GRUPO 4: Atlético Paranaense (
), Flamengo (
), San Lorenzo
(
) e Universidad Católica (
)




Por: Marcelo Júnior
(Twitter: @marcelinjrr)
Fundação: 26 de março de 1924
Cidade: Curitiba 

Estádio: Arena da Baixada
Melhor campanha: Vice campeão
(2005)
Última participação: 2014
Um dos representantes brasileiros no Grupo 4 é o Atlético-PR. Este que foi o último a garantir vaga via Campeonato Brasileiro com a 6ª colocação e, também, se beneficiou da ampliação para retornar à
Libertadores. Assim como em 2014, ano da última participação, estreou antes da
maioria dos adversários. A diferença em relação à ocasião anterior foi que enfrentou dois adversários nas
fases preliminares: Millonarios – confronto decidido nos pênaltis – e Deportivo
Capiatá.
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Jogadores experientes e a Arena da Baixada são as apostas do Atlético-PR
para chegar ao mata-mata (Foto: Divulgação/Conmebol)
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Esta será a quinta participação na história e por duas vezes não
conseguiu passar pela fase de grupos: 2002 e 2014. Em 2000, foi até as
oitavas, onde foi eliminado para o "xará" mineiro. Já em 2005, o
Furacão surpreendeu ao eliminar adversários com tradição continental – Cerro
Porteño, Santos e Chivas –, chegou até a decisão e enfrentou o São Paulo, mas o
sonho chegou ao fim com vice-campeonato.
O atual técnico, inclusive, foi o algoz naquela oportunidade. Aliás,
poucos conhecem tão bem os atalhos desta competição quanto Paulo Autuori, que
também a venceu pelo Cruzeiro, em 1997. Além do técnico, Paulo André
(Corinthians), Lucho González (River Plate) e Grafite (São Paulo) já foram
campeões da "Libertas" por outros clubes; Já Thiago Heleno e Jonathan
foram vice-campeões (Cruzeiro).
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Felipe Gedoz foi destaque na vitória sobre o Deportivo Capiatá (Foto: Giuliano Gomes/PR Press)
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Enquanto alguns já viveram tal experiência, outros ainda buscam este
feito de brilharem na principal competição do continente, embora também não falte bagagem internacional. São os casos de dois
contratados recentemente: Carlos Alberto – que já conquistou até a Champions – e Eduardo da Silva. Outro reforço que já teve passagem pelo velho continente é
Felipe Gedoz, que atua pela primeira vez como profissional no futebol
brasileiro, mas já mostrou seu potencial com a camisa 10 Rubro-Negra – Foi dele
dois gols na fase anterior –.
O fato de ter vários jogadores "cascudos" no elenco leva a
crer que o Furacão entrará com bastante maturidade para encarar os seus
desafios, o que é fundamental quando atua fora de casa nesta competição.
Contudo, o seu principal trunfo ainda é a Arena da Baixada, onde já se tornou
habitual conseguir vitórias "magras". Desta forma, teve os melhores
resultados na última temporada, o que se repetiu no confronto contra os
colombianos.
Devido à prioridade dada à competição continental, os péssimos
resultados no estadual não servem como parâmetro, visto que atuou com muitos
jovens. Com o favoritismo do outro brasileiro neste grupo, a tendência é que brigue
pela classificação com os dois integrantes estrangeiros.
Fundação: 15 de novembro de 1895
Cidade: Rio de Janeiro 

