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Shakhtar Donetsk: Pecado capital que poderá resultar em um mortal

Lance de jogo entre Stepanenko (SHK) e Krychowiak (SEV)
Ucranianos e espanhóis fizeram a partida inicial que classificará uma das equipes a jogar a grande final no St. Jakob’s Park, na Basiléia (Suíça) no próximo dia 18 de maio, e o que se viu durante o jogo foi uma verdadeira partida de xadrez, com muitas estratégias e propostas interessantes apresentadas nos primeiros 90 minutos.

A equipe do Shakhtar utilizou basicamente a sua escalação do jogo da classificação contra a equipe portuguesa do Braga há duas semanas na Arena Lviv (mesmo local da partida de ontem) e teve como objetivo praticar o seu melhor futebol apresentado na temporada em busca do segundo título da competição e da classificação direta para a UEFA Champions League.

Mircéa Lucescu, ao propor a manutenção da mesma equipe que havia vencido os portugueses pelas quartas, sabia muito bem dos riscos que poderia correr contra uma equipe totalmente matreira e que conhece, como ninguém, os atalhos de se conquistar esta competição. Para isso, o treinador pensou numa proposta que fosse perfeita e que pudesse minimizar durante o jogo todos os perigos que poderia sofrer do seu adversário jogando em casa, já que o regulamento nesta fase é propício à equipe local a fazer uma partida em que, pelo menos, não pudesse sofrer gols em casa para conseguir marcar fora e complicar ainda mais o seu adversário direto.

A equipe do Shakhtar foi escalada no 4-2-3-1, onde Fred era o principal desfalque já há certo tempo e o escolhido para lhe substituir nesta função de primeiro volante era o zagueiro improvisado Maksim Malyshev que foi o grande responsável por anular as investidas do meia-atacante Yevhen Konoplyanka (jogou pelo Dnipro Dnipropetrovsk). No restante da sua formação contava com a dupla de zagueiros Kucher e Rakitskiy, com a experiência e perícia do croata Darijo Srna pela direita, com passes e arremates de fora da área, com a velocidade de Ismailly tanto para o apoio quanto para a marcação no setor esquerdo, com a velocidade e habilidade dos brasileiros Taison e Marlos para envolver a defesa adversária e com a mobilidade dos atacantes Kovalenko e Ferreyra para dificultar a marcação entre os homens centrais da defesa e os responsáveis pela marcação no meio campo.

Jogada individual de Marlos antes de finalizar com categoria para o gol de empate
Mas, no inicio do jogo, a marcação do time ucraniano não estava bem encaixada, e o argentino Ever Banega se encontrava livre para pensar o jogo e avançar com qualidade para propiciar as jogadas de ataque da equipe espanhola. E foi numa jogada iniciada por ele, pela meia direita, que o mesmo acertou um belo passe para o francês Kevin Gameiro dar um belo tapa na bola e deixar o espanhol Vitolo pegar cara a cara com o Pyatov e tocar na sua saída para abrir o placar da partida e cumprir com o primeiro objetivo dos visitantes, aos 6 minutos do 1º tempo.

Daí aparece à estrela do ex-meia de São Paulo e Coritiba. Marlos resolveu aparecer efetivamente no jogo e ser o principal responsável pelas investidas nas pontas e pelo poder de penetração na defesa adversária vindo pela diagonal. Primeiro, o jogador recebeu um passe espetacular do zagueiro Rakistkiy, entre o zagueiro francês Rami e o lateral esquerdo espanhol Sérgio Escudeiro, invadiu a área e tocou com uma categoria absurda no canto direito do goleiro Soria, empatando a partida aos 23 minutos. Já aos 35 minutos, após batida de escanteio, Marlos fez uma jogada espetacular pra cima do lateral brasileiro Mariano e acertou um belo cruzamento para o volante Stepanenko mandar um tijolo de cabeça na gaveta, sem chances para o goleiro espanhol. A partida ficaria a caráter para os ucranianos que passaram a criar mais chances, até pelo contragolpe, para matar a partida e ficar mais tranquilo para o jogo da volta, já que só o 2X1 dava a oportunidade do Sevilla de classificar com 1X0 apenas. A partida seguia movimentada, mas as chances de gol pouco apareciam de ambos os lados devido aos erros de passes dos homens de meio e da boa marcação compactada de ambos os lados.

