Em que se pese a
superioridade numérica desde o terceiro minuto de jogo, que torna qualquer
análise imprecisa, fato é que o time já mostra uma forma de jogar que agrada
tanto pela ofensividade quanto pelas alternativas encontradas pela equipe. O
forte apoio dos laterais, nessa partida em especial o lado direito com o Conti,
e a facilidade nas inversões de bola e lançamentos longos nas costas da defesa
adversária, são boas características que já vinham sendo apresentadas nos
primeiros jogos e que voltaram a se mostrar eficazes nessa partida.
Jogadores comemoram gol. Fonte: AC Milan |
O jogo
Logo aos três minutos o
árbitro marcou pênalti em Cutrone e após consulta ao vídeo expulsou o zagueiro
Ceccherini. Na cobrança Kessié abriu o placar. Aos dezoito, Suso fez bela
jogada individual pela direita e cruzou no primeiro pau para ótima antecipação
de Cutrone ampliando o placar. O terceiro gol veio aos vinte e quatro, após
receber ótimo lançamento de Çalhanoglu, Cutrone retribuiu a assistência para
Suso bater cruzado e fechar a conta. Até o final do primeiro tempo o time
visivelmente administrou o jogo, mantendo a posse de bola e se apoiando
principalmente no lado direito de um inspirado Suso.
Na segunda etapa, porém, o
time foi muito abaixo, aparentando certo desinteresse com a partida, que ganhou
ritmo de treino. Cutrone, Conti e Locatelli deram lugar a André Silva, Abate e
Mauri, mas ainda assim o time se limitou a administrar a partida. André Silva
até se movimentou bem participou de algumas jogadas ofensivas e Mauri teve uma
boa finalização defendida pelo goleiro Cordaz, ainda assim, o futebol envolvente dos
primeiros trinta minutos não foi mais visto, obrigando Donnarumma a fazer três
boas intervenções.
Algumas observações
Apesar da boa qualidade na
inversão e a boa alternativa pelas pontas, por vezes o time exagerou nesse tipo
de jogada. Senti falta de mais tentativas pelo meio e essa forma de jogar
acabou prejudicando um pouco o Çalhanoglu que ao lado do Kessié foi um dos poucos que tentaram conexões
por dentro, mas que visivelmente ainda sofre muito com a falta de ritmo de
jogo, é bom lembrar que esteve cinco meses foras dos gramados.
Çalhanoglu em ação. Fonte: AC Milan |
Apesar da doação em campo
ainda vejo Borini e Locatelli um pouco aquém dos demais. Penso que Locatelli
muito mais por afobação do que por falta de qualidade. Ainda assim, ele teve
papel importante para a saída de bola, se apresentando muito e dando suporte quando Bonucci e Musacchio
saíam com a bola. Borini apesar de ser um jogador "trabalhador" ainda não
oferece tantas alternativas com a bola no pé, mas a exemplo dos demais merece
tempo para não ser injustamente avaliado.
O recurso técnico do Bonucci
na bola longa nos dá uma jogada muito parecida com aquela que tínhamos com
Thiago Silva e Pato, principalmente quando o André Silva está em campo. Apesar
do bom aproveitamento em gols do Cutrone o português participa muito mais das
jogadas ofensivas e tem maior presença e força física no aproveitamento dessas jogadas.
Embora o time tenha
visivelmente se poupado depois do placar construído, para início de temporada foi um ótimo resultado,
principalmente por matar o jogo rapidamente e não sofrer grandes sustos.
Ficha Técnica:
Crotone: (4-4-2): Cordaz;
Faraoni, Ceccherini, Cabrera, Martella; Rohden (55' Nalini), Barberis,
Mandragora, Stoian (71' Izco); Budimir, Trotta (7' Dussenne). Subs: Festa,
Viscovo, Ajeti, Sampirisi, Borello, Crociata, Kragl, Suljic, Simy, Tonev.
Coach: Davide Nicola.
Milan: (4-3-3): Donnarumma; Conti (68' Abate), Bonucci, Musacchio, Rodriguez; Kessié, Locatelli (78' Mauri), Calhanoglu; Suso, Cutrone (61' André Silva), Borini. Subs: A. Donnarumma, Storari, Antonelli, Calabria, Zapata, Mauri, Montolivo. Coach: Vincenzo Montella.
Árbitro: Maurizio Mariani.
Gols: 5' pen. Kessié, 18'
Cutrone e 24' Suso
Cartão vermelho: 3'
Ceccherini
Cartões amarelos: 9'
Cutrone, 59' Locatelli, 69' Bonucci.
Por Gil Costa
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