Estádio: Maracanã
Melhor campanha: Campeão (1981)
Última participação: 2014
O Flamengo é outro que fez a sua última participação na Libertadores de
2014. Após ser o principal desafiador do líder no Brasileirão, o time perdeu
até o vice-campeonato na última rodada, mas garantiu vaga direta na competição
continental com terceira colocação. Embora o fim tenha sido frustrante, o fato
é que a campanha cumpriu as expectativas no início da temporada, dando
esperanças que chegue ainda mais longe em 2017.
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O Flamengo tenta superar as últimas eliminações precoces (Foto: André
Durão)
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E não há dúvidas que uma boa temporada passa muito pelo desempenho no
seu principal objetivo no ano. Esta será a 12ª participação na história. Depois
do único título em 1981, as melhores campanhas aconteceram nos anos de 1982 e
1984, quando chegou até as semifinais em ambas às vezes, mas foi eliminado em
diferentes formatos.
Recentemente, a melhor campanha foi em 2010, quando caiu nas quartas
para o Universidad de Chile. Nas duas últimas participações, não conseguiu
passar da primeira fase, se tornando o brasileiro com maior número de
eliminações nesta fase – 1983, 2002, 2012 e 2014 –. As últimas participações
foram bastante frustrantes e a expectativa é que "o mais querido",
como é chamado pela própria torcida, as superem.
Para isso, apostou na continuidade do trabalho de Zé Ricardo, além da
manutenção da maior parte do seu elenco do ano anterior. Com a saída de Jorge,
podemos dizer que o time titular se enfraqueceu na posição, mas o elenco se
fortaleceu com as chegadas de Trauco e Renê no mesmo setor. No meio campo,
chegaram Rômulo, Orlando Berrío e Dário Conca, que foi a principal contratação
do time na última janela. A torcida ainda vive a expectativa da estreia do
argentino.
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O Rubro-Negro vem embalado pelos primeiros resultados da temporada
(Foto: Gilvan Souza/Flamengo)
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As primeiras atuações de 2017 foram animadoras – mesmo com a frustração na decisão da Taça Guarabara – aumentam as esperanças
que o Rubro-Negro carioca possa chegar muito longe na competição continental. Com o
retorno do Maracanã, a tendência é que a equipe faça dele a sua fortaleza,
conseguindo resultados ainda melhores. Resta saber se não sentirá a pressão das
últimas participações jogando no Rio de Janeiro.
Apesar do sorteio não ter sido dos mais favoráveis, visto que nenhum
adversário deve ser dado como fácil, a tendência é que consiga a classificação.
Teoricamente, é o favorito contra todos adversários na briga pela liderança,
mas ficar com o segundo lugar não seria motivo para desespero. Já a eliminação,
sim, poderá ser considerada um vexame, sobretudo pela frequência que isso tem
ocorrido.
Fundação: 1º de abril de 1908
Cidade: Buenos Aires 

Estádio: El Nuevo Gasómetro
Melhor campanha: Campeão (2014)
Última participação: 2016
Ano após ano o San Lorenzo vem se consolidando como uma presença certa
na Libertadores. Apesar de ter sido goleado para o Lanús na decisão, fez uma
grande campanha no último Campeonato Argentino, ficou com o vice-campeonato e
garantiu a sua classificação para a competição continental, onde fará a sua
quarta participação consecutiva em 2017. E as últimas participações foram
bastante distintas: De melhor campanha da sua história a eliminações na fase de
grupos.
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O San Lorenzo conquistou o seu único título da Libertadores no ano de
2014 (Foto: Getty Images)
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Em 2014, conquistou o título inédito da Libertadores, a sua primeira
conquista à nível continental desde a Sul-Americana de 2002. Antes de enfrentar
o Nacional, do Paraguai, na decisão, ficou marcado por ser algoz dos
brasileiros, vencendo Botafogo na fase de grupos, eliminando o Grêmio nas
oitavas e o Cruzeiro nas quartas. Nos dois anos seguintes, enfrentou
Corinthians e São Paulo, em 2015, e novamente o Grêmio, em 2016, porém foi
apenas coadjuvante. Foram duas eliminações consecutivas na fase de grupos.
Ainda no ano passado, também enfrentou a Chapecoense na Copa
Sul-Americana, onde foi eliminado nas semifinais. A ligação do time argentino
com o futebol brasileiro não se prende apenas aos confrontos entre clubes:
Diego Aguirre assumiu o cargo deixado por Edgardo Bauza.
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Aguirre substituiu Bauza no San Lorenzo (Foto: Lance!)
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Além de passagens recentes pelo Brasil, os dois últimos técnicos tem em
comum o bom retrospecto na competição continental, ambos acumulam boas
participações por diferentes clubes. Embora nunca tenha conquistado o título, o
uruguaio foi vice-campeão com o Penãrol, semifinalista com o Internacional e,
na edição passada, chegou até as quartas com o Atlético-MG, o seu último clube
antes de rumar à Argentina.
No elenco atual, o goleiro
Sebastián Torrico, os zagueiros Fabrício Coloccini (ex-Newcastle) e Matías
Caruzzo, os meias Leandro Romagnolli e Fernando Belluschi, mostram que experiência é o que não falta. Contudo, o técnico
uruguaio terá que lidar com um problema no ataque, uma vez que o seu
compatriota será uma baixa importante: Martín Cauteruccio marcou nove gols na
competição nacional e acertou com o Cruz Azul recentemente. O experiente Gonzalo Bergessio foi contratado para suprir a ausência no ataque.
A expectativa alta com a Libertadores se justifica também pelo bom
início de temporada. No Campeonato Argentino 2016/17, o San Lorenzo fechou o ano na
3ª colocação, tendo apenas duas derrotas até o momento – ambas para adversários
que integram o G-4: o líder Boca Juniors e 4º colocado Estudiantes –. Com isso,
em tese é o principal desafiador do Flamengo, tendo boas chances de chegar ao
mata-mata.
Fundação: 21 de abril de 1937
Cidade: Santiago 

