Alô amigo
leitor, sócio torcedor do Linha de Fundo, talvez a melhor pedida para um dia
frio como esse seja um bom vinho, boas companhias e muito futebol. Como diriam
muito sabiamente os romanos In vino veritas (ou no vinho está a verdade). Esse
também é o ponto, que talvez, una as duas desafiantes de hoje nessa segunda
rodada do Grupo C da Copa América Centenário.
Diria que soa
como aquelas curiosidades que não tem nada a ver com nada, simplesmente enchem
um pouco de linguiça. O Uruguai é famoso por seus vinhos e suas vinícolas
(talvez dos mais saborosos do mundo), enquanto nossa Venezuela é
tradicionalmente conhecida como Seleção Vinho Tinto, pelo tom bordô de sua
camisa.
Falando do que
interessa, as seleções vivem momentos digamos opostos. A Venezuela vem de
vitória sobre a Jamaica (1x0), enquanto o Uruguai sofreu pesada derrota para a
seleção mexicana (1x3). Desta feia esperava-se uma Celeste pressionada,
precisando tomar a iniciativa do jogo, enquanto a Venezuela faria um jogo mais
defensivo, por uma bola (um empate não seria mal resultado).
![]() |
Fonte: Jornal El País |
Quando
analisadas as escalações Óscar Tabarez mandou a campo a Celeste alinhada em um
4-2-3-1 com algumas mudanças em relação à estreia: Muslera, Maxi Pereira,
Godin, Gimenez e Gastón Silva (no lugar de Álvaro Pereira). Arévalo Rios,
Álvaro Gonzales (no lugar do suspenso Veccino), Carlos Sanches, Gastón Ramires
(substituindo Lodeiro), Stuani (que tomou lugar de Diego Rolán) e Cavani. Já a
Venezuela do técnico Dudamel mandou a campo. Hernandez, Rosales (substituído
por Gonzales, Angel, Vizcarrondo, Feltscher, Rincón, Figueira, Alejandro
Guerra, Peñarada, Martínez e Rondón.
Jogo começou,
e quem imaginou domínio fácil da Celeste se enganou profundamente. Os
Venezuelanos entraram no gramado sabendo exatamente o que fazer, o que
executar: Transições rápidas e velocidade, explorando a grande fragilidade do
time Uruguaio - um meio campo com
pouquíssima capacidade de controlar o jogo.
Com menos de
dois minutos de jogo, o dinâmico Peñarada já assustou Muslera com um voleio
mascado; aos 15 minutos o Uruguai teve uma chance espetacular digna do Tabajara
futebol clube. Cavani recebeu bola açucarada, ajeitou o corpo para o voleio,
fez pose, todos os flashes e uma furada espetacular, inacreditável chance
perdida; nova carga Venezuelana, aos 22 minutos Muslera saiu catando borboletas
perigosamente e aos 27’ novamente Peñarada, sempre ele, deixou o bom Gimenez
sem saber o caminho de casa, em uma sequência de cortes desconcertantes; Aos 30’,
falta lateral cobrada por Alvaro Gonzales, Cavani casquinhou, e novamente a
trave Venezuelana foi carimbada; aos 36’ o lance do jogo, e um dos lances mais
espetaculares da Copa América: contra-ataque venezuelano em velocidade
Alejandro Guerra escapou pela direita, viu Muslera adiantado, tentou um gol
antológico por cobertura, o Uruguaio como um gato desviou a bola que ainda se
chocou com o travessão, picou na linha do gol e ficou a feição do artilheiro
(interminável) Rondón. Uruguai 0 x 1 Venezuela.
![]() |
Fonte: Jornal El País |
Celeste meio
"grogue", nas cordas e a Venezuela, ainda no primeiro tempo teve
chance clara de ampliar: Alejandro Guerra, personagem da partida faz grande
jogada passando entre dois adversários e chuta para boa defesa de Muslera. O
primeiro tempo acabara com mais um drama desenhado para a Celeste. Novamente
faltava futebol, porém dessa vez foi mais grave. Até a velha raça não entrou em
campo.
