Há poucos dias o mundo do
futebol assistia emocionado à despedida do maior ídolo da história romanista e
um dos maiores da geração italiana campeã do mundo, Totti. As pessoas se
derretiam em elogios à lealdade demonstrada pelo camisa 10 e a transmissão a
todo instante fazia referência a outras “bandeiras” italianas, Del Piero,
Maldini, Baresi e Buffon, esse último tido como o último romântico do futebol
italiano.
Fonte: Goal |
Mas o próprio Buffon, ao ver
um jovem goleiro do rival, um tal de Donnarumma, tranquilizou a todos quanto ao
futuro de sua posição na seleção italiana. Alto, rápido, e muito maduro para a idade,
era o “novo Buffon” que tanto sonhava o torcedor italiano. Esse novo Buffon seguiria os
passos do ídolo, jogaria por 10 ou 15 anos em seu clube do coração, do qual
seria capitão e por muito tempo seria também uma referência no gol da seleção.
Como Buffon, ele estaria ao lado do clube nas dificuldades, mas com sua imensa
capacidade seria um dos pilares do Milan vencedor do futuro. Como Buffon, não abandonaria
o barco mesmo que o time caísse para a segunda
divisão e recusaria propostas de gigantes europeus
para permanecer no clube do coração.
Parece que todo mundo se
enganou, não há um segundo Buffon, não há continuidade, fidelidade e
amor ao clube. Há apenas uma jovem marionete, seu empresário e um contrato. Há apenas
o dinheiro. É melancolicamente irônico para esse milanista que vos escreve, que
o novo Buffon careça exatamente de duas das melhores qualidades que caracterizam
seu ídolo, amor e lealdade. Será que ele pensa que será capitão da seleção
sendo odiado pela parte vermelha e preta do país?
Já vi a saída e a
aposentadoria de lendas do clube, mas hoje foi o pior dia de meus vinte e poucos
anos de rossonero, porque os outros deixaram o clube pela porta da frente, custa
um pouco até para criticar aquele em quem até ontem depositava minhas
esperanças, que até ontem representava a volta do orgulho, que beijou o
escudo aos berros em frente à torcida da Juventus e que pegou o chute de Khedira
no último lance do clássico, cuja imagem do lance até hoje de manhã estava na tela
de fundo do meu computador. Sim, custa muito criticá-lo, é tão doloroso que
mesmo com a raiva e decepção que sinto, acho que no fundo torço para que amanhã ele
veja a besteira que fez, despeça o Raiola, peça perdão à torcida e renove o
contrato, mas ele teria que ser “Buffon” para fazer isso acontecer e está claro
que não é.
O novo Buffon não existe!
Por Gil Costa
4 Comentários
É verdade.
ResponderExcluirTorço para o Milan desde o final dos anos 80 e digo que esse garoto sedento por dinheiro me causou uma das três maiores tristezas de minha vida como Milanista, sendo que as outras duas se deram por derrotas em campo.
Complicado. Eu como milanista também to triste. O dinheiro tá falando mais alto.
ResponderExcluirBom texto. Acredito que ele está fazendo uma burrada por vários fatores. Ele vai deixar o time que o revelou e que ele jurou amor, a torcida também amava ele. Está perdendo a oportunidade de ser lembrado na história da forma mais honrosa, como vários desses jogadores que você citou. E não sei se é realmente pelo dinheiro, o Milan tá com o cofre cheio. E outra, com todo o respeito ao time da Roma, o Milan é um gigante do futebol e está se reerguendo nesse exato momento. Ele não precisa sair de Milão para jogar em um time grande e disputar títulos. Ainda tem a questão que chegando em outro time ele ainda terá que disputar posição, não vejo nenhum dos clubes grandes (ou endinheirados) precisando imediatamente de um goleiro, talvez o Liverpool, mas sabemos que esse time a muito tempo não faz ferida no mercado. Bom, Ninguém tem obrigação de nada, mas o que da raiva é deduzir que ele está saindo do Milan por causa de empresário, o Maldito Mino Raiola.
ResponderExcluirP.S: Não torço para o Milan. Mas mesmo assim estou meio indignado.
Eu estou muito triste. E concordo com suas palavras, ele não tem noção da burrice que está fazendo.
ResponderExcluir