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Atlético 100% no Mineiro

Depois do jogo de ontem cheguei a uma conclusão inevitável, somos bipolares. Alternamos momentos de extrema tristeza, provocada pela fraquíssima atuação do Galo em Mendoza, contra o péssimo time do Godoy Cruz, com momentos de extrema alegria, pelo que vimos ontem no jogo contra a também fraquíssima equipe do Tupi de Juiz de Fora.

Precisamos de um “Zoloft”, ou algo parecido, para lidarmos com essa montanha-russa de emoções que é o Clube Atlético Mineiro, que, invariavelmente, joga bem em casa e mal fora de casa.

Ao contrário do que aconteceu na Argentina, em que o time entrou em campo com zagueiros, volantes e atacantes e, assim, ficou sem nenhuma criatividade no meio de campo, ontem tivemos Cazares no lugar do volante Danilo. Com isso tivemos ligação entre os setores do time, articulação no meio de campo. Quase todas as bolas passavam pelo equatoriano, que, além da criação, roubou a bola do adversário no lance que deu origem ao segundo gol do Atlético.

Esperto, após tomar a bola, Cazares passou para Robinho, que deu um drible desconcertante no zagueiro adversário e tocou à direita do goleiro, marcando um belo gol.

Robinho já havia participado da jogada que deu origem ao primeiro gol. Num passe que deu pra Otero, que dentro da área não conseguiu dominar a bola, mas, digamos, ajeitou para o atrapalhado volante Marcel dar um chutaço, a bola bateu no travessão e quando tocou a grama já estava dentro do gol.

Foto: globoesporte.com
O primeiro tempo foi assim, quase completo domínio do Galo, com exceção para duas bolas lançadas na área, uma num escanteio em que a defesa atleticana não cortou e o zagueiro do Tupi cabeceou, a bola bateu no travessão, e uma outra bola que bateu nas costas do atacante do Tupi e foi pra fora.

Além do Cazares no meio de campo outra mudança ocorreu no posicionamento do meia Elias, que desde que chegou ao Atlético vinha jogando em uma única posição, volante, sempre no campo de defesa do Galo. Acontece que, jogando de volante, volante mesmo, só com função de marcar, o Elias é um jogador comum, nem mais, nem menos.

Contra o Tupi foi diferente, Elias apoiou o ataque, apareceu na área adversária e foi premiado com uma bola rebatida que ele chutou de primeira para fazer um belo gol, quase no fim do jogo.

A essa altura o Galo já vencia por 3 a 0. O terceiro gol foi marcado pelo zagueiro Gabriel, que, após cobrança de escanteio de Cazares, chutou para a rede a bola que sobrou livre para ele quase na pequena área.

Foi 4 a 0 em ritmo de treino. Tudo definido no primeiro tempo, porque o segundo tempo seguiu arrastado. O Galo feliz com a vitória parcial e o Tupi sem nenhuma força para reagir.

Sem força e sem time para reagir, para se ter uma ideia da fragilidade do adversário basta observar o jogo do nosso valente zagueiro Felipe Santana, que não cometeu nenhum daqueles erros absurdos que costuma cometer. Bom, isso no primeiro tempo, porque no segundo o zagueiro não se antecipou a uma bola que bateu no gramado e simplesmente o encobriu, sorte que foi parar nas mãos do goleiro Giovanni, que impediu o gol do Tupi.

Para não dizer que não falei de Fred, ele jogou bem, não fez gol, mas participou bastante do jogo.

Destaque também para o retorno do Luan, o menino maluquinho voltou a jogar depois de um longo período no departamento médico.

Pelo Galo o melhor em campo foi o Cazares, que articulou muito bem as jogadas de ataque do Galo. Menção honrosa para Robinho, que também jogou bem.

Do Tupi destaque para os belos nomes, o meia JáJá era. O zagueiro Edmario, filho de um saudoso torcedor dos tempos em que jogavam Edmundo e Romário. E o atacante Flávio Caça-Rato, o CR7 da zona da mata.

Quanto à nossa bipolaridade, precisa ser tratada. O Dan Nepomuceno precisa contratar com urgência um psicanalista. Jogadores, técnico e até o Belmiro, o massagista, precisam ir para o divã. Isso porque o time não pode ficar nessa: Joga bem em casa e fora de casa não joga.

O Campeonato Brasileiro está próximo, o Atlético precisa se preparar para vencer os jogos na casa do adversário, principalmente os times de menor expressão. Não dá para ganhar o Brasileirão vencendo apenas os jogos no Independência.

Depois dessa constatação freudiana, não custa dizer que o Galo está 100% no mineiro, sete vitórias em sete jogos. Isso deve ser visto com reservas, porque o Campeonato Mineiro não é referência para outros campeonatos, mas funciona muito bem para que o time adquira ritmo de jogo.

O Galo alcançou a vitória de número 100 no novo Independência, desde a sua reinauguração em 2012 foram 147 jogos, com 32 empates, 15 derrotas e a centésima vitória conquistada ontem.

No independência o time vai bem, agora falta cumprir a outra metade do trabalho: Aprender a jogar fora de casa!

CARLOS EDUARDO OLIVEIRA

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