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Fortaleza 2017: Todo sofrimento tem o seu fim

Caros tricolores, a temporada do Fortaleza de 2017 foi uma junção de muitos sentimentos e emoções tanto negativas quanto positivos, com diversos momentos tensos e decisivos. O principal objetivo foi alcançado de forma sofrida e abriu novos horizontes em relação às pretensões do clube no seu ano do centenário. A reorganização que é vista no Pici hoje é fruto deste tão sonhado acesso numa temporada que parecia desastrosa e catastrófica para a nação tricolor. A frase do título é do narrador Jorge Iggor após o apito final do arbitro em Juiz de Fora.

- O início de 2017

Após mais um fracasso no mata-mata da terceira divisão nacional, o empate (com sabor de derrota para o Juventude) a diretoria decidiu reformular todo o elenco para a temporada seguinte, apostou na continuidade do técnico Hemerson Maria e na contratação de um diretor de futebol renomado, como César Sampaio. Jogadores foram escolhidos com base no trabalho do Centro de Inteligência e o perfil foi bem definido, o time teria que ser brigador, experiente e com algumas apostas da base de outros clubes.

O resultado disso foi um time limitadíssimo, fraco, ruim, que foi eliminado pateticamente da Copa do Nordeste e da Copa do Brasil e Hemerson foi demitido do cargo e César Sampaio também e antes da metade de Fevereiro tínhamos de "novo'' Marquinhos Santos, curiosamente com a mesma diretoria que havia brigado em 2016. Comandou o time em nove jogos e conseguiu não nos classificar para a final do estadual. 

Essa foto retrata bem a primeira metada do primeiro semestre. (opovo.com.br)
- Renúncia, reviravoltas e novas esperanças

A pressão por resultados positivos foi descomunal e o resultado disso foi à renúncia coletiva da diretoria executiva, o presidente Jorge Mota e os vice-presidentes Ênio Mourão e Evangelista Torquato. Com isso um novo processo eleitoral e a chapa única de Marcelo Paz, Marcelo Desidério e Luiz Eduardo Girão foi eleita para comandar o clube. Demitiram o treinador Marquinhos Santos e alguns atletas foram negociados. A escolha para comandar o time foi Paulo Bonamigo, que estava há muito tempo no futebol árabe. Chegaram alguns reforços e o time foi sendo moldado dentro da Série C.


Essa foi a chapa que assumiu o time e sanou as dívidas e organizou a casa para a Série C. (Divulgação/Fortaleza EC) 
- Série C: A história (dessa vez) teve um final feliz

Começamos a nossa jornada com muitas dúvidas e preocupações em relação ao time, o técnico foi conhecendo o time e tentando impor seu estilo de jogo. A derrota na estreia diante do Remo deixou a torcida com um pé atrás, mas nos jogos seguintes o time mostrou uma melhora e até conseguiu liderar o grupo. O segundo turno da fase classificatória começamos a jogar mal, empatar e perder partidas de forma bisonha e a classificação ficou ameaçado. Paulo Bonamigo não aguentou a pressão e foi demitido faltando três jogos para o término da fase classificatória. O novo comandante foi Antônio Carlos (Zago), o mesmo que havia nos eliminado com o Juventude. Ele achou uma formação ideal, recuperou alguns jogadores e conseguiu a classificação em terceiro lugar na última rodada diante do Moto Club no Castelão. Para os mais supersticiosos, primeira vez que o Leão decidiria sua vida fora de casa. O time era o mais desacreditado de todos e foi o que conseguiu diante das dificuldades se impor e não "amarelar" no momento decisivo.


