Muito mais do que um gladiador (foto: Tuttosport.com) |
Era uma vez... Clichê que
serviu para iniciar histórias épicas de várias épocas e locais onde a narrativa
fazia da personagem fictícia um imortal ser. O futebol tem seus heróis que usam
chuteiras como espada ou escudo à defesa de um reino de torcedores fanáticos,
muitas vezes sem nem mesmo alcançar a glória do gol. Mario Mandzukic não é nenhum
Lorde, Sir, Don ou de qualquer casta bem nascida, pelo contrário, com suor,
nada de lágrimas, pois não as demonstra, o croata superou adversários internos
e externos para se tornar indispensável para a Juventus técnica e taticamente.
A saga em bianconero começou em 2015 na vaga de Tevez
(este sim da casta dos atacantes da Argentina), o centroavante já com muitos
títulos e gols por "todo onde" no reino da bola e em busca de novos
objetivos, em sua chegada a Itália logo foi visto com desconfiança por boa
parte dos juventinos que temiam uma nova seca de tentos. O título da Série A e
diversos gols vieram, mas sob a sombra do pequeno gigante Dybala
("maldita" casta argentina) o bruto Mario era coadjuvante nas
batalhas, todavia isso jamais foi problema para o jogador que teve suas
palavras marcadas não em papiros, mas aos ouvidos e olhos de testemunhas:
"Não tente ser o melhor da equipe,
tente ser o melhor PARA a equipe".
A época 2016/2017 chegou, com ela Higuaín a preço de
milhões de moedas de ouro, este também de terras argentinas e que logo se
transformou em destaque no setor de ofensivo de batalha da Juve em dupla com
Dybala. Mandzukic não se rendeu e mesmo como arma alternativa dava suor e
sangue a ponto de que o comandante da tropa, Massimiliano Allegri, mudar a
formação de batalha para a inserção do croata de "baixa casta" pela
falta da explosão física e técnica de Paul Pogba, vendido também a preço de
quiçá quantas terras, posses e animais aos ditos Diabos Vermelhos não deixou
saudades, como cantam os alvinegros do norte italiano.
Allegri reconheceu a necessidade de mudar o fronte de
batalha e alinhou Higuain como ponta de lança e o tridente com A Vespa
Cuadrado, A Joia Dybala e ele, Mario, mesmo com o ceticismo de muitos, deu
certo e os resultados seguem vindo. Mandzukic é um guerreiro maleável que não
só ataca, mas recua até a linha de meio e fecha junto com Cuadrado uma faixa de
quatro quando em fase defensiva, mudando assim do 4-2-3-1 para o 4-4-1-1
se sem a esfera que muda vidas e sonhos e substituindo taticamente o que fazia
nesse lado o francês citado antes e criando superioridade na faixa esquerda
perante o lateral adversário que nunca tem a altura nem a força para lidar com
o "plebeu" que se tornou indispensável para a disposição tática e
técnica da Juventus em seu período de forma e de luta em busca da conquista que
seria épica de todo o continente com o qual os juventinos sonham.
De apenas bruto, o lutador, voluntarioso, dedicado a
tudo e todos para o bem dos seus, Mario Mandzukic pode vencer nada ou tudo, mas
quem conquistou em outros lugares e que ainda quer vencer e para isso entrega
todas as suas forças em campo e até faz os seus tentos virou indispensável...
Mesmo não sendo um nativo local, este receberá sem
dúvidas o titulo de Juventino, na essência do ser dentro e fora do retângulo
verde.
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