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Um Furacão nada real contra o Cruzeiro

Desastroso! Sabemos que o time do Cruzeiro é mais qualificado, mas a esperança é a última que morre. A ideia de uma recuperação em cima de um bom time, poderia nos fazer crer em um futuro promissor. O Furacão teve bem mais posse de bola, mas como ocorre em todos os últimos jogos, bastam dois ou três ataques para serem transformados em gol pelo adversário. E que falta fez Lucho. O cara que grita, que combate, que ocupa espaços, que chama a atenção, que avisa, que coloca um pouco mais de raça no time e faz a bola rolar literalmente no meio de campo.

Não, eu não disse que Lucho é craque, mas no nosso elenco ele é o cara que coloca as coisas em ordem em campo. O jogo ficou quase todo tempo lateralizado, ninguém no meio para distribuir e por isso mesmo o Cruzeiro conseguia recompor rapidamente a zaga. Quando há um paredão a sua frente, quase intransponível, o normal é arriscar chutes de fora da área, mas quase ninguém arrisca, quase ninguém chuta, exceções a Nikão e Otávio e estes dois devem ser exaltados ainda pela dedicação, eles sempre tentam alguma mágica.

O Cruzeiro chutou quatro bolas a gol, fez dois e uma parou na trave. O Atlético teve duas chances com Sidcley, uma de cabeça, outra poderia ter dominado e feito o gol, chutes de fora com Nikão (fraco) e Otávio que levou mais perigo e só. Nicolas na esquerda jogava ilhado, quando passava a linha do meio não encontrava um companheiro sequer para trabalhar com a bola e era obrigado a recuar. Wanderson se virou como pôde, Matheus dos Anjos entrou e incendiou o jogo e a torcida, mas o resto não ajudou. Weverton sem culpa, Nikão e Otávio os guerreiros.

Foto: Marco Oliveira / Site Oficial
O Atlético parecia um time mais compacto no começo do jogo, só parecia, pois aos poucos o Cruzeiro achava as mesmas brechas para contra-ataques e aproveitava bobeiras generalizadas. A bola batia na canela dos jogadores Atleticanos e os erros de passes tão comuns na equipe, continuavam assombrando. Aos 12´ Lucas Silva tentou de longe e acertou o travessão, mas ressalto que desta vez Weverton não fez golpe de vista e se fosse ao gol ele faria a defesa a tempo. Em seguida Nikão arriscou de fora, mas a bola passou longe.

Até os 27’ o Furacão martelava sem objetividade, muita posse de bola e nada de efetivo. Foi então que em um contra-ataque nas costas de Jonathan, o Cruzeiro chegou ao gol. Linha de passe dentro da área Atleticana e todos perdidos. O Atlético abusava dos cruzamentos mal feitos que parecessem direcionados para as mãos do goleiro Fábio. Aos 36´ Nicolas colocou uma bola açucarada na área para Sidcley que...? O que ele tentou realmente fazer, eu não sei, mas perdeu uma chance de ouro para empatar. Aos 40’ Otávio arriscou e obrigou Fábio a boa defesa. 46’ Nikão cruzou e Sidcley tentou de cabeça, mas a bola bateu no chão e subiu.

Os números do primeiro tempo mostram a falta de efetividade. O Atlético levantou 12 bolas na área, finalizou seis vezes a gol, três com chance real, tinha 65% de posse de bola, mas tecnicamente quase não oferecia perigo. Matheus dos Anjos voltou no lugar de Ederson e colocou fogo no jogo. Já aos 5’ arriscou de fora e obrigou Fábio a se esticar todo para evitar o empate. Parecia que iria funcionar, só parecia. A correria de Mateus inflamava a torcida, mas não o time.

Foto: Marco Oliveira / Site Oficial
O Cruzeiro no contra-ataque arriscava em chutes de longa distância como aos 12’ levando algum perigo. E falando em perigo, o Furacão chegou próximo ao gol só aos 29’ com Nikão que pegou fraco na bola e desperdiçou boa chance de marcar. Aos 40’ o Cruzeiro jogou a pá de terra que faltava. Thiago Neves bateu forte, Weverton fez grande defesa, mas a bola sobrou nos pés de Rafael Marques que emendou de primeira, Weverton quase chegou à bola, indefensável. Daí em diante foi só cercar e aguardar o apito final.