Zago foi um dos pilares na reta final da competição. (Diariodonordeste.com.br/JL ROSA)
- Mata-mata diante do Tupi: Um capítulo a parte

Os dois jogos contra o Tupi foram um misto de alegria, medo, angústia, euforia e êxtase. A ida com o Castelão pulsando pela torcida tricolor, conseguimos impor uma pressão (principalmente no segundo tempo) e o placar de dois a zero decretou a primeira vitória do Fortaleza em mata-matas e garantiu uma bela vantagem para o jogo decisivo em Juiz de Fora. A torcida contagiou o time e após o segundo gol percebeu um alívio generalizado, o choro de emoção e alegria tomou conta e a confiança que o objetivo estava mais perto do que nunca.

O jogo da volta foi muito tenso, com o adversário pressionando desde o início, tendo bolas na trave, gols anulados e o nosso time se segurando do jeito que podia. Levamos um gol aos 35 minutos do segundo tempo e a dramaticidade aumentou ainda mais, surgindo assim à figura de Marcelo Boeck, que com defesas espetaculares garantiu o tão sonhado acesso para a Série B em 2018.


Elenco do acesso carregado pela sua torcida. (Divulgação/ Fortaleza EC) 
- Final da Série C: O que era bom poderia ser melhor

Após o acesso, a competição continuou para o Tricolor do Pici, na semifinal um jogo duro contra o Sampaio Corrêa, uma vitória magra na ida e um empate em 2 a 2 em solo Maranhense garantiram o Tricolor na final contra o forte CSA. A ida da decisão, com um castelão lotado e esperançoso, viu o time sucumbir nas próprias deficiências e o adversário garantiu um ótimo placar de 2 a 1 e uma larga vantagem na disputa nacional. O jogo da volta foi mais do mesmo, Fortaleza tendo a bola e tentando agredir o rival e o time Alagoano apostando nos contra-ataques, o placar de zero a zero garantiu o título dos Alagoanos, mas a conquista do Leão já havia sido alcançada e ficou de bom tamanho e o adeus a essa divisão foi mais exaltada que a derrota.


O título seria muito importante, mas o objetivo já havia sido alcançado. (Divulgação/ Cbf.com.br)
- Taça Fares Lopes: Copa do Brasil em 2018 ficou impossível

No segundo semestre ainda tivemos essa competição local, que oferta uma vaga ao campeão para a Copa do Brasil e seria a última cartada para participar da competição nacional. O time foi um misto de reservas e de jogadores da base e do meio para o final uso de jogadores titulares. Chegamos até a final contra o time do Floresta, porém dois empates garantiram o título do rival e tirou a chance do Leão disputar a Copa do Brasil.


Derrota na final foi decepcionante para a nação. (JL ROSA /Diario do nordeste) 
- Numerologia da temporada

- Campeonato Cearense (Eliminação vergonhosa na semifinal, não conseguindo vaga na Copa do Brasil e na Copa do Nordeste)

14 jogos
7 vitórias
4 empates
3 derrotas
23 GP
10 GS
13 SG

1° Fase
15/01 - Ferroviário 2 x 2 Fortaleza
18/01 - Fortaleza 1 x 0 Guarani (J) * garantiu o título da Taça dos campeões Cearenses
22/01 - Fortaleza 1 x 0 Ceará
29/01 - Horizonte 1 x 0 Fortaleza
02/02 - Fortaleza 4 x 0 Maranguape
08/02 - Guarany(S) 0 X 0 Fortaleza
19/02 - Fortaleza 3 x 0 Uniclinic
25/02 - Fortaleza 0 x 2 Tiradentes
04/03 - Fortaleza 5 x 0 Itapipoca

Quartas de final (ida e volta)
15/03 - Tiradentes 2 x 3 Fortaleza
26/03 - Fortaleza 3 x 0 Tiradentes

Semifinal (Melhor de 3 jogos)
02/04 - Ferroviário 2 x 0 Fortaleza
09/04 - Fortaleza 1 x 1 Ferroviário 
19/04 - Fortaleza 0 x 0 Ferroviário

- Copa do Nordeste (Eliminação precoce na 1° fase)
Num grupo com Bahia, Altos-PI e Moto Club-MA.

