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Passado e presente. Dia histórico, vitória gigante

“Mas quando o lado heroico do Atlético prevalece, ele sempre sai de campo glorificado” (Drummond, Roberto)

Fonte: Atlético/Portal Hoje em Dia
Quarta Feira, 24/07/2013, 39 minutos da etapa complementar, o Mineirão era um misto de aflição, medo, coragem, e esperança. A bola estava morta do lado esquerdo, nos pés de Júnior Cesar, que centrou a pepita para a área... ela viajou faceira, vadia, esperando um toque, Leonardo Silva se projetou, por centímetros não alcançou a terra prometida levando consigo mais alguns fios de esperança da Massa Alvinegra, alguns pediram penalty, outros se recusaram a continuar acompanhando. Mas Bernard, o pequeno Bernard acreditou (por todos nós), e no lado direito do ataque, ajeitou para dentro e mandando novamente, um raio de luz ou melhor a bola para área. O gigante Martin Silva ameaçou sair, mas ficou estático, preso pela força da gravidade, pelo peso de 65 mil vozes que lotaram o Mineirão, a bola novamente faz sua parábola, encontrou finalmente a cabeça do testa de ferro, do gigante Leonardo Silva (meio desequilibrado), e subiu, subiu, parecia que ela iria para fora, muita gente arrancou os cabelos, meu Deus estava alta demais, pensei atrás do outro gol, longe do lance. Mas a fé, todos sabemos move montanhas e ela moveu, reescreveu as leis da física, mudou trajetória da bola e a sorte do mais sofrido dos times.

Fonte: Globoesporte.com
Explosão, catarse, 10 milhões de epifanias, milagre. Atlético 2 x 0 Olímpia, a série estava empatada. Depois dali ainda viriam penaltys, o tiro de Gimenez explodiu na trave e a independência estava declarada.

Fonte: Sougalo.com.br/Daniel Teobaldo; Portal Impedimento
A história foi para uns ali escrita, para outros reescrita e o tão sofrido atleticano teve uma recompensa para a eternidade. O lado heroico do Atlético prevaleceu, o vento perdeu. A Libertadores era nossa. E hoje – 24/07 – fazem três anos dessa epopeia, desse épico escrito por muitas mãos, por cada jogador, dirigente, funcionário e principalmente por nós torcedores.

Os comandados de Marcelo Oliveira não poderiam render melhor homenagem senão vencendo um jogo dado como perdido por grande parte da crônica (tanto a mineira quanto a paulista) contra o líder do campeonato brasileiro, o estrelado Palmeiras que por ironia do destino era comandado pelo técnico Cuca. Logo hoje o reencontro com o antigo comandante. É seu Cuca, você caiu sem acreditar no que estava acontecendo agarrado a Nossa Senhora em vários momentos desse 24/07. Como foi bom te ver.

Fonte: Divulgação Atlético
O Galo foi a campo com Victor, Carlos Cesar, Leo Silva, Erazo, Fábio Santos (grande estreia), Rafael Carioca, Leandro Donizete (Yago), Lucas Cândido, Maicossuel (Luan), Robinho e Fred (Pratto). Marcelo surpreendia de certa forma a mandar um time um tanto quanto cauteloso, em uma formação com três volantes: Rafael Carioca posicionado como primeiro volante, logo a frente dos zagueiros, Leandro Donizete caindo pelo lado direito e Lucas Cândido pelo lado esquerdo montaram o triplete.

Com essa formação Marcelo Oliveira conseguiu corrigir um fato mencionado aqui pelo colunista na última rodada. Rafael Carioca atuando mais próximo dos zagueiros para executar a saída de bola é fundamental para o controle da partida, ponto para o técnico, identificou uma situação, recorreu à uma solução já executada, e consequentemente os resultados práticos foram visíveis.
E entendam, controle do jogo não tem nada a ver com posse de bola (Galo teve posse de 45%, trocando 235 passes – o jogo de menor número de passes trocados pelo alvinegro, contudo com percentual de acerto alto – 85%), controle tem a ver com construção e com esta simples correção de posicionamento o Atlético conseguiu esfriar o ímpeto inicial do Palmeiras que por ordem expressa de seu técnico, realiza uma pressão seja em ações defensivas no ataque ao adversário, seja em ações ofensivas com velocidade, trocas de posição, inversões de bola, ou seja, intensidade (cansamos de ver isso no Independência em 2012 e 2013, foi sob a gestão de Cuca que o místico “caiu no Horto tá morto” foi cunhado). Tanto que o Palmeiras apesar de chutar muitas bolas ao gol de Victor, nenhuma delas com real perigo, a exceção de uma bola melada já no final do primeiro tempo em que Victor abafou Eric que havia saído na sua cara.

