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Improviso e empate - Galo foi Patric e mais 10

VitĂ³ria 1x1 AtlĂ©tico

AlĂ´ amigo leitor, sĂ³cio torcedor do Linha de Fundo.  Acho que desde que me entendo por gente, a Copa Libertadores Ă© um tanto quanto “catĂ¡rtica”, seja pĂ³s-Ăªxito ou fracasso bate certa ressaca, na derrota entĂ£o, nem se fale. Como diria Humberto Gessinger, atĂ© aqueles que nĂ£o bebem, beberam um conhaque para espantar o inverno. Tal ressaca bateu e ainda bate no atleticano. Olhem o caso do blogueiro que vos fala: esse Ă© meu primeiro texto pĂ³s-eliminaĂ§Ă£o ante o SĂ£o Paulo. Nesse meio tempo trocamos de tĂ©cnico (o grande Marcelo Pacote de tantas boas memĂ³rias voltou a casa como um filho prĂ³digo); com ele arrancamos um bom empate em Curitiba; seguido de um vexame ante o GrĂªmio, favorito ao tĂ­tulo brasileiro, no Horto. 

Fonte: Portal Superesportes
Ainda estamos voltando ao prumo, nos acostumando com a nova realidade, com o novo comando.  Incrivelmente nesse meio tempo 11 jogadores de fora; oito no departamento mĂ©dico e em campo um time para lĂ¡ de improvisado. E falando em improviso sĂ³ digo uma palavra para vocĂªs meus amigos: Patric. NĂ£o Ă© nenhuma tĂ©cnica, tropeça na bola, mata qualquer torcedor de raiva, entretanto, Ă© inegĂ¡vel o quanto esse cidadĂ£o se doa ao time. Joga em todas, lateral direita, lateral esquerda, ponta direita, ponta esquerda, e agora atleticanos, pasmem Patric foi 10, jogou de armador.

Contra o VitĂ³ria, Marcelo Oliveira alinhou o AtlĂ©tico em um 4-2-3-1 com Victor, Rocha, Edcarlos, Tiago, Lucas CĂ¢ndido, Carioca, Donizete, Pablo, Patric, Hyuri e Carlos – um arremedo de time. Em termos de dinĂ¢mica, o AtlĂ©tico de Marcelo deu mostras que se parece mais com o de Levir Culpi do que o de Diego Aguirre.  O primeiro tempo na Fonte Nova foi marcado pela posse de bola, entre 55 e 60%, com o jogo sempre passando pelos pĂ©s de dois jogadores: Rafael Carioca e Marcos Rocha. O volante e o lateral direito eram os verdadeiros armadores do jogo. O volante era o toque de classe, enquanto o lateral era a principal vĂ¡lvula de escape. O primeiro tempo se desenvolveu inteiro no flanco direito. Seja para o bem quanto para o mal. O primeiro lance do jogo foi exatamente por ali. Rocha, Hyuri e Patric, para uma excelente defesa com os pĂ©s de Fernando Miguel; na sequĂªncia Diego Renan, nas costas de Rocha carimbou a trave, e no minuto sequente Kieza obrigaria Victor a fazer grande defesa.

O jogo estava desenhado: Galo com posse de bola, acionando o lado direito do seu ataque e uma chuva de cruzamentos, enquanto o VitĂ³ria aproveitava as costas do ofensivo Marcos Rocha em contra-ataques mortais. Sinceramente nenhum dos dois executou as propostas na plenitude. O Galo era burocrĂ¡tico demais, velho problema ainda da Ă©poca de Diego Aguirre, muitos toques horizontais e pouca verticalidade; enquanto o VitĂ³ria errava demais principalmente no Ăºltimo passe, no chute a gol.

