O ano de 2016
jĂ¡ passou de maio, a temporada futebolĂstica no Brasil chegou a sua metade e o
torcedor do Bahia ainda nĂ£o conseguiu esboçar um sorriso que nĂ£o fosse amarelo
vendo seu time jogar. No inĂcio uma
equipe pragmĂ¡tica, pouco intensa, nada inspirada e que acumulava bons
resultados, recordes de aproveitamento e nĂºmeros positivos contra equipes em
formaĂ§Ă£o [como o prĂ³prio Bahia] de qualidade duvidosa. Depois uma equipe
aplicada, ainda pouco inspirada, que esbarrava em erros individuais bobos e em
apresentações coletivas medĂocres e modorrentas – o que custou duas derrotas em
clĂ¡ssicos e eliminaĂ§Ă£o na semifinal da Copa Nordeste. Quanto Doriva estava no
CADAFALSO, com a corda no pescoço e esperando apenas o carrasco tirar-lhe o
chĂ£o, ocorreu um PLOT TWIST tĂpico dessas sĂ©ries televisivas que todo mundo
gosta: Time jogou bem, massacrou o rival, venceu e convenceu e mesmo sem
levantar a Taça do Baianinho [um abraço, Vuaden!] deu um fio de esperança Ă
torcida que jĂ¡ desacreditava da capacidade do time – e de seu treinador a reboque.
Vieram entĂ£o
dois confrontos contra o AmĂ©rica-MG pela Copa do Brasil e a impressĂ£o que o
desempenho do Bahia no clĂ¡ssico da final local veio para ficar [incluindo os
defeitos]: Duas boas apresentações, domĂnio territorial, posse de bola, volume
de jogo e... Chances desperdiçadas e eliminaĂ§Ă£o. Claro, a juizada estava lĂ¡ de
novo dando AQUELA forcinha, empurrando bĂªbado na ladeira, mas o time mostrou
uma consistĂªncia de jogo elogiĂ¡vel. O resultado veio na estreia da B contra o
AvaĂ, com o mesmo roteiro: Gols perdidos a granel, e o time insistindo em
dificultar uma partida que parecia fĂ¡cil, mesmo com um jogador a mais durante a
maior parte do jogo.
Contra o
ParanĂ¡ o desafio era claro: Fazer o volume ofensivo ser convertido em gols e,
enfim, vencer sem maiores percalços. A escalaĂ§Ă£o obedecia Ă coerĂªncia do
desempenho do time; voltavam Lucas Fonseca, Danilo e Paulo Roberto que saĂram
da equipe por motivos fĂsicos. Hayner substituĂa Tinga dentro do mesmo critĂ©rio
- acertado - de rodar o elenco de forma prudente para manter o grupo no mesmo
nĂvel e nĂ£o expor ninguĂ©m a mais lesões que aquelas que jĂ¡ desfalcam a equipe.
Mas entĂ£o rolou
a bola no Durival de Brito e o time pareceu ter esquecido como jogar. Nem
sombra da equipe das partidas recentes. Dificuldade para chegar ao campo
ofensivo, erros de passe, atuações individuais sofrĂveis, lentidĂ£o na transiĂ§Ă£o
ofensiva, jogadores perdendo os confrontos individuais e muitas posses
entregadas ao ParanĂ¡ em erros nĂ£o forçados. Algo bisonho. Nenhuma chance
construĂda, um Ăºnico chute a gol [que passou longe da meta] de Danilo Pires que
tinha melhores opções pra passe – sĂ³ uma das muitas decisões erradas que ele
tomou no jogo.
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Danilo Ă© o retrato do Bahia na sĂ©rie B: Ă“timo na fase defensiva, mal na conclusĂ£o de jogadas |
O ParanĂ¡
também pouco incomodou. Uma ou outra bola cruzada, mas muita incapacidade de
articulaĂ§Ă£o ofensiva, pouca presença no Ăºltimo terço do campo e quase nenhuma
triangulaĂ§Ă£o perigosa. Lomba sujou o uniforme em um bom cabeceio apĂ³s
cruzamento originado pela direita da defesa – a combinaĂ§Ă£o Heyner-Lucas Fonseca
naquele setor foi sempre um ponto frĂ¡gil explorado de forma ineficiente. Para
alegria de quem ama o bom futebol a primeira etapa acabou, ainda que parecesse
ter durado 4 horas.
