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Imperialismo Brillinguiano

A situaĂ§Ă£o do Figueirense, ultimamente, vai de mal Ă  pior. Muitas pessoas passaram por aqui e sĂ³ fizeram mal ao. PorĂ©m, arrisco em dizer que nenhuma pessoa fez tanto mal quanto o atual presidente Wilfredo Brillinger.

Imperialismo Brillinguiano
Catarinense de Turvo, Wilfredo Brillinger, 59 anos, se diz torcedor fanĂ¡tico do Figueirense desde 1975, quando veio morar em FlorianĂ³polis. PorĂ©m, em entrevista Ă  jornalista do Grupo RBS, Estela Benetti, em julho de 2013, Wilfredo relatou que na infĂ¢ncia, era torcedor do Internacional. NĂ£o tendo dinheiro, começou a ir Ă  famigerada turma do barranco. Começou a trabalhar, foi para a arquibancada, para as cadeiras cobertas, e se tornou sĂ³cio em 1992. Em 1996 foi um dos sĂ³cios que fundou a ASFIG (AssociaĂ§Ă£o dos Amigos do Figueirense), associaĂ§Ă£o esta que Ă© proprietĂ¡ria do CFT do Cambirela, local onde o clube treina diariamente. Em 2009, a sua empresa, a Angra ConstruĂ§Ă£o, patrocinou toda a reforma e ampliaĂ§Ă£o do memorial que fica no Orlando Scarpelli.

Em 2010, Wilfredo começava a planejar sua entrada de fato no Figueirense. O convite do seu amigo de infĂ¢ncia e entĂ£o presidente na Ă©poca, Nestor Lodetti, assinou um contrato de parceria com o Figueirense, criou a Alliance Sports, e começou a administrar o clube junto Ă  diretoria.

Em 2012, apĂ³s divergĂªncias polĂ­ticas, rompeu com Lodetti, e na noite do dia 2 de outubro, uma terça-feira, foi eleito presidente do Figueirense no lugar de seu amigo, Nestor Lodetti. Eleito com 80 votos a favor do Conselho Deliberativo, a eleiĂ§Ă£o foi bastante contestada pela torcida. No dia da eleiĂ§Ă£o, membros do grupo denominado Democracia Alvinegra, foram Ă  frente do estĂ¡dio protestar com uma faixa com os dizeres de "Conselho dormiu, Alliance assumiu". O grupo desejava um espaço maior dos sĂ³cios nas eleições e decisões polĂ­ticas no Figueirense. Um sonho que nĂ£o foi realizado atĂ© hoje.

Em 2012, torcedores jĂ¡ protestavam contra Wilfredo Brillinger (Foto: Renan Koerich/Grupo RBS)
Como dito, a eleiĂ§Ă£o de Brillinger surgiu depois de vĂ¡rias discussões polĂ­ticas entre os dirigentes do Figueirense e conselheiros. Desde o ano de 2010, integrantes do clube discutiam o contrato assinado com a Alliance Sports.

ApĂ³s dois anos discutindo e renegociando um contrato que era desfavorĂ¡vel ao Figueirense, Wilfredo Brillinger tirou a sua Ăºltima carta da manga: Perdoaria as dĂ­vidas do clube em troca da totalidade da administraĂ§Ă£o. E assim acabou sendo. Sem outra saĂ­da viĂ¡vel e com dĂ­vidas em torno de 27 milhões, os conselheiros optaram por eleger Wilfredo Brillinger, e assim começou o “Imperialismo Brillinguiano”.

Eleito em 2012, Wilfredo dava inĂ­cio ao seu imperialismo (Foto: Luiz Henrique/Figueirense FC)
No mesmo ano que assumiu, o clube foi rebaixado Ă  SĂ©rie B do Brasileiro, porĂ©m nĂ£o teve culpa, pois jĂ¡ estava tudo praticamente perdido. Em 2013, na sorte e numa recuperaĂ§Ă£o vinda do alĂ©m, conseguiu acesso Ă  elite apĂ³s um ano turbulento. Em 2014, apĂ³s seis anos de jejum, conquistou o tĂ­tulo do Catarinense, assim como em 2015, sĂ³ que neste o tĂ­tulo foi conquistado na justiça apĂ³s um erro varzeano da equipe do Joinville.