Era o tĂ­pico jogo de 0x0, atĂ© que em um feliz momento, aos 36 minutos do primeiro tempo, em uma bolinha parada extremamente bem ensaiada, diria atĂ© que em um lance de videogame. Marcos Rocha se posiciona para cobrar escanteio pela direita, viu Patric livre na entrada da Ă¡rea. O lateral bateu rasteiro, apenas rolou a bola para o FolclĂ³rico camisa 29 chutar um tiro rasante, contar com o desvio da zaga rubro-negra e uma contribuiĂ§Ă£o especial do goleiro Fernando Miguel – VitĂ³ria 0 X 1 AtlĂ©tico. ApĂ³s o gol, os 10 minutos finais foram incrivelmente bons, os reservas tocaram bem a bola. Pablo fez bom jogo, Lucas CĂ¢ndido foi seguro na defesa bom dizer, e os zagueiros nĂ£o comprometeram tanto, apesar de novamente baterem um pouco de cabeça, mas nada comparado Ă  lĂ¡stima de quinta feira.

Fonte: Portal Superesportes
O segundo tempo começou com mexidas no tabuleiro baiano: Dagoberto no lugar de David e FlĂ¡vio no lugar de Leandro Domingues. O time baiano ganhou solidez, o AtlĂ©tico jĂ¡ nĂ£o trocava passes com tanta facilidade, apesar de que aos 11 minutos Patric e Pablo perderam chance incrĂ­vel de ampliar o placar em duas brilhantes intervenções do goleiro LeĂ£o. Fenando Miguel ali se redimiu do Glu-Glu no primeiro tempo. Aos 15 minutos, Marcelo Oliveira, em uma alteraĂ§Ă£o conservadora sacou Pablo, que dava velocidade pela direita, colocando Junior Urso na peleja. Urso na sua primeira participaĂ§Ă£o exigiu Fenando Miguel uma nova defesa de cinema, com velocidade e puro reflexo. O Universo deu ao Galo duas oportunidades de matar o jogo, nĂ£o matou. E como diria uma velha lei, tĂ£o antiga quanto os 10 mandamentos do profeta MoisĂ©s: Quem nĂ£o faz leva e a bola pune.

A partir desse momento o VitĂ³ria tomou completamente controle do jogo, em uma pressĂ£o impressionante. DifĂ­cil de suportar. O VitĂ³ria martelava, martelava, martelava, mas a zaga alvinegra rebatia todas. Seria difĂ­cil ao VitĂ³ria entrar tocando, sobretudo pela saĂ­da de Leandro Domingues, seu principal articulador. Tanto que o gol de empate, por incrĂ­vel que pareça, veio de um contra-ataque. O jovem JoĂ£o Capixaba, que havia entrado aos 27 do segundo tempo cedeu uma bola besta aos baianos. Se nĂ£o me engano o zagueiro Victor Ramos em um lançamento de 50 jardas, pegou a zaga alvinegra literalmente de calças na mĂ£o. O pesado zagueiro Tiago apostou corrida com o rĂ¡pido atacante Kieza, obviamente perdeu nos 20 metros rasos. O atacante dominou no peito, colocando a bola na frente para fuzilar ao gol alvinegro na saĂ­da de Victor. Gol de Empate do LeĂ£o Baiano. 1x1.

O VitĂ³ria ainda teve uma chance clarĂ­ssima de virar o jogo em chute de AlĂ­pio, apĂ³s um novo lançamento nas costas da defesa, salvo por Rafael Carioca (com o goleiro Victor jĂ¡ batido). Nos minutos finais houve emoĂ§Ă£o com ataques lĂ¡ e cĂ¡, virou trocaĂ§Ă£o, briga de rua, sem tĂ¡tica, apenas vontade de ir ao gol. Mas ambas as equipes sem a qualidade necessĂ¡ria para arrancar a vitĂ³ria.

Fonte: Portal Superesportes
Para o AtlĂ©tico foi um excelente resultado, apesar do gosto de quero mais. Fora de casa Ă© preciso pontuar, e com os 11 jogadores que foram a campo, em um time pra lĂ¡ de improvisado, a lĂ³gica seria voltarmos de Salvador com mais uma derrota no lombo. MissĂ£o do nosso novo comandante Ă© difĂ­cil. Implantar uma nova filosofia, uma filosofia de ataque com um time completamente mexido. Completamente reserva. Prevejo momentos turbulentos, porĂ©m Junho estĂ¡ chegando e breve nossos titulares voltarĂ£o Ă  cena.

Espero que nĂ£o seja tarde demais

Por: @Mhfernandes89 

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