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Insistir em Janssen é "dar murro em ponta de faca" – até Poch já percebeu isso

Um dos principais responsáveis pela boa fase recente do Tottenham é o seu poderio ofensivo, onde conta com um dos melhores atacantes da atualidade, cujo Harry Kane foi o artilheiro da Premier League na temporada passada. O nível das atuações se mantém nesta temporada e o inglês se recolocou na briga pela artilharia mais uma vez com o hat-trick anotado diante o West Brom. Porém, nem tudo são flores: Vincent Janssen vive totalmente o oposto e sequer foi relacionado para o certame.

Janssen foi uma das principais contratações dos Spurs para a temporada (Foto: Divulgação/Tottenham Hotspur via Getty)
No início da temporada, o centroavante holandês foi contratado junto ao AZ Alkmaar, por cerca de 20 milhões de euros. Apesar de jovem, foram valores considerados altos para um jogador que certamente viria ser reserva, sem nunca ter tido tamanho desafio na carreira. A expectativa, porém, era que atacante pudesse resolver um problema no elenco comandado por Maurício Pochettino: A 'Kane-dependência'.

Seja qual fosse o contratado, dificilmente alguém poderia ameaçar a titularidade de Kane, que cada vez mais vai se consolidando como um dos melhores atacantes do futebol mundial. Mas não havia dúvidas que o camisa 10 precisava de um substituto que ao menos amenizassem o sofrimento que as suas eventuais ausências trazem. Assim como a carência, os números de Janssen na temporada passada justificam a sua contratação: Foram 30 gols em 46 jogos na Eredivisie – 27 na Eredivisie, onde foi o principal artilheiro.

O centroavante teve uma temporada dos sonhos na Eredivisie (Foto: Laurens Lindhout/VI Images)
Após o excelente desempenho, criou-se a expectativa que o técnico argentino pudesse até testar uma nova formação na equipe, atuando com os dois artilheiros juntos eventualmente. Na prática, porém, o jogador ainda não justificou nem a sua vaga entre os suplentes. Foram apenas três gols até então – todos em cobranças de pênalti – e é a maior decepção entre os que chegaram no início da temporada.

Há de se relevar, é claro, o pouco tempo do jogador em Londres. Porém, está mais do que óbvio que o atacante é limitado tecnicamente, as perspectivas são poucas no qual poderá dar certo num campeonato tão competitivo e, logo na temporada de estreia, o jogador não pode reclamar que não teve mais oportunidades do que podíamos imaginar – ou será que alguém previa a lesão do Kane?

A ausência do principal jogador, inclusive, coincidiu com um dos piores momentos do time na temporada. A tamanha ineficiência do reserva fez com ficássemos reféns de Son, que não deixa de ser um excelente jogador, mas nunca foi um artilheiro. O coreano teve uma sequência jogando como "falso-nove" e chegou a marcar vários gols por um curto período. Ficou nítido que a chegada de Janssen ainda não era o ideal para ser a sobra de Kane.

Entretanto, relevei as péssimas atuações, esperei um pouco mais e tive a boa vontade de acreditar que o atacante pudesse repetir o sucesso de outros jogadores vindos do futebol holandês, até o jogo válido pela FA Cup. Apesar de ser um clube tradicional, o Aston Villa não vive grande momento, foi rebaixado na temporada passada e não dá indícios que retornará à Premier League na próxima temporada, estando no meio da tabela da atual Championship. Era a oportunidade ideal para poupar titulares e testar jogadores que vem atuando com pouca frequência.

Tottenham's Dele Alli comes on as a substitute to replace Vincent Janssen
Poch deu a cartada certa para evitar o indesejável 'replay' na FA Cup (Foto: Action Images via Reuters)
Dentre eles, Janssen era um dos que mais precisavam mostrar serviço, apareceu no 'onze inicial' e havia a expectativa que pudesse aproveitar a oportunidade. Mas, após 60 minutos de uma atuação pífia, podemos dizer que o jogador decepcionou mais uma vez. A consequência disso foi a primeira substituição: Alli entrou em seu lugar. Com a alteração, Son voltou a atuar como homem mais avançado, a equipe teve seus melhores momentos no jogo e finalmente conseguiu furar a retranca adversária, vencendo por 2 a 0.

No jogo passado, Poch resolveu deixar o jogador de fora até do banco de reservas, demonstrando que não apenas nós perdemos a paciência. Sinceramente, espero errar feio, mas me arrisco a dizer que insistir nele é "dar murro em ponta de faca". O fato é que, ao fim desta temporada, ainda restarão mais três anos de contrato. Talvez um empréstimo do holandês seja a melhor forma do clube recuperar o dinheiro desperdiçado em sua contratação – contando com a sorte – e a procura por uma "sobra" de Kane continuará.

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#COYS

Por: Marcelo Júnior


Twitter: @marcelinjrr / @SiteLF / @LFEuropa

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