As glĂ³rias sĂ³ serviram para iludir alguns dos torcedores e esses nĂ£o olharem o que realmente acontecia no Figueirense. DĂ­vidas e mais dĂ­vidas eram acumuladas, salĂ¡rios eram atrasados, jogadores entravam na justiça contra o Figueirense. Inclusive Fernandes, o maior Ă­dolo do clube, que sĂ³ se afastou do Figueira vendo a administraĂ§Ă£o de Wilfredo. Em meio a tudo isso, Brillinger sempre vinha Ă  imprensa com a mesma arrogĂ¢ncia e o mesmo discurso de que salĂ¡rios atrasados nĂ£o existiam e que tudo estava certo. Mas se tudo estava certo, por que tudo estava dando errado?

Com as mĂ¡s campanhas na SĂ©rie A de 2015 e 2016, os torcedores alienados, começaram finalmente a acordar - alguns. Jogadores sem nenhum potencial foram contratados como reforços de peso - vide Everton neste ano; treinadores vieram e se foram antes do tĂ©rmino de seu contrato, o que sĂ³ alimentou o crescimento das dĂ­vidas.

De 2016 pra cĂ¡, uma sucessĂ£o de erros. Dentre eles, a contrataĂ§Ă£o de Argel Fucks, que Ă© amigo pessoal de Brillinger, e viria para salvar o Figueirense. O motivo de sua contrataĂ§Ă£o seria a boa campanha feita no ano anterior, o resultado foi apenas um mĂªs de trabalho, com nove jogos e uma vitĂ³ria. Para seu lugar, mais um erro: Tuca GuimarĂ£es, auxiliar que havia sido promovido a treinador. Como esperado, nĂ£o deu certo e Wilfredo e sua corja que tinha como parceria o Superintendente Cleber Giglio, foram atrĂ¡s de um novo tĂ©cnico. Marcos Santos foi a aposta. Começou bem, com uma vitĂ³ria em cima do Santa Cruz. PorĂ©m o tal fato novo haveria de parar por aĂ­, pois daĂ­ para frente, foi sĂ³ ladeira abaixo, o que culminou com o rebaixamento, mesmo com um ridĂ­culo Termo de Compromisso apresentado pelo presidente, prometendo entrega total dos jogadores. O mesmo que haveria garantido entrega total dos jogadores, apĂ³s o rebaixamento, viria Ă  imprensa fazer ataques a esses mesmos atletas, alegando falta de comprometimento. Ora bolas, falta de comprometimento? Mas nĂ£o haviam assinado um Termo de Compromisso?

O jamais esquecido Termo de Compromisso que sĂ³ serviu para chacota (Foto: Luiz Henrique/Figueirense FC)
Como prĂªmio, o treinador Marcos Santos ganhou a chance de montar o elenco para esta atual temporada, ao lado de Leo Franco, contratado para o lugar do contestado e demitido Cleber Giglio, e de Branco, o famigerado Assessor da PresidĂªncia, outra invenĂ§Ă£o ridĂ­cula de Brillinger. Juntos, montaram um elenco com Bill, Everton, Juliano, Weldinho, Dirceu, e mais uma penca de jogadores. O que o torcedor achava que seria um dos elencos mais fortes, acabou se revelando um dos piores times do Figueirense nos Ăºltimos anos.

O resultado de tudo isso hoje, Ă© um Figueirense brigando contra o rebaixamento no estadual, com os salĂ¡rios de fevereiro atrasados, e tentando começar um novo planejamento trĂªs meses apĂ³s o inĂ­cio da temporada com novo tĂ©cnico, novo Superintendente de Esportes, novos jogadores por vir, e sem nenhuma perspectiva de melhora. E isso tudo por culpa da administraĂ§Ă£o do senhor Wilfredo Brillinger, que hĂ¡ cerca de sete anos vem destruindo o Figueirense Futebol Clube.

Patrick Silva | @figueiradepre

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