Faça Parte

Uma vitória para lavar a alma

Após uma sequência de dois empates, que evidenciaram uma evolução no Tupi – não pelo futebol apresentado, e sim por voltar a somar pontos no campeonato –, o jogo da 11ª rodada era uma "prova de fogo" para Estevam Soares e sua equipe. Embora fosse em casa e o adversário viesse de duas derrotas consecutivas, não dava para esperar "moleza" contra o Bahia, que tem pretensões muito maiores na Série B.

E o time mineiro conquistou uma bela vitória, voltando a somar três pontos depois de sete jogos de jejum, a primeira sob comando do novo treinador. Com o resultado, o Galo Carijó chegou aos oito pontos e se mantém na 19ª colocação da Série B, podendo deixar a zona de rebaixamento na rodada seguinte. O próximo adversário será o Avaí em um confronto direto na parte de baixo da tabela, novamente o time de Juiz de Fora jogará em casa.

O Alvinegro reencontrou o caminho das vitórias (Foto: Felipe Couri/tupifc.esp.br)
Com a saída inesperada de Heitor, que se transferiu para o futebol do exterior, e o desfalque de Helder, ainda se recuperando de lesão, a principal "dor de cabeça" para Estevam Soares era na defesa. O substituto mais óbvio era Euller, porém, o fato do jovem ainda não ter atuado como profissional pesou e o polivalente Bruno Costa – que vinha atuando na lateral  formou dupla com Rodolfo Mol. A vaga na lateral-esquerda, então, ficou para Wesley Douglas. 

No demais, o time só teve uma mudança em relação à última partida: Rubens no lugar de Thiago Silvy. Portanto, a equipe voltou a ter um homem de referência no ataque, o onze inicial foi alinhado no tradicional 4-3-2-1 (Rafael Santos; Henrique, Rodolfo Mol, Bruno Costa e Wesley Douglas; Rafael Jataí, Filipe Alves e Marcos Serrato; Vinícius Kiss e Hiroshi; Rubens.) 

O JOGO

A partida começou equilibrada, com as duas equipes buscando o resultado sem impôr superioridade sobre o adversário. Porém, com um erro individual de Rodolfo Mol na saída de bola, o Bahia teve as primeiras chances de gol. Aos 10 minutos, Thiago Ribeiro tocou para Juninho, que parou na defesa de Rafael Santos. No rebote, Hernane teve uma chance ainda mais clara, mas novamente o goleiro salvou seu time na finalização do Brocador. No escanteio, mais pressão e mais uma sequência de defesas de Rafael Santos na cabeçada de Jackson e o chute na pequena área de Thiago Ribeiro, que estava à frente e o bandeira parou a "britz" do time baiano ao assinalar o impedimento.

Após o susto, o Tupi colocou a bola no chão e tentou propor o jogo, mas encontrava dificuldades para furar o bloqueio adversário. Até que Hiroshi apareceu pela primeira vez na partida, aos 18 minutos, dano inicio a sua grande atuação individual. O meia roubou a bola, limpou dois adversários e utilizou a sua principal arma – o chute de fora da área  para inaugurar o marcador.

Com a vantagem no placar, o Alvinegro se animou e passou à tomar conta do jogo, criando mais uma boa chance de ampliar. Aos 23', Hiroshi descolou um belo passe para Vinícius Kiss, que saiu cara a cara com Marcelo Lomba, mas adiantou demais a bola e facilitou a defesa do goleiro. Os minutos seguintes foram de posse de bola no campo de ataque, porém, o domínio não foi o bastante para que o time conseguisse uma vantagem maior. 

No fim do primeiro tempo, a bola perdida por Henrique no meio campo gerou o contra-ataque ao adversário, que acabou nos pés de Renato Cajá e o meia carimbou a trave. Contudo, as equipes voltaram para o vestiário com o placar de 1 a 0.

O Galo Carijó voltou à marcar no início do segundo tempo (Foto: Felipe Couri/tupifc.esp.br)
A etapa complementar começou sem alterações nas duas equipes e da mesma forma que havia terminado a etapa inicial: poucas chances de gol e com o time da casa tendo mais posse de bola. Eis que o camisa 11 aparece novamente e, em falta sofrida por Rubens aos 6 minutos, Hiroshi bateu muito bem e Marcelo Lomba espalmou a bola, que ainda tocou na trave. No rebote, Marcos Serrato bateu de primeira, sem chances para o goleiro.

Após o gol, o Bahia teve que sair para o jogo e, consequentemente, teve o domínio da partida, mas era pouco efetivo. O Tupi, por sua vez, tinha boa atuação defensivamente e explorou os contra-ataques. Dessa forma, o time da casa teve chances de construir um placar mais elástico, em duas chances com Rubens. Aos 18', Hiroshi levou perigo em um chute da entrada da área, quase marcando seu segundo gol e o terceiro do time mineiro.

No entanto, nem tudo são flores, o Tupi não matou o jogo e ainda teria emoção até o fim. Aos 28 minutos, Estevam Soares mexeu pela primeira vez, tirando Hiroshi e colocando Recife. A alteração mostrou que o time passaria a apenas se defender e foi justamente o que aconteceu. Com isso, o adversário teve seu melhor momento na partida, criando chances para diminuir. 

A pressão durou até os 37 minutos, quando Rafael Santos trombou com Wesley Douglas e a bola sobrou para Luisinho, que colocou o Bahia novamente no jogo. Daí em diante foi um "Deus nos acuda" para o torcedor carijó, que temia mais um gol no fim de uma partida, o que esteve perto de acontecer em um cabeceio de Hernane. Após uma sequência de várias bolas alçadas na área, o alívio veio com o apito final do árbitro e, finalmente, o torcedor pode comemorar a vitória.

PONTO TÁTICO  Mais uma vez Estevam Soares escalou bem a equipe. A ausência de Heitor, o zagueiro que vinha tendo boas atuações com a camisa Alvinegra, não comprometeu o setor defensivo. As mudanças na escalação inicial foram bem feitas pelo treinador, que certamente fez a escolha mais responsável, escalando o experiente Bruno Costa no miolo de zaga. Na lateral-esquerda, Wesley Douglas entrou bem e mostrou que poderá brigar por posição, até mesmo na direita.

DESTAQUE POSITIVO – Apesar do bom desempenho coletivo de toda a equipe, pelo menos dois jogadores merecem maior destaque: Rafael Santos e Hiroshi. Não é atoa que o goleiro é atualmente o titular, contra o Bahia fez "milagres" no início do jogo e levou um gol em um lance confuso, é verdade, mas isso não apagou a boa atuação na maior parte dos 90 minutos. Se o camisa 12 garantiu lá trás, o camisa 11 foi "o cara" lá na frente. Hiroshi participou efetivamente dos dois gols e, mesmo sem estar 100% fisicamente, demonstrou que será muito importante para a equipe, é titular absoluto. 

Por: Marcelo Júnior || Twitter: @marcelinjrr

Postar um comentário

0 Comentários