Eis que lisonjeado com o convite do Linha de Fundo,
muito orgulhosamente e agradecido, estou postando minha primeira coluna neste
meio tão conceituado e que cresce a cada dia, levando até você notícias do
esporte nacional e mundial. Já conhecido da torcida do Atlético Paranaense, é
óbvio, estarei levando a todos vocês tudo sobre meu amado Furacão, uma paixão
de quase 40 anos.
Fui com a família ao estádio, muita chuva do lado de
fora, nenhuma do lado de dentro, vantagens do teto retrátil que só tem aqui.
Era o primeiro jogo da vida da Hagatha de quatro aninhos, levou algum tempo
para que seu antigo pedido fosse atendido. Ao entrar na majestosa, magnífica e
extraordinária Arena do Atlético Paranaense, mesmo tão pequena e sem entender
os atrativos do futebol, maravilhou-se com tudo que via a cada passo que dava e
quando sentou na cadeira seus olhos brilharam. “Um sonho” a resumiu, enquanto a
mamãe ao lado tratava de administrar a admiração da pequena. A pequena Alice de
dois anos estava de olho mesmo era na pipoca e no sorvete.
A atmosfera era toda favorável, uma classificação
épica no meio de semana na Libertadores acabará de aliviar boa parte da pressão
e oferecia ao grupo de jogadores a chance de se redimir em casa dos últimos
resultados desastrosos. Parecia que a torcida seria mais relevante com
eventuais erros, mais participativa e quente, apenas parecia.
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Créditos Foto: Marco Oliveira / Site Oficial |
Mas se não foi um primeiro tempo primoroso, nem de
longe foi ruim. O Furacão colocou os pés no gramado e tratou de colocar o
coração no bico da chuteira e ir para o “fight”. O Grêmio se retrancou e se
retrancou muito bem, criando duas muralhas de “4” quase intransponíveis. O
Atlético se doava, dividia, corria, batalhava e levantava a torcida. O Grêmio só
se defendia e mal chegava ao gol do Weverton.
O Furacão tocava bola e tentava encontrar uma brecha,
Carlos Alberto comandava o meio com maestria até o momento que começou a ser
caçado com três faltas duríssimas. Parece que CA ficou tenso e desconfiado diminuindo
o rendimento. Nossa zaga parecia firme, Sidcley, ainda deixando espaços, subia
e tentava colocar a bola na área. Seguidamente o Atlético arriscava de fora da
área, com CA, Otávio, Pablo, Rossetto e Nikão. Mas a muralha não caia.
Em um desses chutes de fora, desferido por Rossetto, a
bola foi interceptada claramente pelo gremista Kannemann com o braço, pênalti
claro não marcado. Novamente acontece com o Furacão o mesmo problema de anos
anteriores e todos os campeonatos: Se o adversário intercepta com a mão, nada é
marcado, mas se for um jogador do Furacão, o pênalti é marcado no ato. Mesmos
lances, mas dependendo da camisa, “tem
coisas que você vê e tem coisas que você não vê”. A história poderia ter
sido outra.
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Créditos Foto: Marco Oliveira / Site Oficial |
E tudo que caminhava tão bem, foi interrompido por um
balde de água fria. Logo no primeiro minuto da segunda etapa, enquanto a Alice
derrubava o sorvete no torcedor à frente, o Grêmio se aproveitava de um vacilo
geral da zaga Atleticana para abrir o placar. O Furacão ouviu as primeiras
vaias de uma torcida que está se tornando o polo norte brasileiro de tão fria e
intransigente e se perdeu de vez em campo. Não demorou para os gremistas se
aproveitarem do abalo geral e ampliarem o placar. Tensão geral.
O Furacão começou a se encontrar, mas o Grêmio se
fechou muito bem e tratou de “amorcegar” o jogo. Nem mesmo a expulsão de
Marcelo Grohe favoreceu de certa forma o ataque do Atlético que sucumbiu
novamente na Arena. Uma derrota injusta pelo primeiro tempo apresentado, uma
derrota justa pelas costumeiras falhas de marcação.
O time do Atlético tem boa posse de bola, joga bem,
mas deixa espaços frequentes em sua defesa que acabam sendo fatais. No papel um
time bom, experiente e forte, mas em campo não rende tudo que o papel conta.
Acredito que melhores dias virão, mesmo porque, temos uma oitavas de final de
Libertadores, onde ainda conheceremos o adversário, concentração é essencial.
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Créditos Foto: Marco Oliveira / Site Oficial |
A pequena Hagatha não esquentou com a chuva e nem com
o resultado, na verdade nem viu, estava ainda boquiaberta e maravilhada com o
estádio, um dos mais belos das Américas. De outro lado nossa torcida está cada
vez mais fria e nem de longe lembra a temida torcida do Atlético Paranaense,
aos poucos vai tornando-se o 12º jogador, DO ADVERSÁRIO.
Próximo domingo um antigo freguês visita a Arena
novamente. Chance clara para dar a volta por cima no Brasileirão e enterrar o
adversário de vez na crise. Atlético x Flamengo, um jogaço, um clássico do
futebol nacional e que estará repleto de ares de dramaticidade. Quem viver
verá!
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