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Sem nevoeiro e sem gols


Precisamos encher a Arena da Baixada e com o apoio da torcida, vamos passar pela Chapecoense com certa facilidade”. Foi com esta declaração feita pelo atual presidente do Atlético Paranaense, Salim Emed, que o Verdão viajou até Curitiba para a partida de ida da terceira fase da Copa do Brasil, reencontrando o Furacão após o inusitado nevoeiro ocorrido no encontro das equipes no Brasileirão, que começou na quarta e terminou apenas na quinta à tarde.


Foto: GIULIANO GOMES/Gazeta Press

O duelo divide opiniões do torcedor Chapecoense, já que, se a equipe avançar na competição, perderá a oportunidade de disputar novamente a Copa Sul-Americana, em que, em 2015, o Verdão viveu momentos de glória e acabou eliminado no detalhe diante do River Plate, da Argentina.



Caio Júnior, por sua vez, pensando apenas em se afastar da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, já que a principal meta da equipe é se manter na elite do futebol nacional, mandou a campo uma equipe mista, mas que tinha alguns atletas considerados titulares até dias atrás, casos do goleiro Danilo, o lateral direito Gimenez e os atacantes Lucas Gomes e Bruno Rangel. Porém, a noite era especial para dois atletas, Matheus Biteco fez sua estreia com a camisa do Verdão, enquanto o meia Martinuccio fez sua primeira partida como titular da equipe.



Com a bola rolando, vimos uma Chapecoense sem medo de jogar na Arena da Baixada, com muita tranquilidade e forte marcação anulava as tentativas do Furacão abrir o placar. O jogo era equilibrado, tanto que a primeira chance veio apenas aos 20 minutos, quando Martinuccio, após bola espirrada da zaga, acreditou e só não marcou por que Weverton saiu para afastar o perigo.



Mas as melhores oportunidades da partida saíram dos pés dos donos da casa, primeiro aos 38 minutos com o volante Hernani, que chutou de muito longe, Danilo bem colocado fez a defesa e quase soltou nos pés de Pablo, mas o goleiro conseguiu desviar o trajeto da bola com o pé, jogando para escanteio.



A segunda chance de perigo veio um minuto depois. Sem conseguir se infiltrar na forte marcação da zaga Chapecoense, a única alternativa do Atlético eram os chutes de fora da área, e foi assim que o atacante Vinícius tentou surpreender Danilo, que fez a defesa parcial, mas deixou a bola escapar e em dois tempos se recuperou e segurou firme.



Para o segundo tempo, as equipes voltaram sem alterações e, com o apoio do torcedor, o Atlético se jogou para cima logo no início, buscando uma vantagem maior para a volta em Chapecó. Em quatro minutos os donos da casa assustaram por duas vezes, Sidcley chutando forte viu a bola passar raspando a trave esquerda de Danilo; já Pablo entrando em velocidade invadiu a área e só não abriu o placar por que Thiego fez o corte na hora H.



O técnico Caio Júnior não demorou muito para fazer a primeira alteração, Martinuccio ainda sem estar 100% deixou o gramado para a entrada do jovem Hyoran, que ganhava mais uma chance na equipe. A entrada do meia foi positiva, com sua principal característica, a velocidade, conseguiu criar grandes jogadas e o Verdão só não abriu o placar por que Weverton fez grande defesa ao sair nos pés de Josimar, não deixando o volante finalizar.



A bola do jogo caiu na cabeça do centroavante Bruno Rangel, o artilheiro da Chape no ano recebeu belo cruzamento de Lucas Gomes, se antecipou a zaga e cabeceou próximo a trave de Weverton, saindo pela linha de fundo. Nos minutos finais, o Verdão mandou na partida, impondo pressão e criando boas oportunidades de abrir o placar. Hyoran de primeira chutou raspando a trave, o meia tentou em seguida novamente, mas Weverton com o rosto defendeu e jogou em escanteio.


O Atlético só assustou nos minutos finais da partida, quando Vinícius chutou cruzado, Danilo falhou e espalmou para o meio da área, André Lima de carrinho jogou na trave, mas o árbitro já parava a partida, marcando toque de mão do atacante e fechando o placar em 0x0, assim como foi nos últimos dois encontros da equipe no Brasileirão.



O resultado em partes não foi tão ruim para os donos da casa, que tem a vantagem de qualquer empate com gols no jogo de volta, na próxima quarta-feira (27), às 19h30, na Arena Condá. Antes disso, a Chapecoense volta toda atenção para o duelo do domingo (24), quando recebe o Botafogo, concorrente direto na parte de baixo da tabela.



A partida contra o Furacão pode ser considerada a melhor da era Caio Júnior em virtude da dificuldade que é jogar na Arena da Baixada, principalmente pelo gramado sintético. O Verdão em momento algum mostrou estar com medo e, mesmo com o time misto, só não saiu com a vitória porque a fase de Bruno Rangel e do ataque é terrível. Para piorar, minutos antes do confronto veio a notícia que o atacante Silvinho está deixando a Chapecoense após aceitar proposta do futebol Coreano.



Para finalizar, um recado ao senhor Salim Emed. Procure saber e respeitar a Associação Chapecoense de Futebol, independente de time titular, misto ou até o Sub20, como o presidente Atleticano solicitou a Caio Júnior trazer a Curitiba. É a camisa da Chapecoense que está em jogo, ela é maior do que qualquer jogador que passou e que vai passar pelo clube.



Marcelo Weber || @acfmarcelo


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