Alô, alô amigo leitor, sócio-torcedor do Linha de
Fundo, como diriam os mais velhos, para facilitar o troco, fizemos um post
2x1 a respeito da participação alvinegra
na Flórida Cup: Derrota para Bayer e vitória contra o Tampa. Ao final de ambos
os pós-jogo daremos notas aos jogadores com mais minutos em campo, com uma
breve avaliação do vestibular alvinegro em terras americanas.
Atlético 0 x 1 Bayer
O jogo começou cheio de expectativas por parte da
torcida alvinegra, que queria ver se algum prata da casa iria se destacar,
talvez um volante para ser aproveitado na equipe principal, talvez ou a
recuperação dos considerados “experientes” da equipe principal, como Patric (o
mais contestado de nós torcedores), Lucas Cândido, e o Carlos.
Fonte: Goal.com |
Entretanto, mas o que ficou claro é que com pouco
tempo de trabalho, o treinador Diogo Giacomini, que será assistente de Roger
Machado na equipe principal, deu uma consistência tática para a equipe,
associada à clara noção de como neutralizar as principais armas da equipe Alemã
e que ele estudou bem a equipe Alemã.
No início do jogo, logo aos 3 minutos, o meia Thalis
lançou o atacante Elder que arriscou de fora da área, mas foi um chute sem rumo
que passou bem longe da meta Alemã. Na sequência do primeiro tempo, o que vimos
foi a equipe do Bayer Leverkusen pressionando e chegando de diversas maneiras,
e o Galo se defendendo como podia com unhas e dentes.
Era notória a diferença entre uma equipe composta em
sua grande maioria, por jogadores Sub-20, contra outra que jogou completa, com
titulares que está disputando a Liga dos Campeões da Europa. Mas taticamente, o
nosso Galo jogou bem, com as linhas defensivas compactas quando estava sem a
posse de bola, e na transição ofensiva, certa organização para criar jogadas,
mas por falta de qualidade e talvez até entrosamento entre os jogadores, não
foram muitas chances de gol criadas.
A superioridade técnica do Bayer não se concretizou em
gols devido as grandes atuações de Jesiel, Rodrigão e do goleiro Uilson, que
transmitiu muito mais segurança que em jogos da temporada passada. O Bayer
chegou diversas vezes e de diversas formas pelas laterais do campo, pela
entrada frontal da área, mas Jesiel esteve em um grande dia e não sentiu o peso
de enfrentar uma grande equipe europeia, e afastava o perigo assim como Leonan
que também transmitiu segurança na lateral.
Fonte: Goal.com |
Durante o primeiro tempo, o Galo chegou poucas vezes
ao ataque, e quando chegou, foi através de bolas paradas, hora por faltas, hora
por escanteios. Em jogadas que o meio tentava criar, sempre parava na forte
marcação dos alemães. Um susto que a defesa do galo levou ainda no primeiro
tempo, aos 30 minutos, foi em um chute de longe do meia Çalhanoglu que obrigou
Uilson fazer boa defesa, mas a bola sobrou no pé de Brandt que chutou forte
obrigando Uilson fazer grande defesa outra boa intervenção, dessa vez mais
segura sem dar rebote. Logo após esse lance, na tentativa de dar a resposta,
Elder recebeu a bola e lançou Carlos que ficaria cara a cara com o goleiro, mas
estava impedido.
Ainda no primeiro tempo, no ultimo minuto, falta
perigosa contra o Galo. Çalhanoglu (talvez dos melhores cobradores de faltas do
mundo – quem joga Fifa sabe... rs) cobrou com perfeição, mas por azar do
jogador da equipe Alemã, a bola bateu na trave e o árbitro apontou o fim do
primeiro tempo. Desse modo, E o que vale destacar é que mesmo que o Bayer tenha
criado mais chances de gol que o Galo, o Sub-20 do Galo alvinegro não facilitou
o trabalho, muito pelo contrário. Leonan enfrentou feito gente grande,
jogadores como Belarabi (jogador da seleção Alemã) e, Julian Brandt, Kampl que é um meia completo de muito
talento. E também destacar a excelente partida do zagueiro Jesiel que esteve
muito atento e principalmente corrigindo as falhas do sempre decepcionante
Patric. Jesiel foi firme, e isso para um zagueiro é suficiente para tarimbar
uma boa apresentação.
