Superação, coragem, grandeza, emoção e igualdade, valores
que permeiam os Jogos Paraolímpicos. No Rio de Janeiro, de 7 a 18 de setembro,
a cidade estará mais colorida com as competições de vários paradesportos e o
Linha de Fundo preparou com muito carinho um guia.
Atletismo e Maratona
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O brasileiro Alan Fonteles (Foto:CBP/divulgação) |
As pistas do Engenhão ficarão pequenas para a qualidade dos atletas envolvidos nessa modalidade. Um dos oito esportes a estar nos Jogos Paralímpicos desde o início, em Roma 1960, o atletismo terá 1.100 competidores. As competições irão acontecer no Estádio Olímpico do Rio de Janeiro, ou Engenhão, do dia 8 ao dia 17 de setembro. No programa paralímpico, teremos provas na pista de 100 a 5.000m; e no campo, com saltos, lançamentos e arremessos. Ainda existe a maratona, que acontecerá pelas ruas do Rio, a qual tem o brasileiro Tito Sena como favorito.
A melhor marca do Brasil no atletismo foi em Londres 2012, quando o país conquistou sete ouros, oito pratas e três bronzes, ficando em sétimo no quadro de medalhas da modalidade. Teresinha Guilhermina, Petrucio Ferreira, Yohansson Nascimento, Daniel Tavares, Felipe Gomes, Alan Fonteles e Shirlene Coelho são esperança de medalha. Todas as provas são divididas por categorias, já que existem deficiências de todos os tipos ⎯ visuais, intelectuais e físicas. Existem numerações, especificações e classes em cada prova para facilitar a identificação da competição e do grau de deficiência de cada esportista.
Halterofilismo
Força e técnica são as principais características dos atletas desta modalidade. No programa paralímpico desde Tóquio 1964, o halterofilismo tinha apenas pessoas com lesões na coluna no início, mas ao longo dos anos foi se adaptando e hoje inclui outros tipos de deficiência, como hipertonia, ataxia, atetose, deficiência em membros (amputação), amplitude passiva de movimento diminuída, potência muscular prejudicada, diferença entre comprimento de pernas e baixa estatura combinada com outra deficiência. As mulheres participam desde Sydney 2000.
A competição, que será realizada no Riocentro, é disputada da seguinte forma: os atletas deitam de costas no banco e podem utilizar um ou dois auxiliares para levantar a barra de peso; quando o halterofilista estiver com controle total da barra, ele executa o levantamento e cada um tem três tentativas.
Triatlo
O Forte de Copacabana será o palco do triatlo durante os Jogos Paralímpicos. A mistura de três grandes e tradicionais modalidades forma essa competição, que une atletas na natação, ciclismo e corrida. Está será a primeira competição paralímpica do triatlo e terá características parecidas com o evento Olímpico. As distâncias serão de 750m de natação, 20km de ciclismo e 5km de corrida, atletas com diferentes deficiências estarão envolvidos. Teremos eventos em três classes para os homens (PT1, PT2 e PT3) e três para as mulheres (PT2, PT4 e PT5).
Hipismo
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(Foto: Flickr) |
A história entre homem e cavalo já é antiga e, com essa relação, veio o investimento na reabilitação de pessoas com deficiência e, utilizando essa ótima parceria, surgiu o hipismo paralímpico, que está no programa dos Jogos desde Atlanta 1996. Assim como na Olimpíada, homens e mulheres batalham lado a lado pela medalha e, de acordo com cada deficiência, os atletas utilizam uma "ajuda", seja com selas adaptadas ou pessoas que apoiam os deficientes visuais. São cinco categorias e, quanto menor o número da classe, maior a deficiência.
• Classes Ia e Ib: cadeirantes, atletas com pouco equilíbrio do tronco e/ou deficiência nos quatro membros ou sem equilíbrio do tronco e boas funções dos membros superiores.
• Classe II: cadeirantes ou pessoas com alto grau de deficiência motora no tronco, com boas funções dos membros superiores; além de atletas com alto grau de deficiência no braço e leve deficiência na perna ou grave deficiência unilateral.