6 jogos
1 Vitória
4 Empates
1 Derrota 
6 GP
7 GC
-1 SG

26/01 - Fortaleza 0 x 0 Bahia
05/02 - Altos 1 x 1 Fortaleza
12/02 - Fortaleza 3 x 2 Moto Club
22/02 - Moto Club 1 x 1 Fortaleza
11/03 - Fortaleza 1 x 1 Altos
22/03 - Bahia 2 x 0 Fortaleza

- Copa do Brasil (Eliminação na primeira partida diante do São Raimundo em solo paraense)

15/02 - São Raimundo 2 x 1 Fortaleza
*Resultado decretou a demissão do técnico Hemerson Maria.

- Série C

1° Fase
18 Jogos
7 Vitórias
6 Empates
5 Derrotas
20 GP
15 GC
5 SG
Terceira colocação do Grupo A com 27 pontos

14/05 - Remo 1 x 0 Fortaleza
19/05 - Fortaleza 1 x 0 Botafogo-PB
27/05 - Salgueiro 1 x 2 Fortaleza
03/06 - Fortaleza 3 x 0 Asa-AL
11/06 - Cuiabá 2 x 2 Fortaleza
18/06 - Fortaleza 3 x 0 Sampaio Corrêa
26/06 - CSA-AL 1 x 0 Fortaleza
02/07 - Fortaleza 1 x 1 Confiança
08/07 - Moto Club 1 x 0 Fortaleza
Returno
16/07 - Fortaleza 1 x 1 Remo
21/07 - Botafogo-PB 0 x 2 Fortaleza
29/07 - Fortaleza 1 x 0 Salgueiro
05/08 - Asa-AL 1 X 1 Fortaleza
13/08 - Fortaleza 1 x 1 Cuiabá
19/08 - Sampaio Corrêa 2 x 0 Fortaleza *Provocou a demissão do Técnico Paulo Bonamigo
27/08 - Fortaleza 1 x 1 Csa-AL
* Primeiro jogo de Antônio Carlos (Zago) no comando técnico
03/09 - Confiança 2 x 0 Fortaleza
09/09 - Fortaleza 1 x 0 Moto Club

2° fase (Quartas de Final)
16/09 - Fortaleza 2 x 0 Tupi
23/09 - Tupi 1 x 0 Fortaleza
*Resultado garantiu o acesso do leão

Semifinal
02/10 - Fortaleza 1 x 0 Sampaio Corrêa
07/10 - Sampaio Corrêa 2 x 2 Fortaleza

Final
14/10 - Fortaleza 1 x 2 CSA-AL
21/10 - CSA-AL 0 x 0 Fortaleza

-  Taça Fares Lopes (Vice-Campeão)

1° Fase
4 Jogos
2 Vitórias
1 Empate
1 Derrota

30/08 - Fortaleza 2 x 1 Iguatu
06/09 - Guarani(J) 0 x 0 Fortaleza
13/09 - Itapipoca  2 x 4 Fortaleza
21/09 - Fortaleza 0 X 2 Floresta

Quartas de Final (Ida e Volta)
05/10 - Fortaleza 1 x 1 Ceará
11/10 - Ceará 1 x 2 Fortaleza

Semifinal (Ida e Volta)
18/10 - Iguatu 1 x 1 Fortaleza
26/10 - Fortaleza 2 x 2 Iguatu
* Fortaleza avançou por ter uma melhor campanha e o direito de jogar por dois resultados iguais.

-Final (Ida e Volta)
01/11- Fortaleza 1 x 1 Floresta
04/11- Floresta 1 x 1 Fortaleza
* Floresta que detinha a vantagem de jogar por dois resultados iguais.

