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No Choque-Rei dos tabus, permanece o palmeirense

A quarta rodada do Brasileirão reservava o Choque-Rei dos tabus. Um Palmeiras que não vencia no Morumbi desde 2002, mas que também não perdia para o rival desde novembro de 2014 (contabilizando quatro jogos e três vitórias nesse período). Do outro lado, um São Paulo que tinha Lugano sem nunca perder para o rival, mas que já marcava dez clássicos sem vencer.

Com tantos ingredientes, era de se esperar um clássico apimentado. Não foi o que se viu: o Palmeiras fez mais um jogo ruim fora de casa e se deu mal no duelo dos tabus, perdendo outra vez fora de casa e continuando com a sina de não vencer dentro do Morumbi.

Os primeiros minutos não foram ruins, pelo contrário. Aos dez minutos já eram três grandes chances criadas, principalmente pela direita onde Jean, Tchê Tchê e Roger Guedes encontravam espaços. Mas clássico se decide em detalhes e, com perdão do clichê, “quem não faz, toma”.

E o Verdão tomou: em uma jogada perdida de maneira boba no ataque surgiu o contra-ataque que resultou no gol de Ganso, o primeiro do meia contra o Palmeiras, e que contou com alguma colaboração de Thiago Martins que errou o tempo de bola de maneira bisonha.

Foto: Globo Esporte.
O gol mudou totalmente o jogo. Com o placar favorável, o São Paulo conseguiu jogar como gosta, sem se expor e aproveitando a velocidade dos pontos - a mesma arma tão utilizada pelo Palmeiras. Sem os espaços dos minutos iniciais, Bauza conseguiu conter a velocidade palmeirense e o primeiro tempo quase não teve mais lances de emoção.

O segundo tempo tinha tudo para ser melhor, com Cuca lançando Rafael Marques e Moisés, deixando o time mais ofensivo. Aliás, um ponto a ser elogiado tem sido as alterações do treinador, sempre ofensivo e sem medo de abrir o time. Funcionou na última quarta-feira, mas falhou por completo hoje.

O Palmeiras até ameaçou alguns sustos com chutes de fora da área justamente de Rafael Marques e Moisés, chutes que certamente assustaram mais os são-paulinos pela presença de Denis do que pela dificuldade das defesas em si. Com o passar do tempo, porém, o São Paulo voltou a ser dono do meio-campo e criar as melhores chances nos contra-ataques.

O resultado disso foi uma pressão muito maior pelo segundo gol dos donos da casa do que um susto alviverde que, a rigor, não aconteceu. O Palmeiras acelerava muito as jogadas e não conseguiu trocar passes, faltou alguém para pensar o jogo como Cleiton Xavier. A incontestável derrota poderia ser ainda pior se Fernando Prass não tivesse em tarde inspirada. Com ao menos quatro boas defesas, ele impediu que a desvantagem fosse ainda maior.

PONTO TÁTICO: Com dois times que gostam de jogar no contra-ataque e com velocidade, o gol cedo do São Paulo fez diferença. Com vantagem no placar, segurou os laterais e não deu mais espaços para a velocidade de Dudu, Gabriel Jesus e Roger Guedes que incomodaram bastante no início. Sem um armador em campo, o Palmeiras sofreu para criar jogadas sem usar a velocidade e pouco perigo levou ao gol de Denis. Cuca precisará pensar em alternativas para jogos sem espaços, o time já sofreu contra a Ponte pelo mesmo motivo.

O DESTAQUE: Em mais um jogo ruim fora de casa, sobrou para Fernando Prass segurar ao máximo o placar na vantagem mínima. Ele só não conseguiu pegar a cabeçada de Ganso, praticamente na pequena área, mas evitou uma derrota pior.

BOLA MURCHA: Absolutamente sumido do jogo e errando alguns domínios fáceis, Gabriel Jesus parecia um pouco disperso e fez uma partida muito ruim, incomodando pouco a defesa são-paulina.

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