(Foto: Reuters) |
Depois do 6 a 0 na Inglaterra há duas semanas atrás,
todos imaginavam que o Arsenal conseguiria mais uma vitória – não na mesma
medida – contra o Ludogorets, mesmo o jogo sendo na Bulgária. Uma simples
vitória classificaria o Arsenal para a próxima fase. Além disso, o time contava
com a volta de Ramsey e Giroud ao time titular após lesões e do lateral
Jenkinson após alguns períodos de empréstimos. Tudo estava ao nosso favor.
Estava. Parece que seria mais um daqueles jogos em que
o Arsenal iria "arsenar" e deixar escapar uma chance clara e fácil de
vitória. O time búlgaro em 15 minutos já tinha feito 2 a 0 com Cafu (aquele
mesmo que jogou no São Paulo e na Ponte Preta) marcando um gol e depois
chamando Gibbs para dançar, antes de cruzar para Keseru aumentar.
Nesse momento, um filme passava pela cabeça do
torcedor... Parecia que estávamos vivendo novamente o jogo contra o Dínamo
Zagreb na temporada passada, quando a partida terminou 2 a 1 para os croatas;
Parecia que novamente iríamos desapontar os torcedores quando a expectativa era
grande e o jogo era "fácil".
Entretanto, os jogadores mostraram uma reação e
provaram que estão dispostos a sair desse paradigma de que o Arsenal é um time
que morre na hora H; o time que joga bonito, mas que não consegue os
resultados; e que querem fixar essa ideia que podem, sim, chegar mais longe do
que às oitavas. E essa é uma característica que eu, particularmente, não sentia
no time há algum tempo.
O jogo era contra um adversário limitado? Sim, era.
Mas isso já havia acontecido em outras temporadas e a equipe não conseguira
buscar o resultado. A reação começou com Xhaka, que aproveitou o cruzamento de
Özil, aos 21 minutos. Após o gol, o Arsenal aumentou o poderio ofensivo, mas
não conseguia uma chance de clara de gol – muito por que Alexis estava
encurralado na forte marcação.
Mesmo assim, conseguimos sair do primeiro tempo com o
placar empatado. Graças a Giroud, que fez o gol após um cruzamento de Ramsey,
que parece que o colocou com sua mão de tão preciso que foi. É bom ter o galês
de volta. A expectativa em torno dele é grande, ainda mais pela grande Eurocopa
que fez. Mas o melhor estava por vir.
Mesmo com a reação, o time ainda estava com esse
fantasma do "arsenar novamente" na cabeça. Em raras falhas da dupla
Kostafi, Wanderson – o melhor jogador do time búlgaro – teve duas chances de
desempatar a partida, mas parou em Ospina, que mais uma vez mostrou que pode
sim ser útil e fez outro bom jogo. Mas calma, isso ainda não é o melhor.
O mágico de Öz ofereceu 15 segundos de pura magia a quem assistiu ao jogo. (Foto: Reuters) |
Já no final da partida, Elneny conseguiu recuperar a
bola e deu um lindo passe para Özil, que cortou toda a defesa búlgara e
resultou no alemão sozinho contra o goleiro. Em um ato de classe e mágica,
nosso maestro deu um chapéu no goleiro Borjan, fingiu que ia chutar para deixar
os dois defensores do Ludogorets no chão, para então completar para o gol
vazio.
Foram 15 segundos de pura mágica na Ludogorets Arena,
que serviram para mostrar que Özil deve renovar sob qualquer custo e que nessa
temporada por mais que essa fantasma do fracasso possa nos perseguir novamente,
lutaremos para que ele seja aniquilado. Tentamos falhar hoje, assim como nos
outros anos, mas dessa vez foi diferente. Os jogadores querem que provar que
hoje, sim, vão brigar por glórias que o torcedor não vê há um longo tempo.
A situação no grupo não é complicada. A classificação
para a próxima fase já está matematicamente garantida e dependemos apenas de
nós para terminar em primeiro do grupo. Basta vencer o PSG (adversário da
próxima rodada) no Emirates, que teremos o topo de nossa chave na competição.
Twitter: @PLBrasil_LF / @sergiostn
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