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Atlético 3x0 Tombense – Um novo começo


Depois da magra vitória sobre o América de Teófilo Otoni e da fatídica partida da última quarta-feira contra nossos rivais, o Galo fez ontem seu primeiro jogo fora de casa pelo campeonato mineiro. A peleja aconteceu na cidade de Muriaé-MG contra a equipe do Tombense, que veio de uma vitória contra o Tupi, em Juiz de Fora.

O Atlético entrou em campo com Giovanni no gol, na defesa Marcos Rocha, Felipe Santana, Gabriel e Fábio Santos, os meias de contenção Rafael Carioca, Yago e Danilo Barcelos (novidade da escalação), o meia de ligação Cazares e no ataque Lucas Pratto e Fred.

Fonte: Portal Superesportes























Para quem gosta de números, 4-3-1-2 com um losango desenhado no meio campo, o que corresponde exatamente ao que o técnico Roger Machado falou sexta-feira em entrevista coletiva na Cidade do Galo. Para ele será difícil jogar com três atacantes desguarnecendo o meio campo.

Disse mais o comandante alvinegro, nas palavras dele: “na frente da trinca de marcadores é preciso um jogador que faça o enganche com os dois jogadores do ataque”. Foi exatamente o que aconteceu hoje. Rafael Carioca, Yago e Danilo Barcelos formaram a tal trinca, e a Cazeres coube à função de fazer a ligação entre a defesa e o ataque, alimentando Pratto e Fred, com o argentino tendo mais liberdade para se movimentar.

Amigo, temos um esquema tático, que em muitos aspectos tem que evoluir, mas é um começo. Foi uma boa tentativa do técnico Roger em dar certo equilíbrio a equipe. E talvez até tenha sido um ensaio à entrada de Elias, formando essa trinca de apoiadores, seja no lugar de Yago ou no lugar de Danilo.

Fonte: Portal Superesportes
Contra o Tombense o esquema funcionou muito bem, o Atlético abriu o placar logo aos 4 minutos do primeiro tempo. Após cobrança de escanteio, Felipe Santana chutou para o gol, o goleiro rebateu e a bola sobrou para o estreante Danilo Barcelos que mandou para a rede adversária. Que estrela do garoto, gol na estreia.   O Atlético fez o segundo gol aos 45 minutos da primeira etapa, Gabriel foi lançado e recebeu sozinho na área, tocou para o meio e Danilo Barcelos chutou para marcar novamente.

O 2x0 na primeira etapa poderia sugerir um domínio absoluto do Atlético, não foi bem assim, o Tombense chegou a ter 63% de posse de bola contra 37% do Galo, segundo dados da ESPN, e marcou um gol (mal anulado) que seria o empate. O atacante Daniel Amorim, em posição legal, fez o gol de cabeça, mas o árbitro Ronei Cândido Alves marcou impedimento.

O Tombense tinha uma clara proposta de explorar as falhas da defesa atleticana, por isso foram muitos lançamentos nas costas dos laterais, muitas vezes deram certo e a bola cruzava perigosamente a área do Galo. A defesa ainda precisa de muitos ajustes, pois venhamos e convenhamos, era a Tombense.

No início da segunda etapa, com 1 minuto e 55 segundos, Fred arrumou de tomar um cartão amarelo completamente desnecessário, talvez por isso tenha sido substituído por Otero aos 11 minutos, e o venezuelano aproveitou a oportunidade, minutos após entrar, depois de um primoroso lançamento de Danilo Barcelos com um chute de primeira, de peito de pé, na veia para encobrir o goleiro Darley, uma pintura, um golaço.

Fonte: Globo.com
A partir daí o jogo voltou ao controle alvinegro, e transcorreu morno até o apito final, o Tombense sem forças para reagir e o Atlético mais que satisfeito com o resultado. Três destaques do jogo: O óbvio, Danilo Barcelos, dois gols e uma assistência. Lucas Pratto, o melhor em campo, atacou, ajudou a defesa na marcação com roubadas de bola. É um grande jogador, é o cara mais sem mimimi atuando no futebol brasileiro, ele cumpre a função tática, não reclama, não faz encenação, luta o jogo inteiro. Grande jogador o Lucas Pratto. Aos cornetas de plantão, não há como Pratto ficar de fora desse time, Roger que se vire para achar um lugar onde o argentino se encaixe.Além de uma menção honrosa para Marcos Rocha, que fez incríveis lançamentos, longos, difíceis. Ele muitas vezes falha na marcação, mas não dá para negar que tem recursos técnicos interessantes.

Destaques negativos: Felipe Santana, que mal posicionado deu condições ao atacante Daniel Amorim no gol indevidamente anulado pela arbitragem. É um zagueiro que não passa nenhuma confiança, dificilmente será titular do time. Pela lateral esquerda, Fábio Santos errou muitos passes, não apoiou o ataque e mesmo assim permitiu que vários lançamentos às suas costas. Nesse ponto contou com a boa cobertura de Yago, que saiu contundido aos 30 minutos do primeiro tempo e depois de Ralph, que entrou e não comprometeu.

Para finalizar um breve comentário sobre o esquema tático, como disse acima e o próprio Roger Machado falou nas entrevistas, vamos de 4-3-1-2. Na aritmética tudo bem, os números meus amigos sem certa coerência são apenas números, não são nada sem boa execução. No jogo de sábado, o problema foi a marcação na saída de bola do time adversário. Essa marcação começa a ser feita a partir da linha de meio de campo pelos jogadores de ataque. Fred dá o primeiro combate, com Cazares na sobra e Pratto um pouco mais atrás, o desenho formado pelos três é o de um triangulo.

O problema dessa abordagem é que dá condições ao adversário de trabalhar a bola usando a metade do campo, sem ser incomodado. É muito espaço, e que consequentemente dá condições para o adversário propor o jogo e empurrar o Atlético para o campo de defesa. Contra o Tombense funcionou, mas confrontos mais duros virão, contra Santos, Palmeiras, Grêmio, contra esses times não dá para dar tanta liberdade. Algo que o técnico Roger terá que trabalhar nesse mês antes do início da Libertadores.

Para fins de comparação, na seleção brasileira Tite joga com a chamada marcação alta, ou seja, os jogadores da seleção brasileira começam a marcação já no goleiro adversário: Se ele está com a bola à marcação chega nele; se passa para o zagueiro, a marcação chega ao zagueiro e os jogadores ficam todos bem próximos uns dos outros, quase todos no campo do adversário, que fica sem opção e dá o famoso chutão pra frente. Assim a posse de bola volta para a seleção brasileira, que vai novamente ao ataque.

Para início de trabalho o 4-3-1-2 funciona para dar estabilidade e consistência defensiva a um time claramente desequilibrado pelo trabalho executado por Marcelo Oliveira em 2016. Mas terá que evoluir muito.

Fonte: Globo.com
Essa evolução pode ser alcançada com o tempo, com treinos, e até com o amadurecimento do nosso comandante. Os jogadores também precisam se conscientizar que a marcação cabe a todos, como disse o próprio Roger Machado: “títulos se ganham pelo ataque, mas se constroem pela defesa”.

Por: Carlos Eduardo Oliveira, @Mhfernandes89  e Equipe Vingadores LF

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