O futebol italiano tem sua essência própria. As
diferenças existentes dentro da Itália tornam os campeonatos internos únicos.
Acompanhar o Calcio é uma religião. Uma das minhas paixões é ver a Juventus
descer e enfrentar os times do sul do país. Ontem (08), enfrentamos o Crotone
lá na Calábria e conseguimos sair com a vitória pelo placar de 2x0.
Crotone é uma cidade litorânea, foi lá que Pitagoras
(aquele do teorema, “a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da
hipotenusa”) criou sua escola de matemática e é a terra do Football Club
Crotone, time que leva o nome da cidade, que fez uma boa campanha na Série B do
ano passado (culminando no acesso inédito) e na Coppa Itália passada complicou
o Milan em pleno San Siro, quase aprontando (levou o jogo para a prorrogação,
onde os donos da casa levaram a melhor).
Obviamente difícil comparar o poderio financeiro do
Crotone com um time médio da Itália, quiçá contra a Juventus. Todo país tem
essas diferenças financeiras. Na Bundesliga é difícil ver os times da antiga
Alemanha Oriental terem sucesso. Portugal limita-se a três grandes em duas
cidades (Lisboa e Porto). Na Espanha não é necessário pensar demais: Madrid e
Barcelona dominam. Na Itália temos essa diferença financeira entre o norte e o
sul, que reflete nos times do Campeonato Italiano. Dos 20 times da Série A TIM,
três são do sul da Itália: Palermo, Cagliari (ilha da Sardegna) e o Crotone.
Dos três, o Palermo e o Crotone estão na zona de rebaixamento e disputarão a
Série B ano que vem (só um milagre os salva).
Para o jogo, Allegri modificou um pouco o time da
Juventus (comparado aos 11 que iniciaram a partida contra a Inter), iniciando o
jogo da seguinte forma: Buffon, Dani Alves, Bonucci, Rugani, Asamoah; Khedira,
Rincón, Pjaca, Dybala, Mandzukic; e Higuaín. Retorno de Dani Alves ao time
titular após sua recuperação; Asamoah dando descanso a Alex Sandro; Rincón
iniciando a partida pela primeira vez; e Pjaca, que inicia um jogo pela
primeira vez também após sua recuperação.
Pjaca em ação no jogo contra o Crotone. Atuação discreta do promissor atacante croata. Foto: Juventus.com |
Desde o início a Juventus dominou o jogo. A posse de
bola era esmagadora e o Crotone apenas recuava suas linhas. Com certa
displicência, sabendo da superioridade técnica, a Juventus não era tão incisa e
o placar ficou em branco no primeiro tempo.
No intervalo o time deve ter percebido que era a hora
de fazer valer o domínio em campo ou então veríamos escapar dois pontos
valiosos. A pressão aumentou e em jogada de Dani Alves pela direita, Asamoah
cabeceou e no rebote do goleiro, Mario Mandzukic abriu o placar.
Em belo passe de Rincon, Higuain foi frio ao driblar o
goleiro e decretar o placar final de 2x0 para Juventus contra o Crotone no jogo
atrasado por conta da final da Supercopa da Itália contra o Milan. Uma Juventus
fria e calculista como de costume.
Destaque para a torcida do Crotone, que mesmo sabendo
que vai cair para a Série B deu show. Cantou e apoiou o time os 90 minutos.
Claro que, para um time que disputa a Série A pela primeira vez tudo é
novidade, mas não deixa de ser bonita a atitude dos adeptos.
A torcida da Juventus também marcou presença. Muito
distante de Torino, com certeza teve bianconero que viajou mais de 1.000 km até
o sul da Itália e ainda teve a participação da torcida bianconera local. Lembro
que a Juventus é o time com maior torcida da Itália a décadas.
Com o resultado, a Juventus abriu sete pontos de
vantagem para a segunda colocada Roma e nove pontos para o terceiro colocado
Napoli. A vantagem da tranquilidade para a sequência da temporada.
Sobre a polêmica da arbitragem do jogo Juventus e
Inter, deixo apenas duas frases que li e achei bem pertinente: "Na Itália, quando você não tem capacidade de
derrotar a Juventus, a culpa sempre é do árbitro" e a outra é a capa
do Tuttosport de hoje: "Gli altri bla bla e la Juve bum bum"
(algo como: "os outros ficam de
conversinha e a Juventus não perdoa").
Próximo jogo da Juventus será no domingo contra o
Cagliari lá na Sardegna.
Fino alla fine, FORZA JUVENTUS!
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