Após mais um empate fora de casa,
a gana não era e não podia ser outra além da primeira vitória fora de casa. Se
em rodadas anteriores o clube teve suas chances e as desperdiçou, nesta teria
de ser diferente, ainda mais por se tratar de um adversário que vem bem no
campeonato e tem a "obrigação" de chegar à série A de 2017 (as aspas
são para fazer referência à faixa que a torcida da equipe baiana tem levado ao
estádio).
Foto: espn.uol.com.br |
Quem está acostumado a ver os
jogos em que o Londrina é visitante até se assustou ao ver a equipe passar a
bola de pé em pé, pelo campo ofensivo à esquerda e em seguida assistir a uma
bela assistência (de calcanhar), de Itamar para Zé Rafael que saiu de cara para
Marcelo Lomba e completou para inaugurar o placar logo cedo, antes mesmo de um
minuto de jogo. E para quem pensou que o Londrina ia se recuar ao ponto de só
levar pressão eu digo: está enganado. A equipe de Cláudio Tencatti se organizou
dentro das quatro linhas e
buscava pressionar as saídas de bola da equipe tricolor, óbvio que nem em todas
as jogadas conseguia fazer o desarme em seu campo de ataque e acabava
possibilitando boas jogadas da equipe baiana, mas nenhuma que levasse de fato
grande perigo ao arqueiro Marcelo Rangel. O jogo ficara truncado,
principalmente pelo modo como o meio campo do Tubarão se postara para impedir o
avanço do adversário, as grandes chances criadas em jogos anteriores foram
substituídas por passes errados e a torcida da casa ficava cada vez mais
irritada com o baixo desempenho do time de Doriva, até que... Surgiu uma falta
para o Bahia, de frente ao gol Alviceleste, Juninho pegou a bola e analisou
onde cobraria: que tal onde a coruja dorme, do lado de fora da barreira? Lá
mesmo, sem chance, ele cobrou e empatou a partida. A partir do gol de empate, a
partida que já era truncada e pesada, ficou ainda mais. Fator este que
dificultou o aumento de placar para ambos e fez os times saírem para o
intervalo com o placar empatado
A segunda etapa prometia ser
apimentada, mas começou amarrada, com muitos passes e com a marcação adiantada
da casa o Tuba tinha sua saída de bola pressionada, o que dificultava o estilo
de jogo de Cláudio Tencatti. A partir da marca de dez minutos o tricolor
começou a dominar as ações, invertendo a situação que acontecera no primeiro
tempo, onde o LEC marcava e impunha seu estilo fazendo o adversário errar
passes, tentando corrigir a falha Tencatti mexeu no time: tirou Zé Rafael e colocou
Júlio Pacato, com a intenção de aproximar as jogadas do meio campo com os
defensores. Com a substituição o Tubarão parecia ter estabilizado as situações
que anteriormente eram contra a seu favor, aumentou quantidade de desarmes e
com um pouco mais de facilidade criava jogadas pelas laterais, eis que em um
desarme Matheus desaba no campo e sentindo dores musculares pede substituição;
Tencatti se viu obrigado a ousar e por Marcondes não ter viajado, chamou
Anderson para a vaga do zagueiro.
A substituição - ainda que tenha
ocorrido no improviso - mostrou versatilidade do elenco Londrinense, Luizão era
o único zagueiro dentro e por isso o LEC se guardou próximo à área defensiva
para aproveitar chances de contra-ataque, quando atacado Anderson e Germano
recuavam o mais próximo o possível à defesa e Pacato retornava para fazer a
função de primeiro volante. O esquema funcionava bem, pois compactara o time e
além de tal fato, dava mais liberdade aos laterais que auxiliavam nas jogadas
ofensivas e tinha sua parte defensiva "coberta" pelos volantes (hora
Anderson, hora Germano), e mais uma vez um atleta Alviceleste despenca no
gramado com dores musculares. Dessa vez o atleta caído era Rondinelly, outra
vez a mexida veio com a saída de um armado para entrada de Bidia, mais um
defensor que apenas remodelou o sistema anteriormente aplicado por Tencatti,
que invertera a função de Júlio Pacato, fazendo-o se posicionar como armador.
Foto: futebolbahiano.org |
Compactado, enxuto e
bem postado o LEC obrigava a equipe baiana a tentar sua sorte de fora área, e
poucas vezes essas chances levavam perigo, e o sistema extremamente maleável do
técnico Alviceleste teve seu funcionamento comprovado quando Itamito arrancou e
fez o passe para Jô, colocar a Fonte Nova dentro de um caixão e acender a vela
preta para o time do Bahia. A partir do gol, o que se viu foi um show de
malandragem e experiência do Londrina que segurava a bola na linha de fundo
ofensiva e ganhava escanteio atrás de escanteio, lateral atrás de lateral, só
para o tempo passar até que o fim da partida chegou e o Tuba - até que enfim -
comemorou sua primeira vitória fora de casa.
Foto: globoesporte.globo.com |
Mérito total nosso, que fomos à
Bahia enfrentar uma grande equipe, a qual está brigando para ascender de
divisão. É interessante comentar o modo como o time se postou diante das
dificuldades e adversidade proporcionadas pela partida, uma vez que com substituições
por lesão, teve jogo de cintura para se compactar e ainda buscar a vitória nos
minutos finais. Interessante também ressaltar um fator que fazia falta para o
time em ocasiões passadas: a malandragem do futebol, de segurar o jogo para
manter o resultado favorável. Esta mesma malandragem que fez o time segurar a
vitória, derrubou Doriva do comando baiano, óbvio que o técnico não caiu
somente por este jogo e sim por um conjunto deles, porém é importante ressaltar
que o golpe de misericórdia veio do Paraná, diretamente de Londrina.
Bahia (1) x (2) Londrina contou
com público de 9635 torcedores e renda de R$ 152.853,50.
Doriva escalou o tricolor baiano
com Marcelo Lomba, Tinga, Jackson, Lucas Fonseca e Moisés (João Paulo); Paulo
Roberto, Juninho, Danilo Pires, Régis (Zé Roberto), Thiago Ribeiro (Luisinho) e
Hernane.
Já o Alviceleste de Tencatti veio
com Marcelo Rangel, Igor Bosel, Luizão, Matheus (Anderson) e Léo; Germano,
Rafael Gava, Zé Rafael (Júlio Pacato) e Rondinelly (Bidia); Itamito e Jô.
Na
próxima rodada:
Tupi x Bahia - Helenão - 21/06 às
19:15
Londrina x Vasco - Estádio do
Café - 21/06 às 19:15
Vitor
Guimarães || @VitorBatata3
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de Fundo || @SiteLF
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