Quanto à arbitragem não preciso comentar, o estádio inteiro viu, vaiou e xingou. A arbitragem também é responsável pela péssima fase, não justifica, mas tem tido participação crucial minando o time em muitas jogadas, inversões, não marcações ou marcações desnecessárias. Mas isso é chover no molhado. Antes de voltarmos às preocupações para “eles”, devemos corrigir nossos erros e com urgência.

Excesso de passes errados. Nenhum esquema funciona, principalmente o nosso se o principal fundamento de um jogador não for perfeito. No nosso esquema, perdeu a bola, o adversário encontra um clarão no meio para trabalhar facilmente. Erros de passes devem ser evitados ao extremo. Nas jogadas de linha de fundo necessitamos aproximação de mais jogadores. Lançamentos na área devem ser treinados a exaustão, pois estão sendo perdidas oportunidades reais por falhas nesse fundamento também.

Foto: Marco Oliveira / Site Oficial
Nosso time não é grande coisa, mas também não é tão ruim assim, precisa é se dedicar mais, ter mais amor pela camisa, ter mais raça. Se formos analisar alguns nomes, veremos que poderia ser bem melhor. Weverton, Thiago Heleno, Paulo André, Jonathan, Ederson, Eduardo da Silva, Nikão, Otávio. Sem contar Wanderson. Todos sabem o potencial desses atletas. O que está faltando para que alguns deles voltem a render o que já renderam no passado aqui e em outros clubes?

Fabiano Soares já viu que a tarefa não será fácil, que o osso é duro de roer. Ainda bem que por enquanto a tempo de se corrigir o que está errado. Como não sou técnico e não entro em campo, resta-me torcer. Existe esperanças sim, desde que os jogadores entendam que tirar o “pé” não irá resolver, que é necessário brigar por cada bola até o fim, que só devem parar de correr quando o árbitro apitar o fim do jogo e que a camisa Rubro Negra do Atlético só se veste por amor.

Em tempo: Tirinhas valiosas

Mudanças: A diretoria partiu para mudanças radicais, para dar um choque em todos e ver se algo evolui. Não dá para demitir um elenco inteiro, um elenco que teve aprovação da maior parte da torcida quando da contratação. Se a diretoria é culpada, todos nós somos culpados, pois apoiamos. Como sempre digo, é idiotice dizer que a diretoria está fazendo de tudo para ver o time perder, nós também aprovamos as contratações. Precisamos sim de reforços, isso é inquestionável e necessitamos com urgência, já que alguns nomes renderam muito abaixo do esperado.

“Torcedores” políticos, que fazem oposição a Petraglia foram vistos fazendo festa e vibrando com nova queda do Furacão, tanto no estádio quanto em um bar de Curitiba. Pena não serem torcedores de verdade e estarem interessados em uma coisa só... Dinheiro. Antes de se brigar pelo poder no Atlético, deveriam provar o amor pelo clube. A cada derrota eles acreditam estarem acrescentando mais um ponto a favor de suas pretensões políticas.

Em 2011, quando da queda para segunda divisão, os mesmos dirigentes que batem boca hoje e que só tinham futebol para se dedicar, não contrataram grandes jogadores e ainda trouxeram alguns jogadores lastimáveis. Não fizeram um mínimo esforço para evitar a queda para segundona. Já haviam escapado da queda em 2009 no último jogo contra o Flamengo. Porque na época não fizeram o que tanto pedem agora? Tivessem contratado jogadores com nome e qualidade, poderiam ter evitado a queda.

Palmeiras já gastou 100 milhões na contratação de nove jogadores do elenco atual só em 2017, Corinthians 13 milhões em quatro nomes, sem contar outras contratações e salários. Alguém quer comparar?

Por: Robson Izzy Rock @Robson_IzzyRock

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