O Arsenal entrou em campo neste domingo (30), em
partida válida pela 33ª rodada da Premier League – para nós, que temos um jogo
a menos. O duelo da rodada, o grande derby do Norte de Londres, desta vez, o
último a ser disputado em White Hart Lane, onde nós tivemos tanto sucesso ao
longo dos anos. O clima era tenso, já que, desta vez, a partida foi marcada
para as 16h30 na Inglaterra, horário a ser evitado em clássicos de tamanha
rivalidade como esse, a fim de evitar brigas e tumultos. Felizmente, com
exceção de provocações e um princípio de confusão do lado de fora, nada de
grave aconteceu.
Dentro das quatro linhas, vimos um Arsenal adotando o
mesmo esquema das últimas semanas, mas, desta vez, com algumas escolhas a serem
discutidas: Gibbs no lugar de Holding, forçando assim, o recuo de Nacho Monreal
para jogar na linha de três zagueiros; no ataque, Olivier Giroud foi titular,
deixando Danny Welbeck no banco. Não entendi essas escolhas, pois, Kieran Gibbs
é um dos jogadores do elenco que menos tiveram minutos em toda a temporada e,
voltou a jogar na última quarta-feira, contra o Leicester, pois estávamos
poupando alguns jogadores. Talvez, Wenger tenha levado em conta a inexperiência
de Holding para um jogo tão grande desses, mas, acho que a postura do próprio
garoto inviabiliza tal teoria cautelosa, ao menos, neste momento. Holding
poderia estar em campo, pela proposta da equipe e pelo desempenho do defensor
inglês em partida recente contra o Manchester City, contudo, o erro maior foi
ter entrado com Giroud no comando de ataque; era de se esperar um volume de
jogo maior do adversário, por estarmos jogando fora de casa e pelo atual
momento do Tottenham, um time que agride muito seus adversários e propõe o jogo
a todo momento. Nossas chances na partida seriam em contra-ataques e, em
pressão na saída de jogo dos Spurs, coisa inacessível com um jogador mais
parado e pesado como é Giroud; o ideal e lógico, seria entrar com Danny
Welbeck.
O jogo em si, foi de amplo domínio dos mandantes, que
souberam controlar a partida e nos colocaram sob pressão em muitos momentos.
Não fosse pelos gols perdidos por eles no primeiro tempo, teríamos ido para o
intervalo já com 2-0 contra. Placar este que foi construído na segunda etapa,
sofremos com mais um apagão do time e, em dois minutos, o Tottenham venceu o
jogo. Aos 10', Dele Alli abriu o placar após pegar rebote de Petr Cech. Aos
12', Kane foi derrubado por Gabriel na área, um pênalti infantil, o golpe final
em um time já completamente entregue a derrota. Ainda assim, contamos com uma
grande atuação de Petr Cech que, pelo menos, fez umas três defesas difíceis ao
longo da partida e nos salvou do que poderia ser uma triste e vexatória
goleada.
Frustrados, decepcionados e derrotados, um filme já visto antes (Foto: Arsenal). |
Criamos pouquíssimas oportunidades nos noventa
minutos, devo dizer até, que não tivemos chances claras de gol. Poderia citar
A, B ou C, mas seria perda de tempo, algo como “buscar um culpado” para
explicar a derrota. Nesta temporada, a fraqueza demonstrada pela equipe em
jogos importantes, têm sido vergonhosa e expõe, infelizmente, a desorganização
do time, que já não encontra um determinado padrão de jogo.
Seja lá o que vai acontecer ao fim desta temporada,
quem quer que esteja à frente do Arsenal na próxima, uma obrigação é mudar tais
atitudes, não podemos aceitar times apáticos em partidas tão importantes. A
derrota faz parte do jogo e qualquer time de futebol está sujeito a isso,
porém, derrota de tal forma, sem nenhum tipo de combatividade, sem ao menos,
tentar jogar futebol e propor o jogo, vai contra a filosofia do próprio
Arsenal.
Com a derrota, após 22 anos, o Arsenal irá terminar o
campeonato atrás do rival e, uma possível vaga à Uefa Champions League fica
cada vez mais difícil, por própria incompetência, já que tem time fazendo força
para entregar sua vaga.
No próximo domingo, voltaremos a campo para mais um
clássico e desta vez, jogaremos em casa, contra o Manchester United. Apesar de
tudo, a temporada ainda não acabou – literalmente – e, vencer a próxima partida
ainda pode nos dar alguma sobrevida na busca pelo top four.
Por: Thalles Monari // Twitter: @_thallesmonari
0 Comentários