Diferente das últimas derrotas em clássicos, a partida de hoje de certa forma dá um alento ao torcedor rossonero pela forma
como a equipe se comportou na maior parte do jogo, ainda assim, algumas
escolhas continuam se mostrando erradas e a exemplo da partida contra a Lazio,
a equipe desmoronou emocionalmente após sofrer o primeiro gol.
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Fonte: Gazzetta Dello Sport |
A escolha de três zagueiros acabou ajudando o
Borini a ir "bem" na função de ala e mostrou um Çalhanoglu (apesar de afoito)
mais avançado e melhor conectado com o Ricardo Rodriguez, porém, ainda é muito
pouco se considerarmos o potencial do time como um todo, e novamente os erros defensivos acabaram contribuindo para o mau resultado.
A derrota de hoje custa um pouco por achar
que o time merecia mais. Porém, algumas escolhas táticas e técnicas ajudam a
explicar novamente o mau resultado. Apesar da valentia mostrada pelo time e
alguns lampejos individuais, a equipe careceu de qualidade propriamente dita, o
pouco que vimos saiu do lado esquerdo com Çalhanoglu e Ricardo Rodriguez e de um André Silva bastante
participativo. Apesar de elogiado pela atuação, o Borini se destacou mais por
ser voluntarioso do que necessariamente pela qualidade técnica, óbvio que ele
não contou com o suporte do Késsie que hoje atuou mais preso, mostrando pouca qualidade nas raras subidas ao ataque. Por esse fato a
atuação do Borini pareceu muito boa, quando na verdade foi apenas “esforçada”. Acontece
que ele acaba se beneficiando da expectativa baixa em torno de seu futebol, enquanto outros carregam a pressão das cifras
e do histórico vencedor, se tornando alvos fáceis a cada derrota e tendo seus erros amplificados.
É óbvio que as falhas de Musacchio e Bonucci
nos gols devem ser cobradas, aliás, o argentino falhou nos dois. No primeiro,
dando muito espaço ao Dzeko e no segundo se juntando ao Bonucci num bote duplo
digno de juvenis, tamanha a inocência que acabou deixando Naingollan livre,
Donnarumma ainda fez a defesa, mas no rebote saiu o gol romanista com
Florenzi.
O que mais preocupa é a falta de reação do
time após sofrer gols. Óbvio que a fase e a pressão por resultados atrapalham,
mas o time mostra grande instabilidade emocional. A falta de reação também é
uma crítica ao Montella, que hoje novamente demorou para modificar o time, só o
fazendo aos 78 minutos quando já perdíamos por 2 x 0, porém, ele não merece
carregar esse fardo sozinho, já que apesar de responsável pelas escolhas, atuações
técnicas muito abaixo do esperado acabam prejudicando qualquer ideia de jogo.
Fato é que passadas sete rodadas, ocupamos a
sétima colocação, quatro pontos atrás da Lazio (e da vaga para a Liga dos Campeões), e nove atrás da líder Napoli,
um início desanimador para quem imaginava a briga por coisas maiores. Embora a
diretoria fale em confiança no trabalho do Montella, a sombra de Carlo
Ancelotti parece ser cada vez maior.
Por Gil Costa
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