Fonte: Vavel |
No segundo tempo o Bayer voltou a campo já com várias
alterações, mas não mais fraco. Manteve o nível técnico e tático, controlando
bem a posse de bola e levando alguns perigos ao gol alvinegro, porém a defesa
do Galo permanecia atenta, mas em um lance, aos 6 minutos do segundo tempo, em
que Chicharito se posicionou bem dentro da área entre a jovem defesa do Galo,
ele recebeu cruzamento de Çalhanoglu e cabeceou (fundamento mais letal da
eterna promessa mexicana) para marcar o gol que deu a vitória à equipe Alemã.
Depois do gol, o jogo seguiu morno, com e equipe do
galo bem postada em campo, sem se desesperar. Aos 20 minutos Patric errou na
saída de bola e o Bayer ia criando mais uma chance de gol, se não fosse o
sempre atento Jesiel (mais uma na conta do folclórico lateral direito), poderia
colocar na conta do Patric a ampliação do placar. Aos 26 minutos de dentro da
área Pohjanpalo chutou forte e rasteiro obrigando Uilson fazer grande defesa. A
partir daí que o Galo conseguiu chegar mais vezes ao ataque. Aos 31 minutos em
jogada de Capixaba, que entrou no lugar do meia Thalis, o zagueiro do Bayer,
Danny da Costa, antecipou ao atacante Elder e afastou a chance do empate
atleticano. Em seguida o Galo conseguiu criar oportunidades com o atacante
Capixaba, mas no momento do ultimo passe, pecava muito e faltava aquela
tranquilidade para a conclusão do lance. Ainda no finalzinho do jogo em bela
jogada pela direita, Capixaba cruzou na área e João Figueiredo furou o chute
que poderia dar igualdade ao placar e levar a partida para os pênaltis.
Atlético 2 x 0 Tampa
Passados dois dias o alvinegro foi a campo contra o
time norte americano do Tampa Bay (quem dera se fossem os Bucaneers do futebol
americano, pelo menos teríamos um navio pirata no estádio), que meus amigos
como diria o Pascoal da Fox Sports e a galera do 98 Esportes é pra lá de "VARZEANO"
a começar pelo goleiro piloto de fórmula truck e pelo lateral esquerdo ala-pivô
de time de basquete, por outro lado esse time nos deu a oportunidade de ver
atuando o Joe Cole, aquele mesmo, inglês que o Galvão Bueno na Copa de 2002
acreditava que era maior revelação do futebol mundial... Galvão e suas
Galvonices!
Enfim, o Galo que não tem nada com isso, entrou em
campo com peças diferentes, mantendo a estrutura com três volantes (alinhada em
um 4-1-4-1 - novo esquema da moda). Os escolhidos por Diego Giacomini foram
Uilson, Patric, Rodrigão, Jesiel e Leonan, Natan, Ralph, L.Cândido, Capixaba,
Carlos e Elder. A notícia boa dessa escalação sem sombra de dúvidas foi o
garoto Ralph, o mais novo da turma, e pra quem acompanha as categorias de base,
já deveria ser titular do júnior há muito tempo em detrimento dos mais velhos e
mais "normais" Cícero e Matheus Roldan, inclusive eu diria que o
garoto na atual ausência de volantes, deveria ser aproveitado desde já pelo
técnico Roger Machado, pois o mesmo guarda características importantes ao
estilo de jogo do gaúcho, é um volante apoiador de bom passe e boa saída.
E essa saída de bola decorrente da entrada do Ralph
deu ao Atlético um jogo muito mais controlado, de aproximação.
O jogo começou amarrado, a bola batendo nos dois
times, contudo por mais que nossos meninos estivessem nervosos, os americanos,
mais do que isso são ruins de bola demais. Tanto que aos sete minutos da
primeira etapa, o garoto Leonan, em uma jogada de ponta, aplicou dois dribles
desconcertantes em um João qualquer, rolou para Capixaba que chutou cruzado, o
Fórmula Truck até buscou, mas o próprio Leonan até como prêmio à boa Flórida
Cup que realizou pegou o rebote abrindo o placar ao alvinegro. Galo 1 x 0
Tampa.
Fonte: Globo.com |
A partir daí os meninos foram soberanos, com controle
total do meio campo, contudo sem efetividade, havia excesso de aplicação como
no jogo frente aos alemães, mas a criação ainda pecava. Talvez o técnico
Giacomini tenha sido cauteloso demais, talvez fosse o caso de iniciar a partida
sem o Natan, primeiro volante quase terceiro zagueiro que ficou quase sem
função tamanha inoperância do time americano, e com o Thalis formando um trio virado
atrás de Elder com Carlos e Capixaba.
