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Apostas e Certezas

Como diz a música da banda CPM 22 que leva o nome deste texto: “Quero fugir das derrotas, sorriso na cara, estou de volta”. Estamos de volta! O maior time da Itália inaugurou a Série A 2016/2017 no último sábado, 19, no Allianz Stadium (novo nome do Juventus Stadium) com uma vitória por 3x0 contra o Cagliari, do eterno ídolo Simone Padoin (que possui 5 títulos de Série A, mais que times como Roma e Napoli, por exemplo).

Atual hexacampeã italiana e tricampeã da Coppa da Itália, a Juventus segue insaciável na sua sede de vitórias. São 35 títulos italianos e 12 Copas Itália, um recorde absoluto. A última temporada foi marcante do início ao fim: contratação bombástica de Gonzalo Higuain, acerto do time jogando em um mutante esquema 4-2-3-1, com o guerreiro Mário Mandzukic jogando de ponta esquerda, mais responsabilidade para "La Joya" Dybala, os já mencionados títulos italianos históricos e a perda da final da Champions League em Cardiff, para o Real Madrid.

Os jogos marcantes da temporada passada incluem derrotas e vitórias: as derrotas para Inter e Milan no começo mostraram que um acerto no percurso era devido. As vitórias contra Napoli (em casa), Torino (fora) e Roma (em casa) deram o fôlego necessário. As revanches contra Inter e Milan e os episódios com Lichsteiner, Dybala e Bonucci cravaram a maturidade e a imposição pelos títulos. Já pela Champions, a fantástica partida no Allianz Stadium contra o Barcelona e a perda do título para o Real Madrid estarão para sempre na memória do torcedor bianconero.

Qualquer análise da Juventus possui um lado fácil e um lado difícil de ser encarado. O lado fácil consiste em verificar que a Juventus é o time mais organizado da Itália há, no mínimo, 6 anos. Tal constatação é embasada na dominação interna, títulos e disputa no mais alto nível com os melhores times do continente. O bianconero comum ficou mal acostumado e muitas vezes não dá o devido valor às conquistas internas (normal em qualquer lugar do mundo onde vencer tornou-se rotina).

O lado difícil é entender que, apesar de todas as virtudes que elenco e diretoria possuem, disputamos os campeonatos internos com outros times que buscam encerrar a hegemonia da Juventus. Para que tal possibilidade possa ser alcançada, nossos rivais de Milão foram vendidos para investidores asiáticos, na esperança que estes possam elevar o nível de competitividade destas equipes. Já Roma e Napoli buscam um caminho mais tradicional de melhorias internas, na esperança de um dia bater a Juventus em um Scudetto. Uma hora será inevitável não vencer o Campeonato Italiano (seja pela injeção de capital estrangeiro ou pela competência dos outros), mas a Juventus é mestre em adiar e dificultar esta missão ao seu máximo.

Que homem! Buffon defende pênalti marcado após consulta de vídeo. Foto: Juventus.com
Após a perda da Supercopa italiana para a Lazio no último final de semana, muito se falou sobre a capacidade do elenco da Juventus. Muitas críticas ao novo lateral De Sciglio e a nossa eterna bandeira Barzagli (pela idade). Sem contar aqueles que sempre criticam a diretoria, principalmente na pessoa do diretor Marotta.

O grande problema dessas críticas é o tom que elas assumem. Não levo em consideração a crítica dos adversários (claro, aquelas apaixonadas). Algumas são críticas construtivas e importantes, pois não somos um time perfeito e precisamos das críticas para evoluir. Outras são daqueles que não apreciam o trabalho que vem sendo feito nos últimos anos (são embasados principalmente pelas perdas das finais da UCL) e qualquer derrota já aproveitam para criticar tudo e jogar o trabalho dos últimos seis anos no lixo.

O jogo

Allegri escalou um time com uma cara muito parecida com a que tivemos na temporada passada. Entramos em campo no bom 4-2-3-1 com: Buffon, Lichsteiner, Rugani, Chiellini, Alex Sandro; Pjanic, Marchisio, Cuadrado, Mandzukic, Dybala; Higuain.

A grande novidade desta escalação está em Rugani atuar como titular no lugar de Bonucci. O jovem zagueiro italiano terá, em tese, uma boa sequencia como titular para mostrar para os torcedores, companheiros de equipe, Allegri e diretoria, que poderá herdar o posto de titular da defesa bianconera.