Taras Stepanenko acerta uma cabeçada forte para virar a partida
No segundo tempo, a equipe espanhola voltou melhor e com uma proposta de avançar ainda mais suas linhas de marcação para roubar a bola no ataque e ficar mais próximo do seu gol de empate. Já a equipe do Shakhtar resolveu apostar mais na compactação das linhas e as investidas em contragolpe com a velocidade de Taison e Marlos. O que se viu foi que o time espanhol conseguia obter êxito em sua proposta e passava a dominar as ações da partida. Com o passar do tempo e com o desgaste físico dos principais jogadores era necessário pensar numa mexida para quebrar o domínio espanhol e propor alternativas de se matar a partida no jogo de ida. Mas o que se viu durante os 30 minutos finais foi que o técnico romeno se mostrou um tanto quanto apático e demorou a perceber o que era necessário, cometendo assim um pecado capital gigante e que poderá resultar na eliminação no Sanches Pizjuán, na próxima semana. A demora em fazer as substituições fez com que sua equipe se sucumbisse fisicamente e dava o domínio da partida ao time espanhol. E com as maiores investidas pelo setor do brasileiro Ismailly, percebia que o empate poderia sair com o tempo.

Após o gol mal anulado de Gameiro, devido a um impedimento marcado de forma equivocada, já que o mesmo se encontrava atrás da linha de onde se encontrava o lateral Srna, o time da Andaluzia cresceu de vez na partida e passou a ameaçar ainda mais o gol de Piatov. Para compensar o gol mal anulado por impedimento, o juiz polonês Szymon Marciniak inventou um pênalti totalmente absurdo do brasileiro Ismailly em cima de Gameiro, após um belo corte dentro da área e uma simulação fajuta de toque na sua perna direita.  O juiz não teve dúvidas sobre a marcação e apontou para a marca da cal. O mesmo Gameiro não perdeu a oportunidade e bateu colocado no meio do gol, deslocando o goleiro Piatov para o seu canto esquerdo que ainda tentou com o pé direito fazer a defesa, empatando o jogo aos 37 minutos do 2º tempo e dando uma vantagem ainda maior para os visitantes que faziam no momento dois gols fora de casa.

A necessidade de buscar a vitória era ainda maior, mas a morosidade do técnico romeno era de se assustar. O mesmo não teve uma reação anterior para propor as mudanças na equipe e, somente aos 45 minutos do segundo tempo, que ele resolve fazer as substituições que era pra ter feito durante o jogo. E o pior, trocou somente seis por meia dúzia para jogar os quatro minutos finais da partida e não conseguiu ter a efetividade para mudar a partida. Com isso, o empate no final se tornou um resultado ruim e fará com que a equipe tome uma proposta ainda mais ousada para o jogo da volta e tentar reverter à boa vantagem dos espanhóis que já tem experiência neste tipo de competição e podem almejar o tricampeonato consecutivo.

Melhores momentos: Shakhtar 2X2 Sevilla

A próxima partida acontecerá na quinta-feira, dia 5 de maio em Sevilla e cabe o time do Shakhtar jogar com uma ousadia ainda maior para reverter o placar da ida. Próxima partida do time ucraniano será o clássico contra o Dynamo de Kiev, na Dombass Arena, em Donetsk, válida pelo campeonato nacional. Veremos na próxima semana o que técnico Lucescu será capaz de fazer para reverter o confronto ao seu favor e jogar a final na Suíça no próximo dia 18 de maio.





Por Marcos Paulo Fernandes Alves

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1 Comentários

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