O Campeonato Paulista passou, e ficou para trás na agenda de prioridades
que o Botafogo tinha a cumprir para a temporada de 2017. Pela sexta vez, em
oito, desde que retornou para a elite do futebol estadual, o time de Ribeirão
Preto esteve classificado para a fase quartas de final do Paulistão. Motivo de
orgulho para o torcedor, e também para a diretoria, que se mostram eficazes nos
trabalhos ao longo dos anos, e que vem trazendo resultados satisfatórios para o
torcedor botafoguense.
A partir de agora se muda o foco. O segundo semestre se aproxima, e a
maior ambição do tricolor de Ribeirão também. O Brasileiro da Série C. O
pantera já arregaça as mangas, e parte em direção ao planejamento correto, para
que a vaga no segundo escalão do futebol nacional não bata novamente na trave,
como foi no ano passado, quando o tricolor caiu para o ABC-RN, nas quartas de
final.
Veja a seguir, quais as mudanças o Botafogo fez, e deve fazer para o
decorrer da temporada no Santa Cruz. Elas vão desde a esfera política, quanto
nos atletas que devem chegar, e os que devem tomar caminho inverso de Ribeirão
Preto.
Quem sai (e deve
sair):
Para jogar o Estadual dessa temporada, o Botafogo fez um de seus elencos
mais caros, e mais fortes dos últimos anos para disputar firme o Paulistão.
Vindo de um ano anterior catastrófico na competição, o Pantera não quis sofrer
perigos, sabendo do alto nível de dificuldade do Paulistão, e trouxe atletas
rodados para o certame.
O time teve o comando de Moacyr Junior, que apesar de montar um time
ofensivo, e de boas partidas frente aos quatro grandes, não convenceu o torcedor
com sua postura um tanto quanto "medrosa" quando estava em vantagem.
Criticado por sempre fechar o time depois de fazer um gol, o treinador teve
apenas quatro derrotas em 14 jogos, não fez o Fogão engrenar com esperado, e
devido a grande valorização recebida na disputa do Paulista, subiu a pedida de
seu salário, e em desacordo com a direção foi o primeiro a deixar o Santa Cruz.
Assim como o treinador, muito dos atletas do esqueleto tático do
Botafogo no campeonato também se valorizaram bastante pela boa campanha. O
Pantera apostou em jogadores experientes, e que já tinha uma boa rodagem pelo
cenário do futebol brasileiro. Fernandinho, jogador que teve passagem apagada
pelo Palmeiras, estava no Oeste, e é um característico andarilho da bola em São
Paulo, foi um desses atletas que a diretoria botafoguense trouxe. O lateral
ganhou muito destaque no Paulistão, e como esperado, foi negociado logo após
terminar a campanha do time no estadual. Seu destino foi a finalista Ponte
Preta.
Logo após esses dois, Rafael Bastos foi outro que arrumou as malas. O
meia habilidoso, e fundamental para a boa campanha do Fogão, rescindiu de forma
amigável seu contrato junto a diretoria, e estuda propostas de times da Séria A
e B. O jogador esteve no ano passado no elenco do América-MG, que disputou a
elite do Brasileirão.
Os últimos por momento a sair, foram o zagueiro Matheus Mancini e o
volante Marcão Silva. Filho de Vagner Mancini, atual treinador da Chapecoense,
e revelação da base do Pantera, o garoto que teve trajetória vitoriosa no
Fogão, e esteve presente nos últimos dois anos entre os titulares do Botafogo,
sai com todos os direitos econômicos e federativos negociados com o Atlético
Mineiro. Já Marcão Silva, que tinha vínculo se encerrando ao fim do estadual,
terá como destino o Atlético-GO, que disputará a Série A do Brasileiro.
Quem deve estar deixando também o time de Ribeirão Preto é o atacante
Marcão, e o meia Bernardo, que ambos com grandes salários, devem receber
propostas para jogarem em times de divisões acima, o que já era esperado por
toda a diretoria ao fim da participação do Fogão no Estadual.
Enquanto o atacante que fez um bom campeonato e anotou dois gols deve
jogar em alguma equipe de Série A ou B, o meia Bernardo, que colecionou
polêmicas ao longo da carreira, pelo menos em Ribeirão não foi destaque fora do
gramado por nenhuma confusão. Em compensação, com a bola nos pés foi bastante
tímido e não empolgou ninguém pelos lados do Santa Cruz. Sem conseguir se
firmar como titular, o jogador sempre entrava no fim dos jogos, e não marcou
nenhuma vez.
Quem chega:
Depois do fim do campeonato, a diretoria do Pantera teve que se
desdobrar para que pudesse começar a montar um time competitivo, para que
pudesse ir em busca de brigar pelo acesso para a Série B do Brasileiro, no ano
de 2018. O primeiro ato seria manter o treinador da campanha no Estadual, algo
que como detalhei acima, não foi possível de acontecer, pela valorização
merecida que Moacyr recebeu com a campanha no certame.
Veio às eleições presidenciais do clube. A chapa única do atual
presidente Gerson Engracia Garcia foi quem concorreu, e posteriormente venceu.
O presidente que se elegeu para mais um mandato, fez algumas mudanças em
setores administrativos do clube, e entre suas primeiras ações, efetivou o
treinador Rodrigo Fonseca do time sub-20, para ser o treinador da equipe
principal na disputa da Série C. Atitude segundo ele, pensada e analisada
baseado nos resultados que treinadores da própria casa vêm dando em times de
maior expressão.
Assessoria Botafogo: divulgação. Apresentação de Rodrigo Fonseca (na esquerda)
|
-Se os grandes estão nessa linha, não temos motivos para não tentar. E tem dado certo, no Flamengo, no Botafogo do Rio, a Ponte também buscou a novidade no ano passado com o Eduardo Baptista, agora é nossa vez. Confiamos no trabalho do Rodrigo - disse Gerson Engracia Garcia.
Logo após a admissão do novo treinador, em alguns dias, a diretoria
confirmou o acordo com os primeiros dois reforços para o Brasileiro. Gerley,
lateral esquerdo que surgiu para a comunidade futebolística no Palmeiras, e que
estava no Democrata-MG de Governador Valadares, juntamente com Mateus Cancian,
que jogou o último estadual de SP pelo Sertãozinho na Série A2, foram os
escolhidos.
Porém, a maior e mais impactante contratação até o momento, para a
disputa do torneio nacional, foi a do atacante Edno. Com passagens por
Portuguesa, Botafogo-RJ e Corinthians, o jogador que estava sem contrato
vigente com nenhum clube desde que saiu do São Bernardo, após o fim do
Estadual, chega para ser opção de ataque, e repor a saída de Marcão.
Mesmo com o anuncio das contratações já feita, o departamento de futebol
do Pantera pretende contar com mais
reforços a disputa da Série C. O presidente Gerson Engracia fala em torno
de mais seis ou sete atletas, para se fechar definitivamente o plantel. Fora a
situação do atacante Kauê, emprestado pelo Palmeiras, e que fez um pelo
Estadual pelo Tricolor, que interessa os diretores em uma possível renovação de
empréstimo. O Palmeiras não deve fazer jogo duro.
Lembrando que o Fogão retornou as suas atividades na última segunda-feira,
24, com apenas 20 jogadores remanescentes, e ainda sem contar com os novos três
reforços anunciados. O primeiro compromisso no segundo semestre está marcado
para o dia 13 de Maio, as 19h30, no estádio Nabi Abi Chedid em Bragança Paulista.
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