No duelo mais interessante dos playoffs da UEFA
Champions League, o Nice recebeu o Ajax nessa quarta-feira (26), em uma partida
que, em tese, teria clima de amistoso - porém que valia muito para ambas
equipes pela ambição de estar presente na fase de grupos da competição de maior
relevância no velho continente. Falando em favoritismo, os clubes tiveram
pré-temporada, por isso, na prática, seria um confronto extremamente
equilibrado - entretanto, no papel a vantagem técnica e psicológica era dos
Aiglons.
Dois dos grandes personagens do jogo, vimos um excelente duelo tático no Estádio da Riviera nessa noite. (Imagem: L'Equipe). |
O time francês está passando por uma breve transição
após saídas importantes na atual janela - sendo assim, nessa derradeira disputa
por uma vaga no próximo estágio de playoffs da Champions, vimos Lucien Favre
manter suas características, porém com peças distintas: No miolo da zaga, antes
que era formado por Sarr e Dante, ás vezes até mesmo Paul Baysse (que deixou o
clube), agora é moldado com Le Marchand e Dante por dentro, com o garoto Sarr
atuando no flanco esquerdo - dando sinais da eminente saída do brasileiro
Henrique Dalbert. No geral, o 4-2-3-1 que rendeu ótimos frutos na reta final da
temporada passada, deverá ser o esquema mais tradicional dos Aiglons durante
2017/18 - com ênfase para a linha de três armadores, que tende a ser composta
por Srarfi, Lees-Melou e Eysseric; com o retorno de Pléa, o provável é que o
segundo citado perca vaga entre os titulares.
Chegando como umas das principais contratações do clube na temporada, o meia Lees-Melou não convenceu em sua estréia. (Imagem: Reprodução/L'Equipe). |
O JOGO
Os primeiros minutos do jogo para o Nice foram
corriqueiros: Controlando a posse e nunca dando chutão, o time dominou o
primeiro terço da etapa inicial - apesar de que em alguns momentos faltava ser
mais incisivo quando tinha a bola. Com muita movimentação da dupla de
interiores do time, as transições aconteciam naturalmente - mesmo sendo mais
lentas ao sair dos pés de Koziello, que por estilo opta por procurar um passe
mais preciso, ao invés de distribuir junto de Jean Seri - que outra vez foi o
expoente de uma boa atuação da equipe. Dele, saiu uma jogada genial em cima de
três defensores do Ajax, que terminou no gol de Mário Balotelli na reta final
do primeiro tempo. O resultado refletiu o desempenho dos times no período.
Algo a se destacar: As excelentes contribuições do
jovem tunisiano Bassem Srarfi - tanto na recomposição e principalmente na
movimentação/troca de posições com os outros meias na trinca na faixa central.
Um bom driblador e que consegue atuar em qualquer função no setor, pode ser a
solução ideal para repor Younés Belhanda - lembrando que o jogador foi mais um
achado de Favre no mercado: Chegou em janeiro, vindo do Club Africain, ganhando
tempo de jogo no Campeonato Francês desde então.
A maior promessa do clube atualmente, Srarfi deve ser o titular de Favre durante a temporada. (Foto: Reprodução/BeinSports) |
Aparentemente, o Nice voltou desligado para etapa
complementar - dando diversos espaços para os talentosos interiores do
adversário trabalharem, criando chances. E em uma dessas lacunas deixadas pelos
franceses, o Ajax teve a oportunidade de empatar o marcador e, não pestanejou:
Donny Van de Beek, de rebote, igualou o marcador - obviamente, comemorou o
tento dedicando ao companheiro de infância Abdelhak Nouri, que passa por uma
terrível fase clínica.
No decorrer do tempo, o novo técnico do Ajax fez
mudanças de crucial importância para o funcionamento da equipe no período: O
jovem Frank De Jong deu mais consistência na faixa central do campo - em pouco
tempo, conseguiu desempenhar o papel do primeiro passe com mais eficácia do que
Schone. Nos flancos, a entrada de David Neres também mudou a cara do Ajax -
tendo mais poder individual do que Kluivert, a cria do São Paulo agradou no seu
tempo em campo.
Em contrapartida, Lucien Favre também teve exímia
importância para fazer o Nice equilibrar as ações após meio que ser
"engolido" pelas variações do adversário: Em busca de mais amplitude
no flanco esquerdo - coisa que não tinha com Lees-Melou (que estava mal na
partida), o suíço retirou o jogador citado e inseriu Dalbert - o brasileiro
logo contribuiu nas ações ofensivas, indo ao fundo e centralizando para ajudar
na armação. Mais uma mudança que mudou o modo de jogar dos Aiglons, foi a
entrada de Marcel na vaga de Srarfi - que, basicamente alterou de um meia veloz
e insinuante, que gosta do lance individual, por um terceiro homem de
meio-campo - do qual prefere por ter a posse, distribuir: Deixando o time menos
agudo.
E ficou por isso mesmo: Nice empatou com Ajax em um
jogo que poderia ter roteiro distinto caso a precisão nas finalizações dos
mandantes fosse maior. Analisando friamente, o resultado não é de todo mal -
levando em conta que fora de casa o Nice sempre complica para o adversário e
quase nunca passou desapercebido no quesito de gols marcados. O jogo da volta
dessa trama acontecerá em agosto, no dia 2, na Amsterdam Arena. Nesse meio
termo, o Nice não fará nenhum jogo - apenas três dias após o confronto contra
os holandeses que o time de Balotelli e companhia estreará na Ligue 1, contra o
Saint-Etienne.
Apesar de um resultado que coloca em risco sua classificação, o Nice ainda sim tem ótimas chances de ir á próxima fase. (Imagem: Reprodução/ L'Equipe). |
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