Jogando pela 11ª rodada, o Avaí
recebeu em casa o Atlético Goianiense. A fim de ressuscitar, o Avaí entrou com
algumas mudanças importantes, colocando pelo menos mais movimentação no meio.
Sabemos que quando a fase é ruim
nada dá certo e ontem não foi diferente. Além de jogarmos contra o vice-líder
do campeonato, jogamos contra um décimo segundo jogador, que usava apito e
cronômetro. Após dois pênaltis não dados ao Avaí, na jogada seguinte o Atlético
abriu o placar, colocando mais desespero no olhar da torcida. O segundo tempo
veio e no finalzinho, com um passe de Diego Jardel, Rômulo empatou a partida.
Eu acho que ando meio revoltada,
o que é totalmente compreensível, até porque o time não deslancha nunca e hoje
beira o Z4. Conversando com o meu pai sobre a minha infância na Ressacada,
relembrei tantos momentos de felicidades e alguns de tristeza, o que é normal.
Porém uma coisa vem na minha mente e não sai, que é a seguinte pergunta: "O que fizeram com o Avaí da minha infância?".
Resposta eu não tenho, mas hoje
vivo um dos momentos mais tristes como torcedora que é ver meu time afundando e
não ter nenhum bote salva-vidas por perto.
Há quem diga que é exagero. Há
quem diga que entende meus sentimentos. Ontem no grupo do facebook presenciei
alguns relatos de amigos e conhecidos sobre a atual fase do nosso time. Vários
discursos bonitos dizendo que essa é a hora ruim a quem tanto clamamos nas
frases de amor incondicional. Vários outros discursos dizendo que estarão
cancelando sua sociedade, pois não aguentam tamanha vergonha. Confesso que não
crucifico nem um, nem outro. Todos têm a sua razão, e eu também tenho a minha.
Sou sócia há anos, sempre que
posso ir à Ressacada me faço presente. Ultimamente perdi o gosto. Além da
mobilidade urbana e a falta de um carro para o deslocamento, não fiz mais tanto
esforço para ir ao estádio, o qual sempre foi de ônibus. Além de ser torcedora,
sou professora. Trabalho o dia inteiro e ao final do dia estou cansada. Sair do
meu trabalho e ir direto para o jogo era o que sempre fazia. Depois de tanto
sofrimento eu prefiro me privar de ir, pois percebo que posso ficar doente,
emocionalmente e fisicamente.
Eu não entendo como deixaram isso
acontecer com o meu time. Não sei qual será o nosso futuro, aliás, tenho medo
de pensar nele. Não fui ontem e provavelmente não irei ao próximo. Muitos podem
me ver como "torcedora de momentos bons", mas eu não estou nem aí. Só
Deus sabe o que já passei pelo Avaí, os esforços que fiz pra estar com esse
clube. Eu não sou mulher de malandro pra apanhar, gostar e não reclamar. Tenho
minha vida, coisas importantes e vários compromissos que já deixei pra ver o
Avaí jogar. Nunca foi fácil torcer pro Avaí, mas o que nos acomete hoje é
impossível aguentar tendo uma boa sanidade. Cansei de ir a manifestações, junto
da mancha, e nada acontecer. Hoje ajo em forma de protesto!
Deixar de ser sócia? JAMAIS! Sei
que a minha loucura e o meu amor farão eu ir num jogo mais cedo ou mais tarde.
Só preciso respirar. Vou tentar engolir o nojo que sinto dessas pessoas que
estão afundando o Avaí, time que eu cresci amando e que nunca deixarei de amar,
e voltar pra minha Ressacada, pro meu vidro, pra minha torcida.
Foto: Acervo da torcida/Recepção
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Me
faz como criança novamente, Avaí. Me deixe sonhar contigo, não ter pesadelos.
Quero ter a alegria de te ver brilhar novamente. Meu amor e orgulho de ti nunca
morrerão, mas te peço: Pare de nos maltratar!
1 Comentários
Te entendo, baita texto 👏👏👏
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