A esta altura do campeonato todos sabem que a Juventus
bateu o Milan pelo placar de 2x1 no Juventus Stadium, na Ăºltima sexta-feira,
10, em um jogo repleto de oportunidades, polĂªmicas e que colocou em campo 52
tĂtulos italianos, nove tĂtulos de Champions League, Copas, Supercopas, Ligas
Europa, etc.
Desde o primeiro minuto de jogo a Juventus impĂ´s sua
superioridade tĂ©cnica e tĂ¡tica frente a um Milan acuado. Allegri colocou a
Juventus em campo em um 4-2-3-1 modificado: Buffon; Barzagli, Benatia, Bonucci
e Asamoah; Pjanic, Khedira, Dani Alves, Dybala, Pjaca; HiguĂn. Sim, Barzagli
começou na lateral direita, Asamoah na esquerda, Dani na meia direita, fazendo
vias de Cuadrado e Pjaca na meia esquerda, fazendo o papel de Mandzukic.
Aos sete minutos de jogo, a primeira polĂªmica: Dybala
entrou na Ă¡rea milanista pelo meio, driblou Zapata e o colombiano “deu um rapa”
no argentino. PĂªnalti claro, nĂ£o marcado pelo Ă¡rbitro da partida. Na sequencia
do lance, Pjaca ainda perdeu boa oportunidade de gol, chutando a bola para
fora, rente Ă trave.
Aos 28 minutos, apĂ³s grande pressĂ£o bianconera, Dani
Alves lançou Benatia dentro da Ă¡rea (sim, para vocĂªs verem o tamanho da
pressĂ£o, o ZAGUEIRO estava dentro da Ă¡rea, em lance que nĂ£o era escanteio ou
bola parada ), que dominou a bola e estufou as redes do Milan abrindo o placar
do jogo.
![]() |
Benatia comemora seu gol junto a Dybala. Foto: Juventus.com |
Aos 42 minutos de jogo a Ăºnica chance do Milan
resultou em seu gol. A bola estava na ponta direita do ataque bianconero,
Romagnoli chutou a bola tentando afastar o perigo, Bonucci falhou na
interceptaĂ§Ă£o no meio, a bola sobrou para Deulofeu na esquerda, que ganhou de
Barzagli e passou pra Carlos Bacca dentro da Ă¡rea, que empatou a partida. No
primeiro tempo o Milan foi eficiente: um chute, um gol.
No segundo tempo a Juventus continuou pressionando o
Milan, forçando o jovem goleiro italiano a fazer grandes defesas e se consagrar
como o melhor jogador da partida. Ao todo foram 20 finalizações da Juventus
contra quatro do Milan, 56% de posse de bola bianconera, 10 escanteios para nĂ³s
contra apenas dois deles. Um alto volume de jogo que nĂ£o resultou em mais gols
por conta da noite feliz de Donnarumma.
O Ă¡rbitro deu 4 minutos de acrĂ©scimo na segunda etapa.
Aos 47, Asamoah fez grande jogada pela esquerda, sendo parado por um forte
carrinho dado por Sosa. O argentino jĂ¡ tinha cartĂ£o amarelo, tomou o segundo e
consequentemente foi expulso. ApĂ³s a cobrança da falta, HiguaĂn ainda tentava
um voleio para sua consagraĂ§Ă£o, mas que infelizmente passou raspando a trave
direita milanista.
Aos 49 minutos e 13 segundos HiguaĂn ainda recebeu
cruzamento dentro da pequena Ă¡rea, matou no peito, bateu forte, para outro
milagre de Donnarumma. No rebote, aos 49 minutos e 18 segundos, Lichsteiner
recebeu, cruzou e a bola bateu nos braços abertos de De Sciglio dentro da Ă¡rea.
O Ă¡rbitro assinalou pĂªnalti.
O Juventus Stadium veio abaixo, muitas reclamações por
parte dos jogadores do Milan junto ao assistente que fica atrĂ¡s do gol, mas o
Ă¡rbitro confirmou a penalidade. Dybala bateu forte no canto esquerdo,
Donnarumma atĂ© acertou o canto, mas nĂ£o pegou. Apoteose de Dybala, Ăªxtase no
Juventus Stadium e a Juventus ganhou a partida por 2x1.
![]() |
Momento em que Dybala bate o pĂªnalti que deu a vitĂ³ria a Juve. Foto: Juventus.com |
Em um jogo desses, algumas considerações precisam ser
feitas.
Assim que a penalidade foi marcada, torcedores de
times que almejam algo que estĂ¡ nas mĂ£os da Juventus se manifestaram nas redes
sociais na ItĂ¡lia e no mundo, afirmando que a Juventus sempre ganha roubado.
Veja, esse é um pensamento de conversa de boteco. Desde a queda para a Série B
a Juventus demonstrou que nĂ£o se conformaria em ser coadjuvante. Investiu em
jogadores e projetos que nĂ£o deram certo e acabou amargando um perĂodo na
mediocridade.