• Classe III: normalmente os atletas conseguem se locomover sem auxílio. Têm deficiência moderada unilateral ou deficiência moderada nos quatro membros e comprometimento severo do braço. Deficiência visual total ou severa.
• Classe IV: atletas com deficiência em um ou dois membros ou alguma deficiência visual.
Vela
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(Foto: CBP/Divulgação) |
A corrida de barcos à vela iniciou no século XVII, porém, em
1996, Atlanta, esse esporte foi posto como demonstração nos Jogos Paraolímpicos.
A competição destinada a atletas com deficiência visual e/ou física entrou para
o calendário oficial na edição seguinte, em Sydney, 2000. Os barcos devem
seguir nas regatas um percurso montado na Marina da Glória em menor tempo,
contam com o vento para terem sucesso nas provas, no período de 12 a 17 de
setembro. Há um sistema de classificação funcional, o qual considera os
aspectos relativos à estabilidade corporal e amplitude do campo de visão para
categorização das embarcações que não segrega os gêneros.
• 2.4mR: tripulado por um único atleta, que pode
ter uma deficiência mínima.
• SKUD 18: barco
para dois tripulantes paraplégicos, um com deficiência severa e outro com
deficiência mínima, sendo que é obrigatória a presença de uma mulher.
• Sonar: classe para três atletas. Cada um recebe
uma pontuação que varia de um a sete, de acordo com seu grau de deficiência. O
conjunto não pode somar mais que 12 pontos.
Canoagem de velocidade
Esta modalidade estreia
na Paraolimpíada no Rio 2016. A bordo de caiaques, atletas com deficiências
físico-motoras classificados a partir do seu potencial de movimentação para as
regatas separam-se em KL1, KL2 e KL3 e percorrem 200m, em linha reta, no menor
tempo. Nos dias 14 e 15, na Lagoa Rodrigo de Freitas, ocorreram seis provas com
disputa de medalha dos Jogos Paraolímpicos.
Remo
Acompanhados de um anjo da guarda, o timoneiro, os atletas
das três classes percorrem mil metros em linha reta. Os barcos são modificados
de acordo com suas adaptações, podendo ser tripulado por um, dois ou quatro
remadores, e o uso de próteses e órteses são regulamentados. As provas
acontecerão na Lagoa Rodrigo de Freitas do dia 9 ao 11 de setembro.
• Skiff individual A: para atletas com deficiência no
tronco e nas pernas, cuja mobilidade se restringe aos ombros e aos braços.
• Skiff duplo TA: destinada a atletas que realizam movimentos
com o tronco e os braços. A prova é realizada em duplas formadas por um homem e
uma mulher.
• LTA: para atletas que usam as pernas, o tronco e os
braços para a remada. Esta categoria inclui até duas pessoas com deficiência
visual. A embarcação é ocupada por quatro integrantes, sendo dois homens e duas
mulheres, além de um timoneiro, independente do sexo e não precisa ter
deficiência.
Natação
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O nadador brasileiro multicampeão, Daniel Dias (Foto: Estadão) |
No calendário paraolímpico desde a primeira edição dos
Jogos, em 1960, Roma, a natação é um dos esportes mais tradicionais. Entre os
dias 8 a 17 de setembro no Estádio Aquático Olímpico, os brasileiros André
Brasil e Daniel Dias mergulham nas águas e são a nossa maior esperança de
medalhas. Seja 50m a 400m, independente dos quatro estilos (livre, costas,
peito ou borboleta) e da prova, revezamento ou medley, os nadadores devem
buscar o menor tempo.
É o esporte com o segundo maior número de atletas, apenas
atrás das delegações de atletismo. Os nadadores são agrupados em 14 classes
funcionais e é proibido o uso de próteses durante a competição. Os grupos são
definidos através das características de força muscular, mobilidade articular e
motora (S1 a S10) e capacidade visual (classes S11 a S13), quanto maior a
deficiência, menor a classe.
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