AlĂ´ amigo
leitor, sĂ³cio torcedor do Linha de Fundo. Recife, Ilha do Retiro, das canchas
mais hostis do futebol brasileiro, e de pĂ©ssimas recordações para nĂ³s
Atleticanos. Ir Ă Ilha jĂ¡ foi sinĂ´nimo de derrota, isso quando mandamos a campo
mĂ¡quinas de futebol, quantos times modorrentos. O Sport no Recife sempre foi
uma asa negra, assim como o GoiĂ¡s no Serra Dourada, a Lusa no CainindĂ©, entre
outros porcos magros que adoram sujar nossa Ă¡gua.
![]() |
Fonte: Portal Hoje em Dia; Bruno Cantini/Atlético |
Seria um jogo
difĂcil, todos nĂ³s sabĂamos disso, principalmente por conta do elevado nĂºmero
de desfalques em todos os setores do time, seja pela participaĂ§Ă£o na Copa
AmĂ©rica CentenĂ¡rio, seja pela presença no DM, herança maldita do Uruguaio Diego
Aguirre. Com tantos problemas e em busca da primeira vitĂ³ria, Marcelo Oliveira
repetiu a mesma escalaĂ§Ă£o do jogo de quarta ante o Fluminense. 4-4-1-1, que
hora se transformava em 4-1-4-1 (a depender do posicionamento de Robinho). Com
Victor, Rocha, Gabriel, Tiago, Lucas CĂ¢ndido, Rafael Carioca, Donizete, Urso,
Patric, Robinho (melhor em campo, ao lado de Diego Souza) e Carlos.
Por incrĂvel
que pareça, a manutenĂ§Ă£o dos 11 iniciais de um jogo para o outro de fato Ă© uma
realidade nova para esse ano de 2016, seja pelo elevado nĂºmero de contusões,
seja pelo rodĂzio adotado por Diego Aguirre no primeiro semestre. O time que
foi Ă campo estĂ¡ longe de ser o ideal, contudo a repetiĂ§Ă£o da formaĂ§Ă£o Ă© uma
alento, ajuda a memorizar o posicionamento, a coordenar as jogadas, seja no
momento, seja no momento defensivo.
A bola rolou e
novamente uma caracterĂstica do trabalho de Marcelo Oliveira Ă© bem notĂ³ria, com
o novo treinador o time voltou a ter gosto pela bola, pela iniciativa. Tanto
que foram frequentes as triangulações curtas, principalmente pelo lado direito,
com Jr. Urso, Marcos Rocha, por vezes Carlos, por vezes Robinho, tanto que aos
9 minutos Jr. Urso jĂ¡ chutava com perigo de fora da Ă¡rea e aos 11’, o mesmo Jr.
Urso cabeceou livre para um milagre daqueles do excelente MagrĂ£o. As tramas
alvinegras saiam facilmente, a defesa recifense cometia dois erros primĂ¡rios
que quando combinados sĂ£o fatais. Quando se faz uma defesa em linha, os
zagueiros jamais podem pensar em sair para caçar os atacantes, pois quando o
faz, os espaços vĂ£o aparecer, a unidade Ă© quebrada e foi assim, que o ataque
alvinegro chegou ao seu primeiro gol aos 22 minutos. Urso pela direita tabelou
com Robinho (que se posicionava como falso 9), ataque ao espaço, ponto futuro,
chute certeiro na saĂda de MagrĂ£o. Sport 0 x 1 AtlĂ©tico.
Na sequĂªncia o
LeĂ£o de Recife saiu ao abafa que lhe Ă© tradicional, vĂ¡rias bolas atravessaram a
Ă¡rea alvinegra, contudo o miolo da defesa estava bem defendido. Contudo, em um
lance de extrema felicidade aos 26 minutos Rithely acertou um petardo de fora
da Ă¡rea, sem chance para Victor. Sport 1x1 AtlĂ©tico. Nesse lance, como
ocorreram em outras partidas da temporada (lembram-se dos clĂ¡ssicos contra
Cruzeiro e América, pois é) a defesa alvinegra cedeu muito espaço ao chute de
fora da Ă¡rea. Contra bons chutadores tal comportamento nĂ£o tem perdĂ£o.
