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Noite histórica, Chapecoense chega a grande final da Copa Sul-Americana

Foram 20 dias de ansiedade, angústia e de muita confiança para a região Oeste de Santa Catarina. Depois de entrar para a história por ser o primeiro Catarinense semifinalista de uma competição Internacional, a Chapecoense queria mais, o adversário mais uma vez vinha da Argentina, desta vez o tradicional San Lorenzo.
Foto: Divulgação ESPN
Na partida de ida, jogando no Nuevo Gasômeto, um grande resultado para o Verdão, o empate de 1x1 e o gol fora de casa, davam a vantagem de jogar pelo empate sem gols na partida de volta em Chapecó.

Nesses longos 20 dias, muita coisa aconteceu, foram três duelos válidos pelo Campeonato Brasileiro, três vitórias e nenhum gol sofrido, uma defesa sólida, segura e que contava com a grande fase do goleiro Danilo.

Depois da grande vitória sobre o São Paulo no último domingo (20), Chapecó respirava a Copa Sul-Americana, já na segunda feira, os ingressos para a geral estavam esgotados, com isso a diretoria abriu a venda para uma parte da ala Sul, destinada para os visitantes.

Nesses três dias, a ansiedade só aumentava, junto a insônia, e o pensamento totalmente na partida. A diretoria chamou o torcedor para mais uma recepção, com sinalizadores e fogos de artificio.

Ao amanhecer do grande dia, as horas pareciam ser inimigas, o ponteiro insistia em não andar, na concentração aos poucos o torcedor começava a aparecer, fazendo uma grande festa quando o ônibus com os jogadores chegavam a Arena Condá.

Com a Arena lotada, após o apito do árbitro, iniciava os 90 minutos mais importantes da história da Chapecoense, com a vantagem conquistada na partida de ida, o resultado classificava a equipe para a grande final. Em um primeiro tempo equilibrado, quem teve maior posse de bola eram os visitantes, que partiam para cima em busca do gol para reverter a vantagem.

A pressão do Ciclón parava na segura defesa Chapecoense, e na grande fase de Danilo, que aos 19 minutos após chute cruzado de Mas pela esquerda, fez grande defesa e salvou o Verdão. A resposta veio aos 25, quando Thiego recebeu livre e completou para o fundo das redes de Torrico, mas a comemoração durou poucos segundos, o auxiliar levantou a bandeira marcando impedimento do zagueiro. A Chape melhorou na partida, aos 34 foi a vez de Gil assustar, depois de belo corte na zaga, e chutou, passando muito próximo da meta.
17 mil torcedores lotaram a Arena Condá e empurraram o Verdão para a grande final.
Faltavam apenas 45 minutos para o torcedor Chapecoense comemorar a classificação, precisando do gol, Aguirre sacou Corujo e colocou o atacante Blandi em campo. E como era de se imaginar, foi o San Lorenzo que voltou pressionando.

Logo aos 4 minutos, Blandi percebeu Danilo antecipado e arriscou de muito longe, o goleiro se recuperou pulando para espalmar em escanteio. Quando não é Danilo, quem salva é a trave, após cruzamento em diagonal, a bola passou por todo mundo e explodiu na trave.

A Chape não conseguia criar jogadas de ataque, e jogando fechadinha, tentava segurar de qualquer jeito a pressão do Ciclón. O tempo passava, e o torcedor Chapecoense aguardava ansioso para o apito final do árbitro, que soou aos 48 minutos, mas não para o final da partida, o Uruguaio Daneil Fedorczuk marcou falta de Josimar em Ávila, era a última bola da partida, na cobrança, a bola caiu nos pés de Blandi, que finalizou, Danilo opera um milagre, em seguida Thiego afastou, salvando o gol e carimbando mais uma folha do passaporte Chapecoense, agora para a grande final da Copa Sul-Americana.
Foto: Reuters/Paulo Whitaker
A Chapecoense é a sexta equipe brasileira a chegar em uma decisão da competição, aguardando a partida da noite desta quinta-feira (24), entre Atlético Nacional e Cerro Porteño, na Colômbia, a partida de ida ficou no empate em 1x1.

É uma noite histórica para Chapecó e região, muitos jamais imaginariam ver a equipe que brigava para ter um calendário cheio em tempos passados, desrespeitada pela imprensa Catarinense, chegar a uma final de uma competição Internacional, restam apenas duas partidas para o título da Copa Sul-Americana.

Foi difícil conter a emoção, o aperto no coração no chute de Blandi, e o alívio após a grande defesa de Danilo, a Arena Condá teve uma noite histórica, uma festa maravilhosa do torcedor. A má notícia dada pelo presidente Sandro Pallaoro em entrevista coletiva após a partida, foi que na final não existe nenhuma possibilidade de ser disputada em Chapecó, por conta da capacidade exigida de 40 mil torcedores, Curitiba e Porto Alegre brigam para receber a grande final no dia 07 de dezembro.


Marcelo Weber || @acfmarcelo

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