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Futebol, briga e coletiva: Palmeiras engole Peñarol

O dia 26 de abril de 2017 não será facilmente esquecido pelo palmeirense. Faltariam adjetivos para caracterizar o que aconteceu dentro e fora de campo diante do Peñarol, time que mais uma vez se mostrou covarde como já havia sido em tantas outras vezes – inclusive recentemente diante do Atlético-PR, nesse ano, e do Santos, em 2011.

Não que tenha sido uma noite tranquila. O contexto, aliás, tornou a noite ainda mais épica. O primeiro tempo foi assustador e preocupante. Eduardo tentou repetir o 3-4-3 que usou contra a Ponte Preta, mas dessa vez com três zagueiros mesmo – no sábado o terceiro defensor havia sido Felipe Melo.

A razão era um tanto quanto aceitável já que o Peñarol só tem a bola área como jogada e reforçar a altura da equipe seria interessante. O problema é que o time não entrou em campo nos primeiros quarenta e cinco minutos. Com espaços pelas costas dos alas Jean e Egídio, os uruguaios fizeram a festa nos cruzamentos e abriram 2x0 de vantagem.

Willian entrou no intervalo e marcou dois gols para o Palmeiras (Foto: AFP/Miguel Rojo)
A virada épica

A noite que parecia destinada à tragédia logo se converteu em algo inesquecível. Assim como acontecera na partida disputada em São Paulo, o Verdão voltou voando para o segundo tempo. Ajustando o esquema tático e voltando ao original com as entradas de Tchê Tchê e Willian, o jogo mudou por completo.

O pior primeiro tempo da temporada (sim, foi ainda pior do que aquele disputado em Campinas) se converteu em, talvez, o melhor segundo tempo da temporada. Muito mais time e com bola no chão, o Palmeiras engoliu o Peñarol e virou em menos de trinta minutos – e isso com Roger Guedes desperdiçando uma chance dentro da pequena área.

Se virar uma partida perdendo de 2x0, no Uruguai e valendo pela Libertadores já seria espetacular, incluir uma informação torna ainda melhor. Eram 254 partidas sem reviravoltas após os uruguaios abrirem 2x0. Uma virada realmente histórica.

Tapa na cara com responsabilidade

Que Felipe Melo seria personagem central desse duelo não havia qualquer dúvida, assim como o ridículo comportamento dos uruguaios que sempre apelam para a violência depois de perderem na bola as suas partidas. Exemplos não faltam. Não foi diferente dessa vez.

Logo após o apito final, Felipe Melo apenas ergueu os braços em comemoração e logo foi cercado. A confusão se iniciou ali e chegou ao absurdo do portão de acesso aos vestiários ser trancado. Coisa baixa, suja e de um time que não merece qualquer respeito por parte dos brasileiros.

Na troca de agressões, Felipe Melo tentou dar um soco em quem tentava agredi-lo. A lembrança da sua entrevista dizendo que se precisasse "daria tapa na cara de uruguaio com responsabilidade" ficou escancarada.

A sujeira se estendeu à arquibancada. O portão de divisão foi aberto e uma tragédia só não aconteceu porque a Mancha Verde, principal organizada do clube, agiu rapidamente. Os agressores foram colocados para correr. Na pancadaria, nova vitória palmeirense mesmo diante de um absurdo como o que foi armado nesta noite.

Coletiva: Barba, cabelo e bigode

À noite nem poderia ficar melhor, mas ficou. Virtualmente classificado e driblando o absurdo que foi armado contra o elenco palmeirense, o Verdão ainda reservava o ato final: A coletiva do técnico Eduardo Baptista.

O treinador foi enfático e enérgico ao questionar alguns colegas da imprensa, em especial certo jornalista que vive tentando tumultuar o elenco palmeirense. Quem acompanha a torcida alviverde sabe o quanto o ódio pela imprensa esportiva é algo presente. Golaço do treinador.

Entre diversas frases fortes, a mais marcante esteve ao acusar muitos de que o jornalismo esportivo parece fofoca – no que tem total razão. Foi impressionante o apoio que recebeu de outras torcidas nas redes sociais. Ninguém aguenta mais os jornaleiros desqualificados que dominam os microfones atualmente.

O jornalista em questão ainda se fez de idiota ao defender que a preservação da fonte é um direito jornalístico. Sim, é verdade. Assim como é dever verificar qualquer fato antes de tratá-lo como informação. Usar a “fonte” para plantar mentiras e frases levianas jamais será tolerado.

A emissora de trabalho também não é segredo para ninguém. É a mesma que cria quadros de quem vai cair primeiro como treinador e que vem cada vez mais se torna um canal de humor. Não por acaso, anda de mal a pior - perdeu os direitos sobre os principais campeonatos. E sobre a fonte, também é dela que vem a incrível "Rádio Bogotá". Não é difícil saber que se trata da ESPN, mas se estende a tantos outros canais.

A verdade é que o desabafo de Eduardo premiou uma noite incrível. Há pouca gente de qualidade no jornalismo atual e o treinador representou muitos torcedores palmeirenses. Esse pode ter sido um grande marco dentro da sua gestão. Vale lembrar, Felipe Melo ganhou a torcida assim – e confirmou com atuações posteriormente.

Balanço final

É evidente que não foi uma noite perfeita desde o início. Há muito que se falar sobre um péssimo primeiro tempo ou mesmo sobre um time que deveria sim estar jogando mais do que apresenta no atual momento.

Todavia, isso acaba ficando em segundo plano depois de eventos tão incríveis quanto os que foram vistos no Uruguai. Libertadores não é isso (ao contrário do que se prega). Disputas fortes e arbitragens ruins podem fazer parte do contexto. Covardia não.

Entre toda essa palhaçada preparada pelo ridículo (tecnicamente falando) time do Peñarol, melhor para o Palmeiras. Fez seis pontos, encaminhou a classificação e ainda se deu ao direito de provocar o time adversário dentro dos vestiários. Um ótimo fim ao ridículo futebol uruguaio que cada vez mais se limita às cenas lamentáveis do que grandes conquistas.

E que venham jogos mais tranquilos. Ganhar jogos desse tipo é especial, mas a saúde dos nossos corações não agradece. Já perdemos alguns anos de vida só nessas três partidas de Libertadores. Imaginem no mata-mata que certamente virá.

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