A Juventus dominou a partida desde o início. Em bom cruzamento de Lichsteiner, Mandzukic completou de primeira e fez o primeiro gol da temporada. Após um certo marasmo do time, o Cagliari conseguiu criar poucas jogadas. Dentre estas, Alex Sandro dividiu a bola com Diego Farias  dentro da área e o juiz nada marcou. Após reclamação do time da Sardegna, o árbitrou foi consultar o vídeo para verificar se houve penalidade no lance. O árbitro voltou atrás e marcou penalti. Foi a primeira vez que o sistema de vídeo arbitragem VAR (em inglês, video assistant referee) foi utilizado no futebol italiano da Série A. Logo contra quem.

Felizmente temos o maior de todos, Gigi Buffon (que poderá ter feito sua última estreia em Série A) que defendeu a cobrança do brasileiro que sofreu a penalidade. Após isto parece que a Juventus acordou novamente para a partida.

Para mim, como em tantas vezes na temporada passada, os melhores da partida foram Alex Sandro e Dybala. O brasileiro vive fase espetacular, criando e defendendo. O argentino foi o autor do segundo gol, após grande lançamento de Pjanic. Na segunda etapa, após passe do terzino (lateral) brasileiro, Higuain fechou o placar.
Todos os titulares que entraram em campo estavam na equipe na temporada passada. Foto: Juventus.com
Khedira, Douglas Costa e Matuidi também entraram na partida. O francês que chegou durante a semana estrou com a camisa preta e branca, dando maiores possibilidades para que Allegri construa um meio com 3 homens na primeira linha. Deixo apenas minha ressalva que acredito que falte um meia defensivo que atue a frente da linha defensiva com maior vigor físico. Não gosto do Pjanic fazendo este papel por acreditar que o bósnio fica sobrecarregado nesta função. Pjanic é um dos maiores meias do mundo e não podemos jamais perder suas qualidades. 

O último destaque fica para ele, sempre ele. Com a atuação frente ao Cagliari, Buffon completou 620 jogos pela Série A, superando Totti, que tem 619 jogos e atrás apenas de Paolo Maldini, que possui 647 aparições no campeonato italiano. Com certeza Gigi passará o lendário defensor e terá mais esse recorde em suas luvas.

Nosso próximo compromisso será no próximo sábado, 26, contra o Genoa no Luigi Ferraris. Bom teste para a equipe, já que na última temporada perdemos para a equipe da Liguria em Genova pelo placar de 3x0.

ELENCO temporada 2017/2018 (janela fecha em 31 de agosto)

Goleiros: Gianluigi Buffon, Wojciech Szczęsny e Carlo Pinsoglio.
Laterais: Stephan Lichtsteiner, Mattia De Sciglio, Alex Sandro e Kwadwo Asamoah.
Zagueiros: Giorgio Chiellini, Andrea Barzagli, Medhi Benatia e Daniele Rugani.
Meio-campistas: Miralem Pjanić, Sami Khedira, Claudio Marchisio, Douglas Costa, Mario Lemina, Stefano Sturaro, Tomás Rincón, Rolando Mandragora, Rodrigo Bentancur e Federico Bernardeschi.
Atacantes: Juan Cuadrado, Gonzalo Higuaín, Mario Mandžukić, Marko Pjaca, Paulo Dybala e  Moise Kean.
Técnico: Massimiliano Allegri

Quem saiu: Dani Alves (L, PSG - custo zero), Neto (G, Valencia - 7M € +2M € bônus) - Leonardo Bonucci (Z, Milan - 42M €), Emil Audero (G, Venezia - empréstimo), Ricardo Orsolini (M, Atalanta - empréstimo de duas temporadas, com opção de compra e recompra), Mario Lemina (M, Southampton - 17M €).

Quem chegou: Douglas Costa (M, Bayern - empréstimo por duas temporadas 6M €, com opção de compra por 40M €), Wojciech Szczęsny (G, Arsenal - 12M €), Mattia De Sciglio (L, Milan - 12M €), Federico Bernardeschi (M, Fiorentina - 40M €), Blaise Matuidi (M, PSG - 20M €).

Siamo tornati!

Fino alla fine, FORZA JUVENTUS!

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