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Botafogo é humilhado em casa e está eliminado da Copa do Brasil

Em julho do ano passado, após a eliminação do Botafogo na Copa do Brasil, em casa, para o Figueirense, escrevi um texto que mais foi um desabafo. Nele, fiz questão de ressaltar que a relação Botafogo - Copa do Brasil, era a pior possível. O clube é, provavelmente, o recordista no quesito eliminações traumáticas. Já posso adiantar, um ano depois, que a relação continua péssima. Afirmo isso instantes após uma exibição vexatória do Alvinegro (mais uma) na competição amaldiçoada. 

O Botafogo recebeu, na noite desta quinta-feira (01), na Arena Botafogo, sua casa até o fim da temporada, o Cruzeiro, em partida válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil. O que aconteceu não era esperado nem pelos botafoguenses mais pessimistas (por natureza, já carregamos uma dose de desconfiança, contudo, há aqueles que superam o nível de negativismo). Bom, após um primeiro tempo, até certo ponto equilibrado, o qual terminou empatado, o Alvinegro simplesmente se desencontrou na etapa final. Vários fatores podem ter contribuído para o apagão (se é que podemos classificar desta forma). Antes mesmo do início do segundo tempo, de forma imprudente, Renan Fonseca (sempre ele), cometeu um pênalti que, consequentemente, deu origem ao empate cruzeirense, já nos acréscimos. Pois se isso era motivo para tirar qualquer alvinegro do sério, o pior ainda estava por vir. É melhor até continuar em um outro parágrafo. 

Aos 3 minutos do segundo tempo, Sassá marcou um gol legal, que, no entanto, foi anulado pelo bandeira, que de forma inacreditável, enxergou o atacante em posição adiantada. Foi um erro grosseiro, tendo em vista que o lance não era difícil. Dez minutos depois, o Cruzeiro virou o jogo. Como? Com gol contra do zagueiro Emerson. Noite péssima para a defesa botafoguense. Neilton, segundos após, marcou e igualou o placar, dando aos alvinegros um 'fio de esperança'. Mas o sopro parou por aí. Em apenas sete minutos, a equipe mineira, comandada por Mano Menezes, havia marcado mais duas vezes e adquirido uma confortável vantagem para a partida de volta (sim, terá mais um jogo). Sem esboçar reação, o Botafogo ainda sofreu o quinto gol, já nos acréscimos. Foi o tiro de misericórdia. 


Ábila, carrasco, comemora gol cruzeirense (Foto: Celso Pupo/ Fotoarena/ Lancepress!)
Não há, em sã consciência, um torcedor que acredite na improvável classificação. Para que tal reviravolta ocorra, o Alvinegro precisará fazer, em um Mineirão lotado, no mínimo 4 a 0. Já era, né? Aliás, não era nem para ter uma partida de volta. Elimina por W.O. e tudo fica 'bem'. 

Com o 5 a 2 inimaginável, o 'Glorioso' agora volta a se concentrar única e exclusivamente no Campeonato Brasileiro, o qual luta, desde a primeira rodada, contra o rebaixamento. E esse deve ser o foco do Alvinegro no ano. Eu sempre disse que o objetivo do Botafogo na temporada era manter-se na elite do futebol brasileiro. Inclusive, acho que o clube foi longe na Copa do Brasil, uma vez que chegou às oitavas de final sem um elenco capacitado para disputar mais de uma competição. Também sempre frisei que jamais, em hipótese alguma, o time considerado titular deveria ser escalado na competição traiçoeira. Contudo, a eliminação não precisava ser tão dramática, penso. Estamos cansados de tantos vexames nesse torneio. E não são poucos. 

A goleada imposta pela Raposa confirma o que todos nós já sabemos: Renan Fonseca não pode barrar Joel Carli (o argentino está à disposição). O barbudo também não pode ser o capitão do time. Jair Ventura mostrou estar perdido quando, por exemplo, substituiu Neilton por Rodrigo Pimpão (aquele tipo de alteração que só forma interrogações na mente). Ao tirar o contestado Bruno Silva e colocar Leandrinho na vaga, o técnico abriu demais a equipe, e foi aí que Mano Menezes fez a festa. Eis a diferença. 

Fica, a cada edição disputada, a certeza de que o Botafogo não nasceu para disputar a Copa do Brasil. Ela nos odeia. Eu, caso fosse o presidente, baniria o torneio do calendário alvinegro. Isso seria possível? O clube é obrigado a disputá-lo? Fato é que a derrota humilhante afasta ainda mais a torcida, que de nada tem culpa. No domingo, às 16h, devemos ver uma Arena vazia e sob olhares desconfiados diante de um forte Grêmio. #PrayForBotafogo 

FICHA DO JOGO

Botafogo 2
Sidão, Luis Ricardo, Renan Fonseca, Emerson Santos, Diogo Barbosa; Airton (Canales), Bruno Silva (Leandrinho), Rodrigo Lindoso, Camilo; Neilton (Rodrigo Pimpão), Sassá. Técnico: Jair Ventura. 

Cruzeiro 5
Rafael, Lucas, Manoel, Bruno Rodrigo, Edimar; Ariel Cabral (Lucas Romero), Henrique, Robinho, Arrascaeta, Rafael Sobis (Rafinha); Ábila (Willian). Técnico: Mano Menezes.

Estádio: Arena Botafogo (RJ). 
Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP). 
Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Herman Brumel Vani (SP). 
Gols: Sassá (37' do 1º T), Ábila (45' do 1º T), Robinho (13' do 2º T), Neilton (14' do 2º T), Ábila (18' do 2º T), Robinho (21' do 2º T), Henrique (46' do 2º T). 
Cartões amarelos: Emerson Santos (Botafogo); Ábila (Cruzeiro).
Público: 4.956. 
Renda: R$ 143.920,00. 

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