Voltando a
jogar no estádio Rose Bowl, palco do tetracampeonato de 1994, o Brasil estreou
contra o Equador. As boas memórias do título mundial ficaram no passado quando
a bola rolou para um empate sem gols, frustrando a expectativa de um bom jogo
do público presente.
A seleção
brasileira até começou bem e pressionou, obrigando ótimas defesas do goleiro
Dreer. A inspiração, porém, caiu muito com o decorrer do tempo e o Equador
assustou em alguns contra-ataques contra um Brasil bastante exposto. O segundo
tempo não mudou muito o panorama do jogo onde a marcação equatoriana segurava
com certa facilidade o ataque canarinho.
O empate que,
em tese, seria comemorado pela La Tri, acabou sendo mais favorável aos
brasileiros – ainda mais depois da lambança de Alisson e de outra, ainda maior,
do trio de arbitragem quando eles (e só eles) viram a bola de Bolaños sair
antes de o goleiro brasileiro empurrá-la para o gol.
As vaias no
final do jogo foram um choque de realidade de quem esperava um futebol mais
digno do escudo estampado na camisa brasileira em um dia de homenagens ao
ex-lutador e histórico Muhammad Ali que, entre tantas frases brilhantes que
disse ao longo da sua carreira, tem uma especial que reflete bem o momento da
atual seleção brasileira:
“Um
homem que enxerga o mundo aos 50 anos da mesma forma que aos 20 perdeu 30 anos
de vida”
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Foto: Globo Esporte. |
Brasil: Cada dia mais sem identidade
Mais um jogo
da equipe da CBF se passou e mais uma atuação RIDÍCULA. Você deve estar
pensando "Esse colunista deveria
falar bem ou deveria fazer uma análise mais profissional sobre a Seleção"
e deve ter se perguntado "Por que
ele diz equipe da CBF ao invés de Seleção Brasileira?". Vou lhes
responder. Digo equipe da CBF, pelo simples fato de termos jogadores - com
exceções de alguns poucos - comprometidos com os empresários, com as marcas dos
seus patrocinadores e dos da CBF ao invés de se comprometerem com a história da
camisa que estão vestindo, com o amor à sua pátria e com o que tudo o que a
Seleção já conquistou até aqui.
Isso que temos
visto está anos-luz de distância do que é, de fato, a Seleção Brasileira. A
verdadeira Seleção jogava com raça, amor à camisa, respeito e honra à sua
pátria, além de deixar seus adversários com medo ao saberem que pegariam a
"Amarelinha" pela frente. Hoje em dia, o sentido de Seleção Brasileira
ficou tão perdido e o conceito de "equipe da CBF" está tão instaurado
que podemos ver piadas sobre o futebol do Brasil em jornais brasileiros e
internacionais, além de ser piada entre os próprios brasileiros. O doloroso 7x1
está aí para provar isso.
Enquanto
tivermos Gilmar Rinaldi, Marco Polo Del Nero e toda sua trupe, continuaremos
tendo a equipe da CBF no lugar da Seleção Brasileira. Espero, sinceramente,
voltar a ver a verdadeira Seleção jogando, com pessoas que devolvam a honra e a
dignidade à história do futebol do Brasil. Enquanto isso não acontece, as boas
memórias do título mundial ficaram enterradas no passado quando a bola rolou
para um empate, como eu citei no início dessa análise, ridículo em 0x0 com o
Equador (com todo respeito ao Equador, que, inclusive, merecia a vitória).
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Foto: Globo Esporte |
Futebol fraco
pela parte do Brasil, sonolento e de doer o coração. O Brasil não criou muitas
chances, ou melhor, a única chance clara de gol foi à cabeçada de Lucas Moura
próximo ao fim do jogo. Preciso dar um destaque negativo à arbitragem que anulou
muito mal o gol de Miller "The Killer" Bolaños (a bola não chegou a
sair completamente, o atacante conseguiu bater para o gol e marcar) e ao
goleiro Alisson. Sinceramente, ainda não entendi o que o Alisson faz com a
titularidade da equipe da CBF, que conta com Diego Alves e Marcelo Grohe, que,
no meu ponto de vista, são bem superiores ao ex-colorado. Quero dar um destaque
positivo ao Lucas Moura, que entrou ligado, tentando criar chances de gol e
honrando a camisa, além de Renato Augusto que vem fazendo boas atuações e ao
zagueiro Marquinhos, que fez uma partida muito segura.
A equipe da
CBF (sim, me recuso a chamar aquilo de Seleção Brasileira) empatava por 0x0,
Dunga tinha opções e chances de substituições, mas resolveu começar a trocar
somente nos últimos 10 minutos, quando já não dava mais tempo de fazer muita
coisa. É triste e difícil ver um técnico teimoso e fraco no comando do Brasil.
Após esse empate em 0x0 com o Equador, o Brasil tem a obrigação de vencer o
Haiti pra conseguir pensar na classificação diante do Peru na última rodada.
Graças a essa atuação, corremos o risco e temos um certo medo de acabar ficando
com uma desastrosa 3ª colocação. A Seleção anda bem doente do pé e eu espero
que apareça um doutor pra conseguir resolver esse problema e recuperar a
Amarelinha, que respira por aparelhos.
Equador: A fórmula de sempre quase funcionou
Atuando contra
um sempre favorito Brasil, o Equador ficou bastante livre para executar o jogo
que mais gosta: Uma forte marcação e saída rápida para o contra-ataque com os
velozes Enner Valencia e Miller Bolaños. Todos pareciam saber disso, menos o
treinador adversário. Não por acaso o jogo teve boa parte sem riscos para a La
Tri.
O Brasil até
chegou com algum perigo nos primeiros minutos de jogo e assustou o goleiro
Dreer, substituto de Dominguez e que tratou de tirar toda desconfiança que se
poderia ter com duas boas intervenções – uma delas para colocar em um DVD e
guardar para a vida.
A verdade,
porém, é que o favoritismo brasileiro já não se justifica com o futebol do
presente. Nitidamente melhor taticamente, o Equador equilibrou-se aos poucos e
encaixou a marcação. Noboa e Valencia controlavam bem as investidas do
meio-campo brasileiro e os espaços passaram a surgir. Já no final da primeira
etapa, dois contra-ataques poderiam ser mortais com um pouco mais de capricho.
Quinteros nem
precisou alterar o plano de jogo equatoriano para ver o bom começo do Brasil
acabar. Mesmo após o intervalo, não houve um grande momento de pressão e, pouco
a pouco, os espaços foram ainda maiores. As alterações previsíveis de Dunga,
sem alterações táticas, mantiveram o Equador com domínio geral do segundo
tempo.
A “vitória
moral” equatoriana pelo gol mal anulado não trouxe os três pontos, porém serve
como motivação para as próximas partidas já que o time não perdeu para a
seleção favorita do grupo e, principalmente, mostrou força e um padrão de jogo
que permitem, por que não, sonhar com classificação.
O próximo jogo
será contra o também vitorioso Peru e uma vitória deixará os comandados de
Gustavo Quinteros com a mão na vaga. O empate também não é o pior cenário: A
vaga será decidida contra um fraco Haiti, enquanto Brasil e o próprio Peru
decidem suas vidas.
Leonardo Fernandes | @leo_fernandes_9
Stéfano Bozza | @stebozza
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