Com a contusĂ£o
de MoisĂ©s [substituĂdo por Luisinho] e a entrada de Juninho, a postura do time
em campo mudou completamente. O time voltou mais assertivo, menos displicente
na execuĂ§Ă£o e mais veloz na transiĂ§Ă£o para o ataque. O primeiro passe melhorou
absurdamente com um volante construtor [Juninho] que jĂ¡ merece outra chance de
titular apĂ³s as Ăºltimas apresentações. Time passou a chegar mais ‘inteiro’ no
Ăºltimo terço, a ter superioridade numĂ©rica pelos lados, a criar chances de
gol... E perdĂª-los. De todas as formas.
Pior atĂ© que contra o AmĂ©rica, jĂ¡ que apenas em uma finalizaĂ§Ă£o de cabeça de
Danilo Pires o goleiro foi obrigado a fazer boa defesa. Parou na trave duas
vezes. Errou cabeceio na pequena Ă¡rea, desperdiçou escanteios e faltas
laterais, chutou torto de frente para a meta... Sem falar dos recorrentes erros
na hora do passe final. Tomadas de
decisĂ£o nĂ£o tem sido o forte do time, e esse Ă© um quesito preocupante, Ă© a
eficiĂªncia que faz o time conquistar o resultado e ter tranquilidade na
caminhada para o acesso. Ontem uma conclusĂ£o de Nadson que acertou a trave de
Lomba no final do jogo quase seria um castigo mais duro do que o time realmente
merecia.
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Mapa de finalizações mostra que eficiĂªncia do Bahia continua muito baixa na hora de concluir as jogadas |
Para isso Ă©
necessĂ¡rio que o Bahia melhore MUITO sua eficiĂªncia na hora de concluir as
jogadas. E que apagões como o do primeiro tempo ontem nĂ£o se repitam, pois
contra equipes mais qualificadas o prejuĂzo seria ainda maior. Que o retorno de
Hernane, Edigar Junio e a estreia de CajĂ¡ eleve o nĂvel de disputa por espaço
no time na parte ofensiva. E que isso resulte em melhores conclusões e GOLS que
Ă© o que a torcida merece e quer.
NOTAS SOBRE ELE [O EMPATE]
- SĂ£o apenas
trĂªs jogos, mas Ă© espetacular a sustentaĂ§Ă£o defensiva que Jackson deu ao time.
Antecipa, desarma, ganha pelo alto. Pode melhorar mais na saĂda de bola, ainda
erra umas esticadas bobas.
- Lucas
Fonseca por outro lado segue estabanado. Doriva coloca seu pescoço na
guilhotina por ele ao preterir Éder, mas Lucas ainda nĂ£o retribuiu a confiança
com uma atuaĂ§Ă£o segura. Muitas saĂdas para combater em vĂ£o, lentidĂ£o na
cobertura e espanadas desastrosas.
- Antes da Série
B muito se falava da necessidade de outra opĂ§Ă£o para a lateral direita, algo
que eu concordava. Tinga ainda nĂ£o rendeu no perĂodo pĂ³s-contusĂ£o e Hayner
ainda tĂ¡ em processo de maturaĂ§Ă£o no jogo de ontem cometeu erros bobos de
posicionamento na defesa e foi muito mal na sua principal virtude – o apoio.
Mercado tĂ¡ ruim, mas Ă© recomendĂ¡vel buscar um nome que agregue a time.
- Parece que o
perĂodo de ‘adaptaĂ§Ă£o’ que Doriva usava para relativizar as mĂ¡s atuações de
Thiago Ribeiro acabou. Terceiro jogo em que ele Ă© substituĂdo pelo treinador,
muito justamente por sinal. Quando Hernane e Edigar Junio retornarem Ă© provĂ¡vel
que eles [Doriva e Thiago] fiquem lado a lado no banco de reservas.
- De ‘pior
atacante’ a jogador mais produtivo do ataque tricolor nas Ăºltimas partidas, que
mudança no STATUS de ZĂ© Roberto. Isso sĂ³ prova o quanto futebol Ă© dinĂ¢mico e
que Ă© preciso ter paciĂªncia e saber aproveitar as oportunidades – nada Ă©
definitivo.
- Bahia Ă© o
time que mais cria chances na SĂ©rie B, o que assusta Ă© o baixo Ăndice de
acerto. Trocar o treinador agora seria como mexer no motor de um carro que o
problema principal e o desalinhamento dos pneus.
Dados estatĂsticos: Footstats
Alex Rolim - @rolimpato - #BBMP
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