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Na positividade a torcida virou o jogo

ApĂ³s escrever a coluna: “Baixada: A Negatividade afogando o FuracĂ£o”, muitos torcedores esbravejaram, alguns entenderam e concordaram, outros nĂ£o, mas de uma forma geral, a maioria aceitou que a atmosfera na Baixada nĂ£o era das melhores. CoincidĂªncia ou nĂ£o, de lĂ¡ para cĂ¡, foram 4 vitĂ³rias consecutivas, duas delas na Arena e uma mudança na tabela sensacional, saindo da lanterna para estar a 1 ponto do grupo da Libertadores e a 3 do terceiro colocado o Flamengo.

A torcida estĂ¡ de parabĂ©ns. Carregou o time no colo quando o time estava perdendo, criou uma atmosfera saudĂ¡vel e favorĂ¡vel para que os jogadores tivessem tranquilidade e estabeleceu a positividade do “vamos virar”. A FanĂ¡ticos parecia a “antiga” torcida que cantarolava o jogo inteiro e nĂ£o deixava a poeira baixar mesmo com o resultado negativo. Faziam ecoar os cantos nos 4 cantos da Arena. Todos foram contagiados, as crianças, os idosos, as mulheres e atĂ© os torcedores mais frios, levantaram para cantar. Que sensaĂ§Ă£o maravilhosa!

Mas e o jogo? Vamos ao jogo entĂ£o! Que começou com o VitĂ³ria logo aos 3´ botando as manguinhas de fora, perdendo um gol imperdĂ­vel. Aos 7´ chegou novamente, mas Weverton fez Ă³tima defesa. O FuracĂ£o tinha mais posse de bola, mas o VitĂ³ria era mais efetivo. O FuracĂ£o sĂ³ levou real perigo aos 10´ em um passe de Lucho, que colocou Ederson na cara do gol mas o goleiro baiano fez grande defesa. Ederson jĂ¡ proporcionava Ă³timos lançamentos, virando o jogo com consciĂªncia sempre que necessĂ¡rio. Era um Edershow a parte.

Foto: Marco Oliveira / Site Oficial
O AtlĂ©tico jĂ¡ demonstrava melhoras, mas aos 16´ os fantasmas de outrora mostravam suas caras novamente na Baixada. Na minha opiniĂ£o, Weverton poderia ter pulado na bola, mas preferiu fazer golpe de vista, ela beijou o travessĂ£o e morreu no gol. Temi pela torcida, mas ao contrĂ¡rio de vaias, ela se levantou, deu seu grito de apoio e teve paciĂªncia para deixar o time jogar e se reequilibrar. E nĂ£o Ă© que o FuracĂ£o melhorou e se reencontrou no jogo.

O AtlĂ©tico tinha posse de bola, chegava na Ă¡rea, mas nĂ£o concretizava em gol. Aos 30´ Lucho machucado deu lugar para NikĂ£o. DaĂ­ em diante nada mais funcionou e o FuracĂ£o praticamente nĂ£o avançou. O meio do AtlĂ©tico parou de funcionar. O VitĂ³ria apelava para a catimba retardando o jogo. A melhor chance sĂ³ veio aos 40´ em bola parada. Matheus Anjos cobrou bem uma falta que passou riscando a trave. A torcida sentia que o time buscava o empate mesmo desajeitado e nĂ£o deixava de cantar e apoiar.

Esse Ă¢nimo tomou conta dos jogadores. Energia positiva que emanava do torcedor Atleticano e invadia gramado e arquibancada. O time tentava entrar na Ă¡rea adversĂ¡ria, mas era obrigado a retornar Ă  bola atĂ© o cĂ­rculo central e iniciar tudo novamente. Em um desses momentos, aos 42´, a bola foi levantada na Ă¡rea e acabou sobrando no pĂ© de NikĂ£o que cortou o marcador e bateu forte, Fernando Miguel jogou para escanteio. Aos 43´ NikĂ£o cobrou o escanteio e Wanderson “monstro” apareceu como uma flecha para empatar de cabeça o jogo.

Foto: Marco Oliveira / Site Oficial
O gol coroava o time que queria jogo. No intervalo, enquanto os coxas Flippers tomavam mais uma estocada, Eduardo Baptista tinha tempo e tranquilidade para acertar o meio do time apĂ³s a saĂ­da de Lucho. O FuracĂ£o voltou diferente, Matheus Anjos um pouco mais recuado na cobertura do lado esquerdo e OtĂ¡vio mais na dele. DaĂ­ começou a aparecer o grande nome do jogo. Sidcley, incendiado pela torcida começou a deitar e rolar no lado esquerdo Atleticano. 