Lembram-se
daquela mĂ¡xima, do lance seguinte ao gol. Agora o feitiço virou contra o
feiticeiro. Aos 44’ do primeiro tempo, em um momento de pura desatenĂ§Ă£o da
defesa alvinegra. Diego Souza enfileirou a defesa, algo inadmissĂvel, visto que
o camisa 10 do LeĂ£o Recifense nĂ£o Ă© dos jogadores mais rĂ¡pidos do mundo, tocou
para Gabriel Xavier, que na saĂda de Victor anotou. Sport 2 x 3 AtlĂ©tico.
E se vocĂªs
achavam que acabou a pelada de fim de ano, o casados e solteiros de Recife
ainda teve mais um gol. Em um lance extremamente duvidoso (mais um erro do
soprador de latinhas), agora pela esquerda, Robinho cavou um pĂªnalti, o juiz
foi na dele. Sport 2 x 4 Atlético.
![]() |
Fonte: Portal Superesportes. JoĂ£o CĂ¢ndido Jr. |
Outra velha
mĂ¡xima do futebol. 2x0 Ă© um placar perigoso. Geralmente o time que estĂ¡ em
vantagem, tenta administrar, recua, deita na vantagem, nĂ£o Ă© tĂ£o agressivo
quanto deveria. Apliquem esse 2x0 ao 4x2 em Recife. O Atlético simplesmente
abdicou do ataque, recuou, chamou o Sport e tomou o castigo. Tomou o empate.
Aos 28 minutos em uma nova jogada individual, porém na esquerda da defesa.
Gabriel Xavier costurou, tabelou com Diego Souza, passou por Lucas CĂ¢ndido como
se passasse por um cone e tocou para Edmilson que sĂ³ teve o trabalho de
conferir para as redes. Sport 3 x 4 Atlético. Por mais otimista que o
Atleticano estivesse, resistir Ă pressĂ£o parecia impossĂvel, o time fisicamente
nĂ£o era o mesmo. Os nossos zagueiros, jĂ¡ nĂ£o antecipavam, eram faltas demais e
em uma delas, na entrada da Ă¡rea. Diego Souza, por cima da barreira, como manda
o manual aos 31 minutos do segundo tempo decretou o empate. Sport 4x4 Atlético.
ApĂ³s o empate, obviamente o LeĂ£o da Ilha avançou, queria a virada histĂ³rica,
mas tambĂ©m esbarrou nas suas prĂ³prias limitações, cedendo inclusive muitos
contra ataques ao alvinegro das alterosas.
Empate foi
justo. Ataques arrasadores e defesas pĂfias, logo: e placar bailarino. Primeiro
tempo de supremacia do AtlĂ©tico, segundo tempo de amplo domĂnio do Sport.
O que fica de
positivo foi à rotatividade do ataque, o apreço pela bola. E finalmente um
aproveitamento aceitĂ¡vel de finalizações. O que ainda assusta Ă© a defesa. Se o
lado direito com Marcos Rocha sempre foi uma Afonso Pena, agora na esquerda com
o titubeante Lucas CĂ¢ndido temos uma AntĂ´nio Carlos.
Mais um empate
para a conta, a distĂ¢ncia dos lĂderes aumenta. Marcelo terĂ¡ muito trabalho a
fazer. O departamento médico, a fisiologia tem que funcionar. Que o Equador
caia rĂ¡pido nessa AmĂ©rica. Esse campeonato brasileiro estĂ¡ estranho, fica
distante a cada rodada. Semana que vem temos uma guerra no Horto, Ă© clĂ¡ssico,
jogo de altĂssimo risco para um time combalido, extremamente irregular. PorĂ©m
se existe um adversĂ¡rio nesse mundo que o AtlĂ©tico adora vencer, esse
adversĂ¡rio Ă© o Cruzeiro. Que todos estejam cientes da importĂ¢ncia desse jogo.
Por: @Mhfernandes89
0 ComentĂ¡rios