Vergonha. Essa é a palavra que define o Figueirense
não só de ontem na partida contra o América-MG, mas também na Série B - ou até
mesmo no ano como um todo.
Seguindo a risca a cartilha do rebaixamento, Figueirense caminha a passos largos para a Série C (Foto: Luiz Henrique/Figueirense FC) |
A derrota acachapante para o time mineiro na noite
desta última sexta-feira (21), na Arena Independência pelo placar de 4x2, só
foi um dos reflexos do péssimo ano alvinegro. Os gols da equipe de Belo
Horizonte - marcados por Norberto, Luan, Ruy e Messias - vieram ao natural, com
falhas defensivas que viraram rotina no time alvinegro.
O torcedor alvinegro que sempre apoia independente de
fase, hoje chegou em seu limite e não aguenta mais. O ódio, o incômodo, a
insatisfação de ver a sua maior paixão se afundar no poço é irrefutável e só
faz o torcedor se afastar do clube em meio a tudo o que acontece.
O Figueirense em 2017 tem uma de suas piores
temporadas dos últimos 20 anos. Estamos vendo o mês de agosto se aproximar, e a
equipe alvinegra já disputou 38 jogos. Destas 38 partidas, o Figueirense sofreu
17 derrotas, empatou 13 vezes, e venceu apenas 8 (oito) jogos. Sim, você não
leu errado. O Figueirense Futebol Clube tem uma média de praticamente uma
vitória por mês.
Ainda nesta mesma temporada, o Figueirense já está no
seu terceiro treinador. Marcos Santos e Márcio Goiano já passaram pela área
técnica alvinegra onde hoje está Marcelo Cabo que já tem o seu emprego
ameaçado. Cleber Giglio começou o ano como Superintendente de Esportes e ao
lado de Wilfredo Brillinger foi trazendo reforços prometendo um grande time
para a disputa do título catarinense. O resultado foi um dos piores possíveis,
e o Figueirense por pouco não foi rebaixado.
Todos achavam que o quase rebaixamento no Catarinense era o fundo do poço, mas o pior estava por vir (Foto: Léo Munhoz/Agência RBS) |
Terminado o vergonhoso Catarinense, Cleber Giglio foi
embora, e Carlos Arini foi trazido para resolver o problema. Com ele, dispensas
foram feitas, jogadores foram afastados para compor o 'Grupo 2' (hoje com
Dirceu, Marlon, Ferrugem e Anderson Aquino), e inúmeras contratações realmente
necessárias foram efetuadas. O bom começo da Série B foi ilusório para o
torcedor, o que é aceitável, e também pareceu iludir a diretoria, o que é no
mínimo preocupante. Mais novos jogadores foram trazidos, o desespero bateu, e o
Figueirense chegou ao número de 32 contratações, com jogadores treinando em
separado, outros no DM, e com jogador sendo contratado em agosto.
Com os quatro gols da última derrota, em meia
temporada, o Figueira já sofreu o total de 50 gols. Claramente o problema
alvinegro é a defesa, mas as contratações feitas são para o ataque, aonde hoje
o Figueirense vai bem com dois dos artilheiros da Série B (Henan com 8 gols, e
Robinho com 6).
No elenco o Figueirense possui oito zagueiros
(Marquinhos, Leandro Almeida, Bruno Alves, Ferreira, Pereira, Trevisan,
Naylhor, e Dirceu afastado), mas nenhum está dando conta do recado. Inúmeros
esquemas foram inventados - inclusive com três zagueiros - e nada dá certo.
Marquinhos, experiente no elenco, foi afastado à época por Márcio Goiano. Os
dois foram personagens de desentendimento, com o zagueiro chegando ao ponto de
mandar indiretas em suas contas nas redes sociais. Márcio Goiano foi demitido,
Marquinhos voltou à zaga e as falhas seguiram e com inúmeros gols na conta do
zagueiro.
As laterais são deploráveis. Na direita, Dudu era
titular absoluto, porém fraturou o braço na partida contra o Londrina. Deste
então, Weldinho assumiu a titularidade, não rendeu bem e nem sequer relacionado
é mais. Na esquerda, Julinho, Lazaroni, Iago e Morassi são os disponíveis. E
ainda temos João Paulo lesionado e Marlon afastado. Nenhum conseguiu se firmar e
ser o dono da "camisa 6".
Hoje não só as laterais do Figueirense, mas como todas
as posições são ocupadas por nômades. A cada jogo que se passa, os jogadores
das posições mudam, os esquemas mudam, e só o que não muda é o presidente que é
o maior culpado desta fase deprimente da equipe. E assim, com inúmeros erros,
com um presidente que vem acabando com o clube por sete anos, o Figueirense vai
seguindo a risca a cartilha de rebaixado.
Patrick Silva | @figueiradepre
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