55 Jogos totais
20 Vitórias
22 Empates
13 Derrotas
70 Gols marcados
51 Gols sofridos
19 Saldo de Gol
49 % de aproveitamento

Título: Taça dos Campeões Cearenses
Jogador com mais jogos: Marcelo Boeck com 44 aparições.
Artilheiro: Lúcio Flávio com 13 gols, 5 na Série C, 2 na Copa do Nordeste e 6 no Campeonato Cearense.

- Jogador da Temporada: Marcelo Boeck

Sua chegada já mostrou muita personalidade por negar outras propostas e aceitar a pressão e o desafio de uma Série C. Desde os primeiros jogos demonstrou muita segurança e qualidade, sabíamos que poderíamos confiar nele nos momentos decisivos. História de vida marcante e emocionante sobrevivente da tragédia da Chapecoense teve a chance de recomeçar no Tricolor do Pici e agarrou essa oportunidade com unhas e dentes sendo primordial no acesso. Além das atuações, era um líder dentro e fora de campo, orientava os companheiros, aparecia nos momentos mais tensos e complicados para amenizar a situação. Sua renovação de contrato traz uma maior segurança para a torcida e significa um planejamento em longo prazo da diretoria tricolor.

Defesa primordial que ajudou na conquista do acesso. (Divulgação/ TV LEÃO) 
- Projeções para 2018

O ano do centenário vai ser de extrema importância para o clube ainda mais com essa promoção a segunda divisão nacional. Vários projetos estão sendo realizados: A construção de um hotel, da fachada da sede, melhorias no gramado, reformas na academia, vendas de produtos alusivos aos 100 anos do clube, tudo em prol de um centenário grandioso e com uma adesão maciça do programa de sócio-torcedor. 


Rogério afirmou que a seriedade do projeto e a possibilidade de conquistar novos títulos foram os principais pontos (Foto: Thiago Gadelha)
O primeiro passo do centenário foi a contratação surpreendente de Rogério Ceni como novo treinador do clube. Essa negociação colocou o Fortaleza na mídia e o marketing tem-se aproveitado muito bem disso, com um crescimento grande no número de seguidores nas redes sociais do clube e certa empatia de uma parcela da torcida do São Paulo. Do elenco de 2017 dos titulares permanecem o goleiro Boeck, os laterais Bruno Melo e Felipe, zagueiros Adalberto e Ligger, volantes Uchôa e Pablo e o atacante Paulo Sérgio (com contrato até o final do estadual). Dos novos contratados, uma mescla de experiência e juventude:

Roger Carvalho - (Ex- Atlético-GO)
Derley - Volante (Ex- Santa Cruz)
Edinho - Meio-campo (Ex- CSA-AL)
João Henrique - Meio-campo (Ex- Criciúma)
Léo Natel - (Cria da base do São Paulo)
Gustavo - Atacante (Ex- Bahia e Goias)
Jacaré - Atacante (Cria da base do Icasa)
Alan Mineiro - Meia-Atacante (Ex- Vila Nova)
German Pacheco - Meia- Atacante (Ex- Alianza Lima-PER)
Alípio - atacante (Ex- Vila Nova) 
Tinga- lateral direito(Ex-Juventude) 
Igor - volante (Ex- Atlético-GO) 

Essa temporada tudo parecia dar errado, contratações, renuncia da diretoria, trocas sucessivas de treinadores, torcida pressionando no treino, agressões a jogadores, mas, algo parecia diferente, o time não era o melhor que podíamos ter, porém, tinha muita alma, brio e superação. Por isso o tão sonhado acesso veio e a aflição da nação tricolor teve fim.

Em 2018 que os erros não se repitam novamente e que o planejamento seja voltado para uma ótima Série B e um consequente acesso a primeira divisão nacional.

"Combativo, aguerrido, vibrante e forte, sem demonstrar cansaço, receba um sincero abraço da torcida tão leal, meu tricolor de aço".

SAUDAÇÕES TRICOLORES
O LEÃO VOLTOU

Por: Gabriel Viana
Twitter: @Gabrielvianafec

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