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Juventus, Palermo, inspiração argentina e 50 anos de Baggio

Na última sexta-feira (17) a Juventus enfrentou o Palermo em Turim, pela 25ª rodada do Campeonato Italiano. A partida foi adiantada para que a Juve se preparasse melhor para o jogo contra o Porto, lá em Portugal, pelas oitavas-de-final da Champions League.

Massimiliano Allegri colocou a Juventus em campo da seguinte forma: Buffon; Dani Alves, Benatia, Bonucci, Asamoah; Khedira, Marchisio; Sturaro, Dybala, Pjaca; Higuain. Chiellini teve um estiramento na coxa na partida contra o Cagliari e não jogou. Sua presença também é incerta contra o Porto.

Dani Alves teve mais uma oportunidade de iniciar a partida para ganhar ritmo após sua lesão. Desde a contratação de Rincon, Sturaro não iniciou sequer uma partida no time titular e viu seu espaço ser bem reduzido e, para completar, Pjaca iniciou a partida precisando mostrar mais futebol.

O traço mais marcante dessa Juventus penta campeã italiana é não dar chances para equipes menores roubarem pontos. Novamente nessa temporada percebemos poucas oportunidades para essas equipes de menor expressão durantes os jogos. Contra o Palermo não foi diferente.

Logo aos 12 minutos de jogo, a Juventus bateu falta na intermediária, lançando a bola para a área, Higuaín bateu de primeira e o goleiro Posavec do Palermo fez a defesa, no rebote Cláudio Marchisio abriu o placar de perna esquerda.

Ainda no primeiro tempo, a Juventus subiu a marcação na saída de bola do time da Sicilia. Após vacilo da defesa, Sturaro roubou a bola e sofreu falta na entrada da área. Paulo Dybala cobrou a falta com maestria, indefensável, colocando a bola no ângulo esquerdo do goleiro da sua ex-equipe. Dois a zero para a Juventus e Dybala não comemorou o gol em respeito a seu passado.

Dybala não comemorou seus gols contra o Palermo. Foto: Juventus.com
Já no segundo tempo, aos 62 minutos de jogo, a Juve fez boa jogada pelo lado direito do ataque, Dybala deu belo lançamento para Higuaín, que deu um toque sutil e letal por cima de Posavec, que nada pôde fazer. Foi o terceiro dos bianconeri.

Desde a mudança de esquema que Allegri efetuou do 3-5-2 (vezes 4-3-2-1) para o 4-2-3-1, em todos os jogos contra times menores a Juventus não deu chance para os adversários. Joga em ritmo lento, controlando o jogo e marcando nos momentos em que as oportunidades surgem.

Para finalizar a inspiração argentina, quase no final do jogo, o Palermo tinha a bola no campo de ataque e em uma cobrança de lateral. Em péssimo recuo para o zagueiro, ele falhou na frente de Higuaín, que arrancou com a bola desde o meio-campo, com o zagueiro em sua marcação, deixou a bola com um toque de classe de calcanhar para Dybala, que marcou o quarto gol da Juventus. Ainda teve tempo para o Palermo fazer seu gol mais inútil de todo o campeonato e completar o placar do jogo.

Neste momento, não há nenhum torcedor bianconero que critica os 90 milhões de euros pagos por Gonzalo Higuaín. Melhor jogador do time nesta temporada! Temos sorte por ter Pipita do nosso lado.

Se hoje, no ataque, temos a qualidade de Dybala e o faro de gol de Higuaín, do início até a metade da década de 90 tivemos a honra (e ele teve a honra de jogar pela Juventus) de ter Roberto Baggio no nosso ataque.

Roberto Baggio, no Delle Alpi, com seu prêmio de melhor jogador do mundo de 1993: nostálgico!
Os tempos eram outros. O campeonato italiano era o maior campeonato local do mundo. No período em que Baggio atuou pela Juventus, Maradona e Careca jogavam pelo Napoli, o Milan tinha seu esquadrão com Baresi, Maldini, Albertini, Rijkaard, Gullit e Van Basten e a Inter tinha Matthaus e Klinsmann (sem contar a Sampdoria com suas boas campanhas). Eram outros tempos.

Com seu famoso corte “rabo de cavalo”, Roberto Baggio foi definido por Platini como um “camisa 9,5”. Isso porque o italiano rondava as posições características do camisa 10 e do camisa 9. Era, ao mesmo tempo, um meia muito habilidoso e um atacante com um feroz faro de gol.

Baggio foi comprado (a seu contragosto) junto a Fiorentina por 18 milhões de Liras Italianas, um recorde para a época. Teve ótimos números, sendo campeão da Copa da UEFA de 1993, da Copa da Itália 1995, do Campeonato Italiano de 1995 e da Supercopa da Itália 1995. Baggio ainda foi eleito o melhor jogador do mundo do ano de 1993.

Muito mais que o pênalti perdido na final da Copa do Mundo de 1994, Baggio foi um jogador genial. Ficou de 1990 a 1995 na Juventus, fez parte de um ataque com Ravanelli, Vialli e viu o surgimento de um tal Alessandro que veio do Padova. Muito provavelmente, por conta desse Alessandro foi vendido (novamente a contragosto) pelo mesmo valor que foi comprado ao Milan. Lippi preferia o tal garoto, com menos lesões.

Gostaria de ter visto os dois por mais tempo juntos! Quem sabe se Baggio, com menos lesões e Del Piero, a história das finais da UCL do final da década de 90 teriam sido outras. E, pelos seus 50 anos (completados no último dia 18) aqui fica minha homenagem a este craque.

Próximo jogo da Juventus é quarta-feira, contra o Porto! Finalmente chegou!

Fino alla fine, FORZA JUVENTUS!

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