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Vitória 2x3 Santos: 11 jogadores, 11 times


Brasileirão Série A 2016, 16ª rodada. O Vitória voltou a Salvador depois de um bom resultado em Curitiba contra o Atlético Paranaense. Com seu torcedor ansioso pela estreia de Cárdenas e torcendo para que o time de Mancini não oscile, a equipe, dentro de sua proposta, tentou com empolgação e vontade superar o bom elenco do Santos, mas sucumbiu diante de um adversário bem treinado e com mais qualidade individual.


RESUMO


Quando chego no estádio minha esperança é ver um Vitória bem consciente em campo, envolvente, sem dar espaços, jogando em conjunto, com bola no chão, minimizando as falhas por estar bem agrupado e formando um verdadeiro esquadrão de homens. Porém, a realidade é muito diferente disso. Mancini treina seu time dentro das convicções que ele tem do futebol, convicções que espelham muito o ano de 2008. Hoje ele utiliza ainda mais o jogo individual para todas as ações dentro de sua proposta.

SAÍDA DE BOLA E FASE DE CONSTRUÇÃO


É muito comum assistirmos ao goleiro Caique dar um chutão para frente porque o setor defensivo foi pressionado, seja em tiro de meta ou com bola rolando. Esse fato nos faz crer que Mancini não treina situações de jogo que chamamos de "Pressing". Você simula sistematicamente sua equipe sendo pressionada na saída de bola com até quatro jogadores, fazendo seu atleta procurar saídas rápidas e limpas com passes, recepção, movimentação e proteção de bola. Só Euller arrsicou isso ontem e foi feliz. Logo, se não treinamos esse tipo de situação, pulamos a FASE DE CONSTRUÇÃO. Nos restar lutar pelas primeiras e segundas bolas, para a partir daí tentar construir.

FASE DE CRIAÇÃO

A fase de criação pode ocorrer em qualquer terço do campo diga-se de passagem. O Vitória de Mancini trabalha essa fase com pouca aproximação e, quando o faz, é de até 10 metros de distancia e sem movimentação. O time é presa fácil para as linhas inimigas, com jogadores sempre estáticos nas suas faixas de campo. Nos resta as bolas longas e com elas aparecem os erros de passes. Quando a bola é retomada o time está muito espaçado e sofre contra golpes mortais dos adversários.

Levamos o terceiro gol do Santos dessa forma. O portador da bola no Vitória é deixado entre leões dos outros clubes. Os atletas passam a bola e vão se distanciando para esperar ser lançados. E esse outro que foi lançado novamente fica isolado, só restando ao mesmo a jogada pessoal.

TRANSIÇÃO OFENSIVA



O Vitória, apesar de usar três atacantes, continua lento na transição mesmo com bolas longas. A virtude de contra-ataques está em chegar na frente com, no mínimo, a mesma quantidade de jogadores que os defensores, mas o ideal é chegar com superioridade. Porém, no Vitória de Mancini, chegam um ou dois e não se tem a paciência necessária para trabalhar mais a bola e aguardar o posicionamento dos demais. Essa é uma característica que no jogo direto do treinador deveria ser letal, mas não é.

TRANSIÇÃO DEFENSIVA

Todo esse modelo de Mancini acarreta enormidades de falhas no setor defensivo, muito mais coletivas que individuais. Apesar dos encaixes inviduais nos setores, o time que joga espaçado vai defender da mesma forma e dar espaços a jogadores de bom nível técnico nunca é legal.

Dos pontas, que deveriam, pelo menos na fase defensiva, atuar na formatação de marcação a moda antiga, ou seja, voltar com os alas do adversário até o final, só Marinho cumpre isso. Dagoberto e Vander andam em campo na hora da recomposição.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Vitória que assisto são onze jogadores atuando entre si. Ou melhor, cada qual jogando seu futebol individualmente dentro de um esporte altamente coletivo. Mancini pode utilizar se quiser outros esportes coletivos e colher características de organização interessante as filtrando ao futebol, como o basquete por exemplo. A equipe não joga agrupada, tão pouco coletivamente. Jogadores ficam isolados com a bola, lutando por uma possibilidade de exito em confrontos contra dois ou três oponentes. Quando recebem suporte, a falta de costume os faz não enxergar e ou entender que a bola poderia circular melhor de pé para pé.

Hoje qualquer clube pode induzir o Vitória a ficar com a bola para simplesmente atuar no erro e nos espaços que estarão presente no campoSe a proposta do time até o final do ano for continuar no 4-3-3 com bolas longas e jogadas individuais nos flancos, então Mancini vai precisar estudar mais esse modelo, preparar um repertorio melhor para as viradas e maior aproximação no setor da bola. Um exemplo é deixar a bola com o adversário, marcar por zona e na retomada, usar as bolas longas com atletas que tenha a característica de lançador e com extremos que saiba fazer diagonais no tempo certo.

O Vitória é um time sem conexão entre os setores.


É isso aí galera!


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Por @AdsonPiedade

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