasse o Borussia Dortmund, ex-clube de
Jürgen Klopp, em um confronto com vários ingredientes especiais. No jogo de
ida, realizado na Alemanha, o Liverpool abriu o placar com Origi aos 36', o que
deixaria os torcedores do clube muito confiantes. Aos 48' de jogo, Hummels, de
cabeça, anotou para os donos da casa após um escanteio. Mesmo com o placar
final de 1x1, o Liverpool poderia até empatar por 0x0. Mas não era isso que
queria o destino, ainda tinha muita emoção reservada para o jogo da volta.
Dia 14 de
abril de 2016, com certeza será uma data que ficará na memória de todos os Reds
como "O Milagre de Liverpool". Sem dúvidas, o jogo mais marcante após
"O Milagre de Istambul". A bola rolou na Inglaterra e logo aos 5',
Mkhitaryan abriu o placar, que seria ampliado aos 9' por Aubameyang. 2x0 para o
Borussia no Anfield. Muitos já davam a classificação como certa naquela altura
do jogo e apostavam em goleada, mas se esqueceram de que o Liverpool nunca
andará só ("You'll Never Walk Alone", como diz a torcida do clube).
Aos 48' de
partida, Origi diminuiu a diferença. Seria o Liverpool voltando ao jogo? Não.
Marco Reus, aos 57' aumentou a diferença novamente para os aurinegros, 3x1 para
o Borussia e foi aí que começou a reação histórica. Aos 66', Philippe Coutinho,
como sempre, fez a diferença e colocou o Liverpool na disputa novamente. Só a
vitória interessaria para os Reds e faltavam dois gols ainda.
Aos 77' de
partida, Sakho cabeceou a bola e empatou tudo, para desespero dos Alemães e
alegria misturada à euforia para os ingleses. O milagre era cada vez mais real.
Em um jogo que já era perdido, a vitória era só questão de tempo. A fé no 4º
gol já tomava conta de todo o estádio, que cantava e vibrava sem parar. Aos 91'
(ou 46' do 2º tempo), o Liverpool tinha uma falta pelo lado direito de ataque,
sofrida por Clyne. O jogo iria até os 94' (49' da etapa final). James Milner
foi pra cobrança da falta, levantou à bola na área, ela atravessou toda a
extensão da grande área e o jogador mais improvável encontrou a redonda. Quem
seria esse jogador? Dejan Lovren, um dos zagueiros mais criticados do elenco,
cabeceou a bola no canto inferior esquerdo, sem chances para o goleiro e selou
a classificação do Liverpool para as semifinais. Liverpool 4x3 Borussia
Dortmund.
SEMIFINAL:
Hoje, no El
Madrigal, a história continuará sendo escrita por um time que nunca andou e
nunca andará sozinho. O Liverpool que tem um empate e quatro vitórias nos
últimos cinco jogos, enfrentará o Villareal que tem um empate, duas derrotas e duas
vitórias nos últimos cinco jogos. Mais uma vez, o Liverpool de Jürgen Klopp
poderá fazer história, e, mais que isso, chegar à sua 2ª final em menos de um
ano sob o comando do alemão.
LEO FERNANDES || @leo_fernandes_9
LINHA DE FUNDO || @SiteLF
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