A situação
vivida pelo Palmeiras antes do jogo contra o Rio Claro nesta quinta-feira
ilustra bem os desfechos de um regulamento patético como o do Paulistão.
Lanterna da sua chave, o alviverde começou a rodada podendo entrar na zona de
rebaixamento do campeonato, mas com apenas uma vitória retornou ao pelotão da
frente e, pior, hoje ainda estaria classificado. Coisas da FPF.
O cenário
pré-jogo ainda ganhou um tempero especial daqueles que só o Palmeiras é capaz
de colocar em um jogo simples, em casa, diante do pior time do Paulistão. Paulo
Nobre entrou contra a própria torcida e criou um clima de protestos silenciosos
ao conseguir um decreto que impedisse a entrada de faixas no estádio.
O silêncio que
não atrapalhou durante os primeiros quinze minutos, quando o Palmeiras
pressionou e criou ao menos três ótimas oportunidades, tornou arrastado um jogo
que passou a ficar monótono no restante do primeiro tempo. Com Robinho outra
vez mal, o Palmeiras dependia demais de lances isolados do Gabriel Jesus,
especialmente quando ajudado por Egídio - que fez boa partida, por mais
incrível que isso possa parecer.
Quando parecia
que o intervalo viria em 0x0, a torcida resolver quebrar o protesto e cantar.
Quase que como aqueles roteiros de cinema, chamou o gol: um minuto depois,
Alecsandro desviou e colocou o Palmeiras na frente após toque caprichoso da
bola na trave.
Palmeiras não fez grande jogo, mas passou com muita tranquilidade pelo Rio Claro. (Foto: Globo Esporte) |
Contra um
adversário que ocupa a lanterna com (de)mérito total, estava difícil imaginar
uma nova zebra nesta noite. E ficou ainda mais improvável quando Jesus fez
linda jogada pela esquerda e passou no meio de três defensores antes de marcar
o segundo gol palmeirense. Um golaço! 2x0.
O resto de
jogo foi bastante morno e sem graça. O Rio Claro, já entregue ao rebaixamento,
pouco fazia para incomodar Prass. O Palmeiras, talvez ainda tenso pelos
resultados ruins, também forçava pouco. Mesmo assim, ainda conseguiu o terceiro
com Rafael Marques, escorando bom cruzamento de Egídio e consolidando a
primeira vitória do técnico Cuca.
A
classificação continua complicada. Será preciso vencer o Corinthians no próximo
domingo para manter dependendo apenas de si mesmo para avançar à segunda fase.
Um tropeço não elimina, mas complica bastante a situação do Palmeiras. Na outra semana o Verdão ainda tem jogo
decisivo diante do Rosário Central, na Argentina. Uma semana para jogar fora ou
semestre - ou salvá-lo.
PONTO TÁTICO: Com Barrios em campo
e em outra noite fraca de Robinho e Allione, Alecsandro fez às vezes de armador
em alguns momentos do jogo. As laterais funcionaram bem, ainda que Egídio e
Jean tenham desperdiçado bons espaços. O adversário, porém, não permite grandes
avaliações.
O DESTAQUE: A pancada que
rendeu um pequeno desmaio ao atacante Gabriel
Jesus parece que funcionou para
acordá-lo. Recuperado, Jesus não apenas marcou um golaço como foi a grande
válvula de escape palmeirense, com dribles, tabelas e boas jogadas de
velocidade.
BOLA MURCHA: Em que pese o
desgaste das viagens pelo Paraguai, Barrios
teve uma partida para esquecer diante do Rio Claro. Mesmo com uma marcação
frágil, o atacante errou tudo que tentou e deu sorte que a partida não exigiu
mais do que o básico do Verdão.
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