Por outro lado no momento ofensivo o Atlético conseguia reter minimamente a bola, conseguia circular a pelota, mas ainda carece de maior aproximação entre seus jogadores. Robinho, Fred e Maicossuel se encontravam muito distantes dos demais setores da equipe. O passe no último terço foi problemático na medida que, a única chance do Atlético no primeiro tempo foi em uma bobeada da defesa do Palmeiras que entregou a bola nos pés de Robinho, que em um lance de futebol de salão pedalou, puxou para o lado, levantou a cabeça e disparou um chute forte no canto direito, obrigando o arqueiro palmeirense a realizar grande defesa. 

Fonte: Superesportes
Ademais, um fato deve ser mencionado, Robinho quando joga solto é um jogador importante. Dou meu braço a torcer, pois nessa mesma coluna fui crítico do camisa 7, cobrando do mesmo mais participação, o que querendo ou não vem acontecendo. Na segunda feira Robinho fez os gols da vitória contra o Coxa, e nesse domingo foi ele quem teve a clarividência em um passe de cinema de encontrar Leandro Donizete (quem diria General! Por ironia do destino coube à um remanescente de 2013 fazer o gol da vitória), que havia se esgueirado como um autêntico centroavante e para abrir o Placar aos 14 minutos do segundo tempo, com um leve toque na saída do goleiro. Palmeiras 0 x 1 Galo.


Fonte: Espm.com.br
Aos 24 minutos do segundo tempo ocorreu uma cena tão importante quanto o gol, Luan entrava em campo, depois de longo tempo parado substituindo Maicossuel. E com Luan, o espírito do time parece que se renova, os contra-ataques que não saiam passaram a sair, o lado direito da defesa de um Carlos Cesar já amarelado que sofrera muito na marcação de Roger Guedes, ganhou calma e o Palmeiras que já não conseguia criar nada passou a ter mais dificuldades. Com Luan em campo o Atlético ganhou estabilidade defensiva, sofreu pressão sim, mas as ações estavam controladas (Luan será fundamental para equilibrar o Atlético na escalada do Segundo Turno). Tanto que Cuca à medida que o tempo passava lançou ao jogo dois centroavantes abdicando totalmente da construção de jogadas, para apelar a cruzamentos (foram nada mais nada menos que 25 cruzamentos na área de Victor, boa parte deles sem perigo).

Aos 28 minutos Lucas Pratto entrou no lugar de Fred, que time no Brasil pode fazer uma substituição desse quilate? Acho que nenhum. Pratto também deu sangue novo ao ataque, descansado, brigando contra os zagueiros era a válvula de escape para os chutões de Victor, em um momento do jogo que a saída de bola qualificada era uma temeridade, ali, meus amigos 30 min do segundo tempo é bola para o mato, ainda mais com a marcação pressão empregada por um desesperado Palmeiras.

Os minutos passaram, a pressão se intensificou. Pratto, Luan e Robinho se viravam como podiam na frente, a linha de defesa e os três volantes seguraram as pontas atrás, e o Atlético com bravura, valentia e também com muita inteligência segurou uma vitória importantíssima, gigante. Vitória não de três, mas de 1.000 pontos em um dia de nostalgia, um dia que nosso lado heroico novamente prevaleceu, honrando a data mais importante de nossos 108 anos de história. Passado e presente se tornaram um só.

Como reza um dos cantos mais legais de nossa torcida, parodiando a banda Rappa: "Valeu a pena Galo, valeu a pena Galo...vamos ser campeões, vamos ser campeões".

Por: @Mhfernandes89
#SAUDAÇÕESALVINEGRAS

#AQUIÉGALO!

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