ApĂ³s o tĂtulo do Milan na temporada 2010-2011, a
Juventus acertou as contratações, acertou um elenco, comissĂ£o tĂ©cnica e
diretoria, aliada a incompetĂªncia de Inter e Milan e domina a ItĂ¡lia atĂ© os
dias de hoje. Nesse perĂodo sĂ£o cinco scudettos, duas copas, supercopas, final
de UCL... Ninguém consegue isso por acaso.
Aos sete minutos de jogo Zapata derrubou Dybala dentro
da Ă¡rea. Falta dentro da Ă¡rea Ă© pĂªnalti. NĂ£o importa se um time Ă© melhor do que
o outro e que a penalidade desestabilizaria o Milan. O pĂªnalti marcado na mĂ£o
de De Sciglio Ă© totalmente interpretativo. O lateral italiano estava com os
braços abertos dentro da Ă¡rea, o que pode caracterizar a penalidade. A bola
veio muito forte, o que pode caracterizar que ela bate sem intenĂ§Ă£o.
O que Ă© incompreensĂvel Ă© ignorar a penalidade sofrida
por Dybala, afirmar que neste momento o Ă¡rbitro simplesmente “errou” e que, no
momento em que ele interpreta um lance em favor da Juventus (no caso a
penalidade – que, na visĂ£o de muitos aconteceu e para outros nĂ£o aconteceu) ele
“roubou”. Isso Ă© um pensamento simplista, raso. Todos podem ter suas opiniões
sobre a penalidade crepuscular, mas qualquer coisa a mais Ă© ladainha.
AtĂ© no gol do Milan, Carlos Bacca estava centĂmetros Ă
frente, em impedimento. Como julgar a arbitragem desta forma?
O Ă¡rbitro deu quatro minutos de acrĂ©scimo no segundo
tempo. Do momento em que houve a expulsĂ£o de Sosa atĂ© que houvesse a cobrança
da falta transcorreram mais de 40 segundos. Aos 49 minutos e 18 segundos,
Lichsteiner recebeu, cruzou e o restou vocĂªs jĂ¡ sabem. O jogo continuou alĂ©m
dos acrĂ©scimos porque Sosa se recusou a sair rĂ¡pido, ganhando tempo. Acabar o
jogo aos 49’ sĂ³ beneficiaria o infrator (Milan/Sosa) e o Ă¡rbitro acertou ao
permitir a continuaĂ§Ă£o do jogo e a penalidade.
ApĂ³s a partida, inconformados, os jogadores do Milan
depredaram o vestiĂ¡rio do visitante no Juventus Stadium. Montella pediu
desculpas, institucionalmente nĂ£o hĂ¡ manifestaĂ§Ă£o do Milan. A Juventus, como
uma senhora elegante, afirmou que nĂ£o cobrarĂ¡ os prejuĂzos do Milan. Senti
falta de uma nota do time da Lombardia que honrasse o tamanho da sua gigante
histĂ³ria.
Sejamos honestos: Na bola o Milan nĂ£o merecia o empate
e a Juventus merecia a vitĂ³ria. Os rossoneri foram massacrados durante a
partida. Claro que o goleiro do Milan faz parte do espetĂ¡culo, que caso nĂ£o
fosse vazado, seu time tivesse marcado e, consequentemente, saĂdo com a vitĂ³ria
teria sido justo. Justo mas nĂ£o merecido. A vitĂ³ria da Juventus foi justa e
merecida.
Tradicional comemoraĂ§Ă£o dos jogadores com a torcida. Foto: Juventus.com |
O futebol Ă© fantĂ¡stico pelo imponderĂ¡vel, por isso o
mĂ©rito nĂ£o importa. Basta ser justo para ser real. No jogo em questĂ£o, se tem
alguĂ©m que poderia reclamar de algo seria a Juventus no pĂªnalti no Dybala. No
lance da bola na mĂ£o ou mĂ£o na bola de De Sciglio, vai da interpretaĂ§Ă£o do
Ă¡rbitro em saber se este assumiu o risco ao manter o braço aberto demais, ou se
colocou a mĂ£o na bola de forma proposital, ou se nĂ£o era lance para falta.
Entretanto, como alguém (jogadores do Milan) ficam inconformados a ponto de
danificar o vestiĂ¡rio do time da casa sendo que nĂ£o foram melhores que estes? O
jogo sĂ³ durou alĂ©m dos acrĂ©scimos pelo imponderĂ¡vel e nĂ£o pela organizaĂ§Ă£o.
NĂ£o vou aqui filosofar sobre justiça, moral e mĂ©rito.
A incompetĂªncia do Milan Ă© latente. EstĂ¡ ai para todos verem. Nesses quase seis
anos de dominaĂ§Ă£o bianconera, todas as suas reclamações nĂ£o passam de um “sonho
de uma noite de verĂ£o”. NĂ£o sĂ³ as deles. Deixem pensar raso e dormirem
tranquilos com isto. Enquanto eles se acomodam nas desculpas, a Juventus corre
atrĂ¡s de suas ambições.
A vitĂ³ria da Juventus foi tĂ£o justa, legal e merecida
quanto Ă do Milan na Supercopa.
Gianni Agnelli estaria orgulhoso do papel da sua Juve.
Tanti auguri, Avvocato!
Fino alla fine, FORZA JUVENTUS!
0 ComentĂ¡rios