Iniciou-se o segundo
tempo e o filme contra o México se repetiria, Uruguai no desespero partia para
cima. Contudo, o meio campo não ajudava, o time não criava, eram ligações
diretas para Cavani, cruzamentos da intermediária e bolas paradas, como a
finalização de Stuani por cima do gol, pós-cobrança de escanteio aos 7 minutos;
aos 22’ aproveitando nova falha na transição Uruguaia, a Venezuela puxou outro
excelente contra-ataque, puxado por Peñarada, porém na finalização a bola parou
nos braços de Muslera.
O jogo a partir
desse lance ficou truncado e apenas aos 43’ do segundo tempo o Uruguai já
naquele abafa final chegou duas vezes à meta Venezuelana, a primeira com Cavani
em um chute da entrada da área e a segunda com Abel Hernandes em uma bola
atravessada. Por fim, ainda havia tempo para o desespero Uruguaio, quase se
transformar em gol Venezuelano. Aos 48’, Muslera na área para tentar o gol
salvador, cobrança de escanteio, bola rebatida, contra-ataque venezuelano sem o
guarda metas, Otero da intermediária chutou, a bola foi caminhando marota,
tranquila, faceira e saiu tirando tinta da trave.
Final de jogo,
tragam vinho, por favor, (e vinho tinto!) Uruguai 0 x 1 Venezuela. Uma das
maiores zebras da história da Copa América. Celeste zerada, fora da competição
com a vitória Mexicana. Enquanto a Venezuela avança aos seis pontos, e
disputará com o México a liderança do Grupo C.
![]() |
Fonte: Jornal El País |
Opinião do Colunista – Uruguai
A partida
contra Venezuela mostrou mais uma vez que é preciso um pouco mais do que a
velha Raça Charrua para se vencer uma partida. O Uruguai do Maestro Tabárez
mostrou novamente um problema velho, talvez de geração. Falta ao Uruguai
transição, a bola não para no meio campo, não ha controle da partida. E não se
enganem vocês que o problema está no enganche (seja Lodeiro, seja Gastón
Ramirez), mas no início das jogadas. Arévalo é um volante pra lá de limitado,
não capacidade alguma de construção, e é nos pés dele que o jogo Uruguaio
começa. A tentativa de Álvaro Gonzales naquela função como segundo volante, era
muito nesse sentido, contudo a apagada partida do meia acabou mais atrapalhando
do que ajudando (foi em cima dele que Peñarada deitou e rolou, enquanto a saída
de bola não melhorou em nada com sua entrada). Outro ponto a se ressaltar é
sobre a condição de Luís Suarez. Era notório nas tomadas sobre o banco de
reservas que o artilheiro queria entrar, estava incomodado (um leão sedento
estava enjaulado). E seu time precisava dos seus gols. Mesmo não estando 100%
será que em uma emergência, mesmo que fossem apenas 10 minutos em campo, apenas
a presença de Luisito não imporia algum respeito. O gol que Abel Hernandes
perdeu nos finalmentes do cotejo, o pistoleiro (atualmente melhor atacante do
mundo) dificilmente perderia. Resumindo, o Uruguai volta da Copa América pior
do que entrou (hora de Tabarez pensar em Nico Lopez, depois de Luis Suarez é o
melhor atacante Uruguaio em atividade, superando inclusive o badalado Cavani).
Opinião do Colunista – Venezuela
Essa partida
mostrou o quanto à Venezuela pode fazer no campeonato. Lembrou-me muito o
Leicester em questão de resultado, um 1 x 0 magro para consolidar a vaga para
fase de mata-mata. Esta partida também mostrou que a Venezuela pode sim se
recuperar nas eliminatórias sendo muito guerreira, queria aqui destacar que
depois de 100 ANOS sem ganhar da Celeste deu VinoTinto! O técnico Dudamel ousou
em mudar o 4-3-2-1 por um 4-4-2 e deu certo. Rondon depois de algumas partidas
sem marcar por sua seleção fez as pazes com as redes, dando mais esperança ao
seu povo.
Parabéns ao
Vinho Tinto que mostrou ser muita guerreira mesmo tendo suas limitações
conseguiu passar de fase. Próximo jogo da VinoTinto será contra o poderoso
México que esta muito bem no campeonato e quer a liderança, o jogo acontecera
na segunda (13) no NGR Stadium, uma briga pela liderança.
Por: Matheus Valle - @Mhfernandes89; e Gabriel Frello-
@gabrielcec__
0 Comentários