Após 64 jogos, com 32 vitórias,
14 empates e 18 derrotas, Montella não é mais o treinador do Milan. Ele deixa o
clube com um aproveitamento geral de 57,2%. O mau desempenho no campeonato
italiano dessa temporada, onde o clube investiu 194,50 milhões de euros, mas
ocupa apenas o sétimo lugar foi determinante para a saída do treinador, em seu
lugar Gennaro Gattuso (que dispensa apresentações) assume o comando técnico da
equipe.
Fonte: Daily Post |
Mas fazendo uma análise mais
profunda, vários foram os motivos para a demissão:
Ter participado do
planejamento, mas ser incapaz de montar um time titular. Era de se esperar que alguém que participou da montagem do elenco tivesse uma forma de jogar em mente antes mesmo das contratações, mas o que vimos foi um Montella perdido.
Constante mudança no time.
Para se ter uma ideia, foram vinte e três escalações diferentes na temporada
que foram do 4-3-3 da preparação e primeiras rodadas às aberrações promovidas
no 3-5-2 e 3-4-3 com um festival de improvisações e mexidas de um partida para
a outra.
Falta de jogo coletivo e
baixo rendimento em todos os setores do campo. Zaga falhando, meio de campo
estéril e ataque “cardíaco”. Jogos do clube se tornaram um suplício para o
torcedor.
Festival de improvisações. Borini
na ala direita, Ricardo Rodriguez na zaga e Bonaventura de ala esquerda, foram
apenas algumas das improvisações do professor Montella.
Falta de resultados em jogos
grandes. Se mesmo com todas as questões citadas acima o Montella obtivesse
resultados, com vitórias magras ou empates em clássicos, diretoria e torcida
entenderiam, mas o que vimos foram jogos em que o time se mostrava bem abaixo
dos rivais.
O que esperar de Gattuso no
comando da equipe?
Muitos torcedores estão desconfiados da entrada de Gattuso, receosos de que ele seja mais um ídolo a ser vítima
da cadeira de treinador rossonera, seguindo os passos de nomes como Seedorf e Inzaghi.
Muitos também temem sua inexperiência no comando técnico, citando seu breve
histórico em clubes como Sion (SUI), Palermo (ITA), Creta (GRE), mas
principalmente no trabalho pelo realizado no Pisa (ITA), quando rebaixou o time para a
Série C Italiana.
No Primavera (Sub-19),
porém, Gattuso vinha fazendo um bom trabalho nessa temporada, ocupando o
terceiro lugar atrás de Inter e Atalanta. Que se pese o péssimo início da equipe nas derrotas por 5x1
para Sassuolo e 3x0 para a própria Inter, nas duas primeiras rodadas da competição, o time se acertou
e vinha numa crescente, nos oito jogos seguintes sofreu apenas três gols.
A volta do esquema com quatro
zagueiros também é um tendência, já que no Primavera Gattuso utilizou apenas
formações com a tradicional linha de quatro. O 4-3-3 foi utilizado na derrota para Sassuolo,
no empate contra a Atalanta e nas vitórias contra Genoa e Lazio. O 4-4-2 nas
vitórias contra Bologna e Sampdoria. O 4-3-1-2 na derrota contra a Inter e nas
vitórias contra Napoli e Chievo. O 4-3-2-1 (a famosa árvore de natal do
Ancelotti) foi utilizada uma vez na derrota contra a Juventus.
Espero que Gattuso não
repita as variações táticas que promoveu no Primavera para não cair no mesmo erro
do Montella em não dar sequência a uma formação. Torço para que tenha a sabedoria de
definir rapidamente uma forma de jogar, dê continuidade a um time e também não se
aventure em improvisações, para que retomemos a confiança e consequentemente
o caminho das vitórias.
Também espero uma defesa forte e um time mais vibrante. Torço para que ele demonstre à beira do campo a
energia que contagiava os companheiros dentro das quatro linhas, e que seja o heroi
improvável que salvará temporada, ainda que com um futebol não tão bonito
quanto o esperado no início do ano. Espero que simplifique as coisas como fazia
em campo e principalmente que traga ao time a verdadeira alma rossonera. Na contramão de quem vê a aposta como arriscada, inicio a semana otimista, é sempre bom ter uma figura vitoriosa e identificada com o clube, desconfio que Gattuso surpreenderá muita gente.
#ForzaGennaro
Por Gil Costa
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