Estádio: San Carlos de Apoquindo
Melhor campanha: Vice-campeão
(1993)
Última participação: 2012
O Universidad Católica, por sua vez, garantiu vaga com um título
histórico. Ao erguer o Apertura e o Clausura – feito que, diga-se, foi inédito
do clube vencer as duas fases da competição –, o time da capital voltou a
conquistar o Campeonato Chileno em 2015/16, após cinco anos de jejum. Com doze
títulos, é o terceiro maior vencedor do país nesta competição, atrás apenas de
Colo-Colo e Universidad de Chile.
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A Universidad Católica é o único integrante que conquistou o título
nacional em 2016 (Foto: El Gráfico/Chile)
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De volta à Libertadores, o clube chileno é o integrante do Grupo 4 que
esteve mais tempo ausente, sem disputa-la desde 2012. A melhor campanha
aconteceu em 1993, quando perdeu a decisão para o São Paulo, se sagrando vice-campeão
da América. Curiosamente, o seu maior feito recente em competições continentais
também chegou ao fim diante do Tricolor Paulista, desta vez, na semifinal da
Copa Sul-Americana de 2012.
Ex-jogador da seleção chilena, o jovem técnico Mario Salas é o
comandante da time, que conta com diversos jogadores experientes no elenco.
Revelado no clube em 2006, o goleiro Cristopher Toselli é um dos ídolos da
torcida, além de defender frequentemente o Chile – Esteve, inclusive, no
plantel que disputou a Copa do Mundo de 2014 –.
O meia José Pedro Fuenzalida é outro com várias convocações recentes e
um dos principais destaques da equipe. Alguns argentinos também merecem uma
menção: Os meias Enzo Kalinski, que enfrentará o seu ex-clube San Lorenzo, e
Diego Buonanotte, eterna promessa do River Plate; além do atacante Ricardo
Noir, ex-Boca Juniors e Racing.
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O artilheiro Santiago Silva foi o principal reforço da Universidad
Católica para a Libertadores (Foto: Agencia Uno)
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Contudo, a maior esperança de gols está em Santiago Silva, que foi
contratado no início da temporada. Com passagens por diversos clubes
sul-americanos e alguns europeus, o "El Tanque" já defendeu até o
Corinthians no Brasil, mas os melhores momentos do uruguaio foram no Argentina.
Na última participação, o clube chileno foi apenas o lanterna num grupo
teoricamente fácil, que teve Unión Espanhola e Bolívar avançando, além do
terceiro colocado Junior Barraquilla. Desta vez, em um grupo considerado dos
mais difíceis, as chances de fazer diferente são menores. Porém, o equilíbrio
entre as demais equipes pode até ser favorável por outro lado, indicando que
nenhum irá se isolar. É candidato a "zebra" na primeira fase.
Curiosidades:
Flamengo e Universidad Católica estiveram no mesmo grupo na edição de
2010 e quem foi mandante levou a melhor: O time brasileiro venceu por 2 a 0, no
Rio de Janeiro, e placar se repetiu em Santiago, só que à favor dos chilenos.
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