Aos 6´ ele colocou a bola rasteira na Ă¡rea para Matheus Anjos e NikĂ£o, mas quem aproveitou foi NikĂ£o que com maestria colocou tirando do goleiro, mas o goleiro evitou o gol da virada. Aos 8´ Sidmessi viu que o jogo era dele, no embalo da torcida se livrou de 2 marcadores e no meio de 7 jogadores colocou a bola nos pĂ©s de NikĂ£o, que cortou 1 e bateu forte no canto esquerdo do goleiro. Era o gol da virada, o gol que levou a torcida ao delĂ­rio. Bola trabalhada, jogada linda e de uma plĂ¡stica incomum no futebol brasileiro. O gol para desafogar o coraĂ§Ă£o Rubro Negro. 

DaĂ­ em diante a festa estava armada e o passeio foi inevitĂ¡vel. Bola de pĂ© pra pĂ©, jogadas de efeito, pouca posse de bola, mas quando ela chegava o time sabia o que fazer com a redonda. E foi nessa troca de passes com estilo que aos 11´ Sidmessi deu um passe primoroso, entre 4 jogadores do VitĂ³ria, para Coutinho Bolt que cruzou rasteiro na Ă¡rea para a entrada fulminante de Edershow de carrinho completar para o gol. A porteira estava aberta. 

Foto: Marco Oliveira / Site Oficial
O FuracĂ£o passeava em campo, a torcida cantava enlouquecida. Aos 25´ lĂ¡ estava Sidmessi para iniciar mais uma jogada pela esquerda que foi parar nos pĂ©s de Edershow, que encheu o pĂ©, o goleiro defendeu batendo roupa, a bola acertou a trave e na volta passou por 3 Atleticanos que nĂ£o alcançaram. O time era um rolo compressor e o cheiro de goleada estava no ar. E claro, todo grande espetĂ¡culo tem que fechar com chave de ouro. Aos 35´ veio o grande presente para o torcedor, um agradecimento em forma de pintura, num dos gols mais belos da Arena. 

OtĂ¡vio desarma o ataque do VitĂ³ria e coloca a bola no pĂ© de Rossetto. O garoto atravessa o campo todo e desfere um petardo no Ă¢ngulo do goleiro. Golaço para fechar com chave de ouro.  DaĂ­ em diante nĂ£o teve mais jogo. Os baianos com medo da surra ser ainda maior, recuaram e trocavam passes sob as vaias da torcida do FuracĂ£o. O jogo ficou tĂ£o sem graça pela covardia baiana, que o Ă¡rbitro nĂ£o teve dĂºvidas e deu apenas 2 minutos de acrĂ©scimo. SaĂ­mos da Arena em Ăªxtase. O BrasileirĂ£o virou truco com 4 vitĂ³rias consecutivas. “Truco, 6, 9, 12”. Que venha o GrĂªmio!

Em tempo: Tirinhas valiosas

Quanta bobagem alguns torcedores escrevem nas redes. Cada jogo, os imbecis arrumam um fato novo para desviar o foco e tentar justificar suas incompetĂªncias no perĂ­odo “mais chuteiras, menos futebol” escrachando o clube e a Diretoria por terem alcançado a proeza de trazer as finais da Liga Mundial de VĂ´lei. Uma sacanagem que sĂ³ acaba com o ambiente. O clube acertou na escolha, estĂ¡ fazendo uma grana “federal” com o evento, fechou a parceria no ano passado e nunca teve uma bola de cristal para adivinhar que terĂ­amos um jogo importante nessa data. Um absurdo a quantidade de besteiras. Muita vontade de voltar ao amadorismo e ser escravo do eixo do mal.

Falando em amadorismo, o domingo foi de contrastes. A quase morte da Portuguesa demonstra tudo que falo. Em 1995 Petraglia assumia o FuracĂ£o e salvava o clube da falĂªncia. Em 1996 a Portuguesa disputava seu Ăºltimo grande brasileirĂ£o sendo vice-campeĂ£. Nesse choque de contrastes, notei onde estĂ¡ hoje o pequeno AtlĂ©tico de 95 e a grande Portuguesa de 96. Os valores se inverteram, fruto de uma administraĂ§Ă£o coerente, coesa, planejada, futurĂ­stica, exuberante e espetacular, o FuracĂ£o mudou de vida, de pequeno para gigante. Enquanto um morreu no centro do futebol brasileiro que Ă© SĂ£o Paulo, outro deu a volta por cima e tornou-se gigante no sul do paĂ­s. E tenho dito!

Olha o GrĂªmio aĂ­ gente! PrĂ³ximo jogo na Copa do Brasil. Temos totais condições de trazermos um bom resultado dos pampas. O GrĂªmio jĂ¡ mostrou que Ă© um time normal, afinal, perdeu em casa para o time que nĂ£o conseguiu ganhar do coxa. O momento Ă© todo nosso! Recado para os chorões do jogo contra o Santos: NĂ£o importa a partida, nĂ£o importa onde for, FuracĂ£o estarei contigo, pois tu Ă©s o meu amor!


Por: Robson Izzy Rock @Robson_IzzyRock

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