No primeiro
tempo as demais chances para se ampliar o placar se resumiram a cobranças de
falta de Leonan, sempre perigosas. E a costuradas do Capixaba que acabaram
esbarrando no goleiro, nas pernas dos adversários ou no estádio dos Bucaneers
(rs). O menino precisa ser muito bem lapidado, pois naquela posição a diferença
de se virar um Bernard e um Marion é tênue. O garoto é bom de bola, é
habilidoso, mas precisa de mais treinamento para aplicar a habilidade nata em
efetividade, às vezes da a impressão que o ponta da um, dois dribles, mas não
sabe o que fazer em seguida, ou sabe e toma a decisão equivocada, algo
relacionado a noção de espaço (onde estou, onde estão meus adversários e onde
estão meus companheiros).
No segundo
tempo a tônica foi semelhante e coincidência do futebol, quase aos 7 minutos
agora do segundo tempo, o candidatíssimo a bola de ouro, Patric cobra falta
lateral e o zagueiro Rodrigão sem esforço algum cabeceia para o fundo da rede.
Fatura liquidada, Galo 2x0.
Fonte: Globo.com |
Depois disso, mil substituições. Daniel e Thalis
entraram, os garotos poderiam ter dado mais dinâmica ao jogo, mas o time
claramente perdeu em entrosamento não criando assim chances muito claras.
Talvez o único susto tenha sido uma recuada esquisita do zagueiro Rodrigão ao
goleiro Uilson que quase resultou em um gol contra daqueles de filme dos
trapalhões. Mas o goleiro se recuperou a tempo.
Concluindo, como diria Lulu Santos, a Flórida Cup não
foi tão ruim, mas também não foi tão boa assim. Virtudes táticas e deficiências
técnicas definiram os dois jogos do torneio do Mickey, dando talvez um sabor
agridoce à mistura alvinegra.
Vamos às notas:
Uilson: 8 -
Foi exigido demais na primeira partida e respondeu com segurança.
Patric: 2 -
Infelizmente só folclore, um jogador dedicado e nada mais.
Jesiel: 8 -
Primeira partida pra lá de decente, exigido contra grandes atacantes. Merece
mais chances com Roger Machado.
Leonan: 9 -
Talvez o melhor jogador alvinegro nessa competição, aproveitou bem a chance,
demonstrou bons fundamentos para a lateral. Talvez Roger o use como reserva
imediato de Fabio Santos, usando o Danilo no meio campo como sinalizou nos
treinos.
Natan: 6,5 –
Regular cumprindo bem seu papel tático como primeiro volante, mas tecnicamente
não acrescenta muito - um adendo, é 1.000x melhor que o seu irmão Werley, se
bem trabalhado pode virar jogador.
Lucas Cândido: 4 - Esse perdeu uma boa oportunidade para se firmar, não foi
bem.
Roldan: 6 - Regular,
nada mais.
Ralph: 7 - Como
disse acima tem características que chamam mais atenção que todos os outros
volantes citados, eu acredito inclusive que na volta do time para Belo
Horizonte deveria integrar os profissionais, e na ausência de contratações ser
escalado ao lado de Rafael Carioca no plantel principal. Menino bão de bola!
Capixaba: 6,5 -
Muita dedicação, fez muita fumaça, mas pecou na definição das jogadas, precisa
ser lapidado.
Thalis: 5,5 -
Meia foi muito tímido em ambas as partidas, talvez tenha sentido o peso da 10.
Merece ser observado na volta, pois tem talento, bate bem demais na bola.
Carlos: 4 - A
falta de criatividade atrapalhou a vida do atacante, mas mesmo assim suas
atuações foram abaixo do que se espera.
Elder: 4 -
Centroavante de área bem normal, talvez um empréstimo para um time menor seja o
caso, visto que terá poucas chances no plantel principal com todos os nomes da
posição que temos no elenco
Diogo Giacomini: 7,5 - Consistência tática exemplar, defesa muito bem postada,
mas faltou um pouco de ousadia em alguns momentos mesmo contra o forte Bayer.
Saudações Alvinegras e até a próxima jornada!
Por: @tardelly88, @mhfernandes89 e Vingadores LF
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