“A verdade dói, a mentira mata,
mas a dúvida tortura”.
A frase de Bob Marley resume a
sensação do palmeirense sobre a partida contra o Grêmio pela Copa do Brasil
mais do que qualquer lance que tenha acontecido durante os noventa minutos. A
dúvida em questão, lógico, é o quanto o Verdão realmente está interessado e
disposto dentro da competição que venceu no ano anterior.
Foi com essa tortura que o
palmeirense precisou conviver ao longo da semana e, principalmente, ao longo do
jogo. Apesar de dizer que a prioridade é o Brasileirão (e com razão), nenhum
jogador ou membro da comissão técnica diz abrir mão do mata-mata. Na prática,
porém, a postura em campo deixou essa dúvida.
Verdão sofreu em Porto Alegre. (Foto: Goal) |
Exceção feita aos primeiros
minutos, quando tocou bem a bola e quase marcou com Zé Roberto, o Palmeiras
pouco fez para merecer coisa melhor nesta noite de quarta-feira. Foi dominado
por boa parte do tempo e teve uma com noite horrível de Dudu, Vitor Hugo, Tchê
Tchê, Moisés e Gabriel Jesus, para citar alguns.
Enquanto o tempo passava, a
dúvida do real interesse do elenco pairava na cabeça de cada torcedor
alviverde. Nem deu para questionar o primeiro gol gremista, um chute de rara
felicidade do questionado Ramiro. O segundo veio na sequência, naqueles lances
de azar (nosso) e sorte (deles) que terminou dentro do gol de Jailson. Isso
ainda no primeiro tempo.
Com uma noite horrível e com
riscos do placar aumentar, é de agradecer aos céus o pênalti sofrido por
Gabriel Jesus - com perdão do trocadilho -, e convertido por Zé Roberto. O gol
que deu vida a um Palmeiras que deixa dúvidas se queria essa vida. O desempenho
continuou péssimo e, se tivesse mais um gol no jogo, ele dificilmente seria
verde.
Pelo menos Cuca mostrou querer
algo mais. Colocou o time no ataque, abriu totalmente mesmo correndo risco de
um terceiro gol que dificultaria demais uma virada em São Paulo. O placar não
se alterou e a dúvida seguirá torturando até o jogo da volta quando, com
campeonato nacional avançado, será mais fácil decidir se entra com força máxima
ou abre mão da Copa do Brasil.
O palmeirense, otimista e
empolgado por natureza, ainda que corneteiro de vez em sempre, vai acreditar
que foi apenas uma noite ruim. Vai até lembrar a semifinal do ano passado
contra o Fluminense, quando viu o adversário abrir 2x0 e descontou, também de
pênalti, também com Zé Roberto.
Em casa, o Verdão deve jogar com
a raça tradicional que tem marcado as campanhas recentes. De qualquer forma,
caso opte em focar mesmo no Brasileirão, é melhor abrir a opção para o
torcedor. Afinal, a verdade pode doer, mas mentir pode matar. E nesse caso, a
morte é sinônima de eliminação.
O
DESTAQUE: Em uma noite que o time parecia distante, talvez pensando mais no
Santa Cruz do que no jogo em si, quase todos erraram lances bobos. Pela frieza
ao bater o pênalti em um momento delicado na partida e pela disposição de
sempre, fico com Zé Roberto.
BOLA
MURCHA: O
time todo fez uma partida estranha, mesmo assim não houve nenhuma atuação
desastrosa a ponto de responsabilizar o resultado. Como a principal dificuldade
foi manter o controle do meio-campo, boa parte disso tem a ver com uma noite
ruim de Tchê Tchê, sempre importante na transição com o ataque.
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